O montanhista catarinense Edson Hostins entrou para o seleto “clube dos 6 mil” após completar a ascensão de sua décima montanha acima dos seis mil metros de altitude nos Andes.
Hostins começou a se aventurar nas montanhas ainda aos 17 anos, explorando picos da região de Blumenal em Santa Catarina e, mais tarde, ampliando suas experiências para o Paraná e as travessias pelos campos de altitude catarinense. Sua primeira tentativa em uma alta montanha ocorreu no Cordón del Plata, na Argentina, ao lado do amigo Marcelo Schiphorst. A expedição precisou ser interrompida quando fortes ventos destruíram a barraca da dupla. Mesmo sem o cume, a experiência serviu como aprendizado e inspiração para novos desafios.
“Estar num ambiente completamente inóspito, com bons amigos, faz você dar valor ao que realmente importa, que é pra mim, é o caminho, não o cume. A primeira de 6k que fiz, foi o Ojos Del Salado (6.893m), com meu amigo Felipe Smaniotto. Ela é a segunda mais alta das américas, a sensação é surreal e ainda mais fazer cume com meu amigo de infância, o tempo estava ótimo, passamos 14 dias na montanha aclimatando, o sentimento de gratidão foi enorme”, contou ele. Segundo Hostins, essa foi também a montanha mais desafiadora por estar em uma região remota.
Entre as ascensões mais marcantes, o brasileiro destaca o Illimani (6.438m), na Bolívia. “Pegamos um nascer do sol incrível, e nela bati uma meta que tinha colocado a alguns anos atrás, que era fazer 10 cumes de 6k. O sentimento de realização e conquista, sobre um projeto que você se impõe a fazer, e consegue é indescritível”, revelou.
Além do Ojos del Salado e do Illimani, o currículo de Hostins inclui outras grandes montanhas nos Andes: Nevado San Francisco (6.018m, Chile/Argentina), Huayna Potosí (6.088m, Bolívia), Parinacota (6.348m, Chile/Bolívia), Acotango (6.052m, Chile/Bolívia), Pomerape (6.282m, Chile/Bolívia), Sajama (6.542m, Bolívia), Guallatiri (6.071m, Chile) e Capurata (6.022m, Bolívia/Chile).
Ao longo de suas escaladas, o montanhista precisou lidar com imprevistos e desistências, sempre encarando essas situações como parte do aprendizado. “Deixei de fazer inúmeros cumes, por condições climáticas, você tem todo um investimento para estar ali, mas percebe que quem manda, é a montanha, então, relaxa e curte a viagem, o cume vai estar sempre ali”, acrescentou.
Mesmo após alcançar o objetivo de conquistar dez montanhas de seis mil metros, Hostins não pensa em parar. “Quero muito fazer o Illampu, fechar as 10 montanhas de 6k da Bolívia, e também o Aconcágua, montanha que já tentei, e tive que abortar por problemas familiares. Eu gosto muito da viagem, do tempo que passamos nas aproximações, da cultura em volta, sempre aprendemos algo”, completou.


















