Passado 15 meses após a morte do montanhista argentino Federico Campanini (31), o procurador de justiça de crimes especiais de Mendoza, Daniel Carniello, pediu a demissão de dois membros da patrulha de Resgate que participaram de tentativa fracassada de socorro no Aconcagua.
No documento judicial, figuravam declarando no caso, embora não acusado, o resgatista José Luis Altamirano (chefe da operação de busca), Diego e Marcelo D´Angelo, autor das filmagens do vídeo que chocou a opinião pública e que, para a justiça, aparece como provas de que houve omissão e abandono.
O advogado dos resgatistas quer a desincriminação de seus clientes e o arquivamento do caso, que será julgado pelo juiz, que decidirá pelo prosseguimento da causa nos próximos dias.
Campanini era guia de uma expedição de italianos. Ele e seus cliente chegaram no cume do Aconcagua com mal tempo e, tentando se abrigar de uma tormenta, desceram para o lado do glaciar polacos, onde não conseguiram mais descender a montanha e nem mesmo regressar, ficando sujeitos à intempéries.
A primeira pessoa a falecer no caso foi a cliente Elena Senin, que na tentativa de descenso quebrou a perna. Federico faleceu bem mais tarde, depois da presença da Patrulha de Resgate, que tentou sem sucesso evacuá-lo da montanha, arrastando o do local onde se encontrava.
As imagens dos resgatistas tentando arrastar Federico, que não tinha sequer condições de manter-se em pé, chocou o mundo inteiro e muitos consideram que Federico estava tentando andar, embora não tivesse condições algumas. Ele foi deixado mais tarde na montanha, ainda com traços de vida, pois os resgatistas acharam que ele não teria condições de sobrevivência e que o esforço de retirá-lo da montanha poderia pôr em risco os socorristas.