Escaladora se recupera de trauma psicológico pós queda e volta a escalar

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A escaladora Carolina Girotti de 25 anos sofreu um grave acidente na via Passagem dos Olhos na Pedra da Gávea no Rio de Janeiro em 2014. Após um longo tempo de recuperação, sobretudo psicológica, ele venceu o trauma e voltou a escalar. Um texto para inspirar pessoas que tem medo.

Quem sofreu uma grande queda seguida com lesão grave sabe o trauma que isso gera. Não há estudos sobre este tema, porém quem escala com frequência já deve ter conhecido alguém que após um acidente parou de escalar.
 
Com Carlina Girotti, arquiteta de 25 anos, isso quase aconteceu. Carolina sofreu uma queda grave antes da primeira costura da via Passagem dos Olhos na Pedra da Gávea no Rio de Janeiro e foi parar no chão. 
 
Ela sofreu uma grave lesão do joelho e depois teve grande problema não apenas para se recuperar fisicamente, mas principalmente psicologicamente. O acidente foi há pouco mais de 1 ano e mesmo com tantas dificuldades, como ter desenvolvido síndrome do pânico, ela voltou a escalar e a guiar vias de escalada, dando uma volta por cima.
 
Conheça a história de superação de Carolina no texto escrito por ela abaixo, um texto para inspirar pessoas que tem medo de escalar:
 
A imagem é feia, o texto será longo… 
 
Mas fique até o final, você não vai se arrepender, juro que a história é bonita. No dia 31 de agosto de 2014 eu sofri um acidente que mudou minha vida! Eu caí escalando guiando antes da primeira chapa na parede "Travessia dos Olhos" na Pedra da Gávea no Rio de Janeiro! Para quem não conhece o local, como boa parte das vias do Rio a via é bem exposta, a base está alta e você já começa de um ponto alto, para o meu azar, na minha queda, eu não caí apenas os 5 metros que escalei para chegar até a chapa, eu bati na base, peguei impulso, e fui de ponta cabeça dando cambalhotas para um barranco que tem ao lado da base, nesse momento, senti que não sairia dessa e entreguei minha vida! Senti uma luz de paz no meu coração. 
 
Resumindo um pouco o longo processo, a resultado dessa brincadeira foi "só" um joelho arrebentado. Mas arrebentado mesmo, menisco, ligamentos, ossos e tendões rompidos. 3 meses sem colocar o pé no chão, morfina para segurar a dor e ajuda da família até mesmo para me mover na cama! E mesmo com todo esse sofrimento e insistência da família eu jamais cogitei deixar o climb, voltei depois de 7 meses, pressionando o médico e ainda mancando. A volta não foi fácil, meu físico está prejudicado, mas minha mente…. 
 
O ano passado passei presa nos meus medos, escalando com fobia. Pensei que fosse normal, mas esse ano fui diagnosticada com síndrome do pânico e desde então comecei me cuidar e minha escalada fluiu de uma forma sinistra! A guiada partiu de um campo escolha tremendo toda para um sexto grau sólido. Consegui malhar minhas vias.
 
Mas quer saber? Que se fodaaaa a graduação. Restabeleci minha sintonia mente e corpo que eu havia perdido, e esse sim é o maior motivo por eu não ter desistido do esporte! Estou escrevendo isso agora, pois alguns amigos me pediram, que essa história sirva de inspiração para aqueles que possuem medo! 
 
Medo na escalada e na vida. E desejo que todos, encontrem seu lugar nesse mundo, assim como eu encontrei o meu heart.
 
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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

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