A mulher do alpinista paraibano Josenildo Correia da Silva, Alessandra Pereira, disse na manhã desta terça-feira (12) que foram encontrados um gorro e uma jaqueta que o marido havia alugado. “Essa informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). Eu ainda tenho esperanças de que ele esteja vivo”. Josenildo desapareceu quando escalava o Monte Aconcágua, na Argentina, na quarta-feira (6).
A assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores disse que a Guarda Florestal, responsável pelas buscas, encontrou um gorro e uma jaqueta que possivelmente eram do brasileiro desaparecido. O material será levado para a loja onde o brasileiro realizou a compra ou aluguel para que seja feita a verificação.
O Itamaraty informou ainda que na primeira semana o alerta é vermelho e as buscas são intensas em ritmo de urgência. Mas como ele sumiu na quarta-feira (6) o alerta vale até a próxima quarta-feira (13). Em seguida, o alerta passa a ser o laranja, quando perde um pouco a intensidade. Esse é um procedimento padrão da Guarda Florestal, mas pode haver mudanças.
Alessandra disse ainda que durante os dias em que está sem notícias do marido tem encontrado alívio nas notícias que amigos enviam sobre o caso. “Nós temos amigos na Argentina que estão bastante empenhados nas buscas e nos mandam notícias constantemente, o que tem aliviado a minha angústia”, disse.
Ela ainda não sabe se vai viajar à Argentina. “Com relação a essa possibilidade, ainda não decidi. Como tenho amigos lá, recebo todas as informações de todas as providências que estão sendo tomadas”, afirmou.
Josenildo e Alessandra são do município de Guarabira, que fica no Brejo paraibano, a 104 km da capital João Pessoa. Eles são casados há 15 anos e têm uma filha. Josenildo trabalha como funcionário de uma distribuidora de bebidas e ainda tem outros dois filhos do seu primeiro casamento. De acordo com Alessandra, o marido é apaixonado pelo alpinismo.
“Ele começou a fazer escaladas há dez anos na Pedra da Boca, em Araruna e sonhava em fazer no gelo, ele começou a ler livros e ver reportagens sobre o assunto e se comunicar com outras pessoas pela internet. Todas as viagens que ele fez, arrumava tudo pela internet, conhecia as pessoas e acertava”, disse.
'Josenildo estava obstinado', diz empresário
O paraibano estava em um grupo formado por cinco pessoas, sendo três de Limeira, em São Paulo, ele e um mineiro. Conforme o empresário paulista Paulo Cesar Bussamara, que fazia parte do grupo, as condições climáticas no monte estavam difíceis e a equipe foi se desfazendo aos poucos. Bussamara foi o primeiro a desistir, no dia 28 de fevereiro. O objetivo da expedição, conta o empresário, era chegar ao cume do monte Aconcágua, que tem quase 7 mil metros de altitude. “Josenildo estava muito obstinado em chegar ao topo. Ele disse que desta vez não tinha ido ao Aconcágua de brincadeira”, afirmou Bussamara.
As buscas continuam.