A comunidade de amantes do alpinismo se parara para viver um inverno apaixonante no Nanga Parbat, montanha de 8126 metros de altitude localizada no Paquistão. Este é um dos 8 mil que ainda se mantém virgem na estação mais fria do ano. Um total de cinco expedições chegarão aos pés de ambas vertentes da montanha a partir da semana que vem com o objetivo de mudar a situação atual.
No entanto, isso não acontecerá em outra montanha com mais 8 mil metros ainda virgem, o K2, a segunda montanha mais alta da terra com 8611 metros, um pico que só de pronunciar o nome já provoca calafrios no mais ousado aventureiro, tanto que ninguém planejou uma expedição para este ano. Não por menos foram pouquíssimas as iniciativas ao longo da história de realizar tal feito, uma tarefa fria, extremamente fria, que une a dificuldade técnica com altitude extrema. Será que isso ainda é muito para o montanhismo atual?
Somente três expedições invernais ao K2
Na história do alpinismo houve três tentativas sérias para conseguir fazer a primeira invernal do K2. A primeira expedição que tentou realizar o feito foi dirigida pelo polonês Andrzej Zawada, no inverno de 1987/88. A equipe dele era formada por 23 montanhistas, sendo 13 poloneses, 6 canadenses e 4 britânicos. Eles chegaram ao campo base onde tiveram que cavar túneis para chegar em suas barracas enterradas embaixo da neve. Eles permaneceram 80 dias no local, dos quais só registraram 10 de bom tempo. Sofreram congelamentos, algumas de suas barracas foram varridas pelo vento e suas cordas desapareceram embaixo da neve. A maior altitude que alcançaram antes de desistir foi os 7300 metros.
Quinze anos depois, em 2002/03, Krysztof Wielicki, que participou da primeira tentativa regressou à montanha com outros 18 montanhistas, dos quais 15 eram poloneses, dois cazaques, um georgiano e um uzbeque. Apesar de houver várias deserções no meio da expedição, eles conseguiram chegar até o campo 4, instalado a 7650 metros. O ataque a cume foi cancelado por que Marcin Kaczkan, Piotr Morawski e Denis Urubko, descobriram que o acampamento 4 havia voado.
A terceira tentativa, no inverno 2011/12, foi protagonizada pela firma russa chefiada por Viktor Kozlov e outros 16 membros. A fortíssima equipe progrediu muito bem durante o primeiro mês e meio de expedição. No dia 31 de janeiro, Iljas Tukhvatullin, Andrew Mariev y Vadim Popovich conseguiram fixar corda até os 7200 metros. Entretanto naquele mesmo dia um de seus parceiros Vitaly Gorelik se viu afetado por congelamentos nos dedos de ambas as mãos. Para piorar o tempo fechou e não houve mais condições de escalada.
Desde então se passou invernos sem haver expedições ao K2. No ano passado até houve a expectativa de que Denis Urubko retornasse à montanha com Adam Bielecki e Álex Txikon. Entretanto o medo por ataques terroristas no Paquistão fez que a equipe escolhesse a face norte da montanha (que é muito mais difícil), mas as autoridades chinesas negaram a permissão para a escalada e a expedição foi cancelada.
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