Acompanhe os relatos de Aline Souza em sua cicloviagem pela Carretera Austral desde o começo:
Dia 11 – 02/01/2019
- Trajeto: Villa Amengual ao Camping Las Torres del Simpson
- Distância: 108km
- Acumulado de subidas: 702m
- Acumulado de descidas: 977m
- Terreno: asfalto
Depois do perrengue de ontem, dormi quentinha, um sono reparador. Combinamos de tomar café mais tarde, as 9h. A verdade que esse é o horário normal do povo por aqui.
Para variar fui a primeira a levantar. Tomamos café os 4, eu, Julien, Reinhold (o alemão que me salvou ontem) e Benjamin (o francês que seguiu direto no PN Queulat). Na mesa o papo rolava solto, enquanto a chuva caía lá fora. Ando bem assim, chove lá fora e quero ficar dentro, no quentinho.
Benjamin sugeriu pedalarmos 108km, até um camping onde queria ficar. Falei que não tinha condições de pedalar tanto, sugeri a Julien que avaliássemos outras possibilidades. Assim fizemos. A melhor opção seria ficar em Mañihuales, cerca de 50km dali, mas haviam algumas poucas possibilidades entre os 50 e 108km.
Arrumamos nossas coisas, fazia frio. Fui a última a ficar pronta. Os meninos me esperaram e saímos todos juntos às 10:30, tempo tinha melhorado bastante e isso nos deixou extremamente animados.
O trajeto era lindo. Paramos algumas vezes para tirar fotos. Bom que Benjamin e Reinhold também curtem uma foto, diferente do Julien que praticamente não para para fotos.
Estávamos sempre rodeados por montanhas imponentes, o que me deixa extremamente encantada. A vontade é saber sobre cada uma delas, saber se existem trilhas para subi-las e, se fosse possível, subi-las.
Os rios e cachoeiras continuam sendo presença constante na Carretera, de sede ninguém morre por aqui.
Seguimos pedalando forte por uns 20km. Na pressão. Eu gosto de pedalar forte, principalmente no asfalto. Desenvolvo bem, mas em se tratando de uma viagem de Cicloturismo, da um medinho do dia de amanhã. Será que meu corpo irá se recuperar ou estarei quebrada?
Numa das paradas comentei com os meninos, que se pedalasse assim com eles por uns 3 dias no 4 estaria totalmente quebrada, estrupiada, ou qualquer coisa assim.
Paramos em Mañihuales. Todos fizeram compras no mercado. Entre outros itens essenciais comprei um vinho para o acampamento. Nessa altura do campeonato já havia decidido seguir com os meninos até o tal camping.
Saindo do mercado procuramos um local para comer. Achamos um parque, com uma área coberta, tudo o que precisávamos para cozinhar protegidos do vento. Cada um fez sua comidinha.
Barriguinha cheia, seguimos para a segunda parte do trajeto.
A partir dali, vento contra. Nessa hora foi muito muito bom estar com os meninos. Eles foram revezando vácuo e tentando me proteger.
Logo se abre uma opção, seguir pela Ruta 7 ou pela ruta X-50, sendo que a X-50 é toda asfaltada, mas aumenta o trajeto em 20km. Seguimos pela X-50.
Não posso afirmar, porque não passei pelo trecho da Ruta 7, mas o caminho da X-50, mesmo subindo e descendo o tempo todo, é lindo demais.
Seguimos no esquema vácuo. Os meninos foram muito parceiros, além de me fazer vácuo, iam sempre perguntado se eu estava bem ou se queria parar um pouco. Fizemos poucas paradas apenas para se esticar e comer alguma coisa.
Faltando menos de 10km para o camping saímos da X-50 e pegamos a Ruta 240. O visual mudou completamente. As montanhas se tornaram ainda mais imponentes e eu segui babando.
Para chegar ao Camping saímos da Ruta 240 e pedalamos 2km por uma estradinha de chão. No camping, fomos muito bem recebidos pelo dono, que inclusive fala inglês, primeiro proprietário de todos os locais pelos quais passamos que fala inglês. O camping é realmente um local especial, fiquei grata ao Benjamin pela insistência. Possuem uma grande horta orgânica e, dependendo da disponibilidade, podemos comprar verduras e legumes. Se quiser também é possível pedir por pão quentinho, feito pela dona, não havíamos pedido com antecedência, mas demos sorte de estar saindo uma fornada.
Conversamos sobre as possibilidades e ao invés de acampar acabamos ficando num quarto, onde tem disponível 2 camas de casal e dois beliches, dentro do casarão onde fica a área comum. Fiquei com uma cama de casal todinha para mim, que delicia. Foi uma decisão acertada, choveu bastante a noite.
Antes do banho trocamos meu pneu que estava no chão, deve ter furado muito perto do camping, porque não percebi nenhuma diferença no pedal.
Depois do banho cozinhei para mim, Benjamin e Julien, lentilha rosa com cenoura e o vinho, que veio balançando na bike, para acompanhar.
Depois do jantar, fogueira dentro de casa (ficamos defumados mas valeu) e cantoria.
Aguentamos até umas 23:30, depois disso capotei.
CONTINUA…
Carretera Austral: Do Camping Las Torres del Simpson à Coyhaique
2 Comentários
Olá Aline
Sou de Fpolis e estou (dentro do possível)acompanhando a viagem. Pretendo fazer a carreteira em janeiro de 2020. Gostaria muito de fazer contato no seu retorno. Quem sabe assistir uma palestra caso você venha a fazer.
Que os bons ventos te acompanhem.
Grande abraço
Egon José Rabuske.
Oi Egon, desculpa, só vi sua mensagem agora. Como estão os preparativos? Vais mesmo fazer a Carretera em janeiro? Se precisar de infos me escreva: [email protected], ou me procure no Insta: @alineeletrica.
Abração