Karina diz que seu olho congelou ao chegar o topo do Everest

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Apresentadora do canal de esportes radicais OFF, Karina Oliani, 31 anos, se tornou a brasileira mais jovem a chegar ao topo do Everest, a 8.848 metros de altura. Mas, para realizar o feito, que aconteceu no último dia 17 de maio, ela teve de superar muitas dificuldades. A primeira delas foi com os olhos. Enfrentando um frio de aproximadamente 40 graus negativos, Karina teve na temperatura a sua maior dificuldade no trajeto.

O mais difícil foi o frio com vento. Meu olho congelou, meus cílios grudaram, formou uma bola de gelo na frente do olho de tão frio que estava”, disse a atleta em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
 
Mas, não foi só o olho da apresentadora que foi vítima do frio. Ela também teve outras lesões causadas pela baixa temperatura. “Voltei com rosto queimado nas bochechas, feridas por causa do frio. A ferida ficou preta e já caiu. Também congelaram meus dois dedinhos, até agora não recuperei a sensibilidade deles. O Pemba (guia de Karina) congelou a ponta dos cinco dedos, mas não permanentemente”, completou.
 
E foi o mesmo frio que fez a alpinista ter dificuldade até na hora de descer da montanha. No entanto, desta vez, seu problema foi com a necessidade de ir ao banheiro. “O zíper congelado foi outro perrengue que passei. Estava descendo e precisava muito fazer xixi. Quando fui abrir as três calças que estava vestindo, o zíper da calça de fora estava congelado”, afirmou.
 
Com o forte frio, Karina e Pemba Sherpa, seu guia, só puderam ficar no topo do Everest por 15 minutos. Mas esse feito quase não foi realizado devido a um imprevisto que eles tiveram no meio da escalada final.
 
A gente estava subindo e viu uma luz no meio da rota. Quando chegamos à luz, a gente percebeu que tinha um homem que não estava enxergando e com muita dor. Ele não falava nada, só apontava para o olho. Eu disse para o Pemba que o cara ia morrer, pois não conseguia nem subir e nem descer. Ele ia ficar parado até o oxigênio acabar. Quando o Pemba começou a tirar a corda para descermos com ele e abandonarmos a subida, o grupo que estava com ele chegou e o ajudou. Assim, pudemos continuar a subida sem acabar com nossos tubos de oxigênio”, falou a apresentadora.
 
Outro imprevisto que marcou a subida de Karina foram os ventos de 140 km/h que atingiram a região no dia 16 de maio. Isso quase impediu a apresentadora de realizar o sonho de subir ao topo da montanha.
 
Como a escalada fazia parte de três documentários, Karina fez o trajeto acompanhada de um câmera. No entanto, com a forte ventania e com a necessidade de aguardar um dia além do planejado – a meta era atacar o cume no dia 16 de maio -, o câmera teve de abandonar a missão para ceder o tubo de oxigênio para a apresentadora.
 
Com o tubo do câmera, Karina dormiu com o oxigênio do dia 16 para o dia 17 na chamada Zona da Morte, que já fica a mais de 8 mil metros de altura. Em relação ao documentário, ela e o guia conseguiram salvar o projeto ao subirem a parte final com câmeras acopladas.
 
Apesar de todos os imprevistos, a atleta, que também é médica, fala com orgulho quando lembra dos três anos de preparação que fez para atingir o topo do Everest.
 
Treinei durante três anos, com trabalhos específicos, desde 2010 quando voltei do Nepal. Dentro do meu treino tinha crossfit, musculação e subir escada. Subi escada em vários lugares, muitos morros”, finalizou a atleta, que teve treinos que variavam de 45 minutos a 6 horas de duração.
 
Sem definir data para sua próxima grande aventura, Karina tem como plano chegar ao topo do monte Vinson, na região antártica. No Everest, ela conquistou sua quarta grande montanha do mundo. Antes, ela já havia feito o Kilimanjaro, Aconcágua e Elbrus.
 
 
 
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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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