Estrada para o Trilha no Anhangava não será bloqueada, mas terá regras para uso

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A Prefeitura Municipal de Quatro Barras  publicou ontem, 27/11, uma nota de esclarecimento sobre a regulamentação das vias de acesso ao Morro do Anhangava. No documento a prefeitura afirma que a rua Anhangava e a Estrada do Asa Delta não terão bloqueios para passagem de veículos. Com isso, chega ao fim uma longa discussão entre moradores da região e frequentadores do Parque Estadual da Serra da Baitaca.

O morro do Anhangava na região de Curitiba é um campo escola de escalada e outros esportes outdoor. Foto Roniel Fonseca

O Morro do Anhangava é considerado um campo escola de escalada e é um dos principais redutos de escaladores da região de Curitiba. O acesso à montanha é feito por dois pontos, a entrada principal no bairro Borda do Campo, onde também se inicia o Caminho do Itupava e recebe um grande fluxo de turistas. Já a trilha secundária tem inicio no final da Rua Anhangava e é frequentada principalmente por escaladores e montanhistas para encurtar o caminho.

Sinalização atual na rua do Anhangava

Porém nos últimos anos, o trânsito na rua Anhangava tem aumentado e os moradores da região alegam ter problemas causados pelos visitantes (barulho, lixo, bagunça, insegurança, carros estacionados impedindo a passagem e o desgaste da estrada). Moradores também relatam que não há a manutenção da via pelos órgãos públicos e a própria comunidade realizou alguns reparos necessários. Por esses motivos, eles reivindicaram a restrição do acesso de veículos ou implantação de uma Estrada Ecológica no local.

Após três audiências públicas realizadas entre outubro e novembro pela prefeitura ficou definido um Plano de Ordenamento de Uso Publico da região. De acordo com o Plano, a estrada será transformada em uma Estrada Ecológica por meio de decreto municipal e não haverá o bloqueio para veículos.

Com essa mudança ela terá regras especificas para uso, com áreas para estacionamento e também a intensificação das ações de fiscalização e de orientação. Além disso, será implementado um novo sistema de comunicação visual e a administração pública será responsável pelas ações de promoção e infraestrutura mínima na estrada.

Mau uso do local

A presença de visitantes irresponsáveis e sem consciência ambiental já causou vários transtornos aos moradores e frequentadores do Anhangava. Além dos problemas na estrada, também é comum ocorrer lixo, som alto e pichações nas trilhas da montanha.

Parabolt danificado pelo vandalismo.

O último caso de desrespeito foi o vandalismo em sete vias de escalada, as quais tiveram as primeiras proteções arrancadas. Não se sabe quem foi o responsável por esse ato, por isso também não há como relacionar os casos a uma possível retaliação ao caso da estrada. E o que fica com o ocorrido é um prejuízo a toda a comunidade de escaladores.

A Fepam (Federação Paranaense de Montanhismo) divulgou uma nota sobre os casos recentes informando que promoverá o Seminário Paranaense de Escalada em Rocha no primeiro semestre de 2020. Nesse evento a organização pretende debater “temas relacionados a segurança, ética, problemas de acesso, entre outros”.

Veja nota explicativa na integra:

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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