O Roraima não é o maior dos cem tepuys venezuelanos, é apenas o mais alto, com quase 2.900m. Também não é o ponto culminante da Venezuela – no caso, o Pico Bolívar. Mas é uma formação impressionante, que de repente aparece por inteiro à sua frente, como um navio rochoso parado no meio da savana, gigantesco e silencioso.

Roraima e Kukenan, Venezuela
O Roraima parece tão grande quanto La Gran Sabana, uma imensa região de campo e cerrado que o envolve e que você terá de atravessar para chegar lá. Nele foi implantado um gigantesco parque natural, cuja principal atração não é o Roraima e sim o Salto Angel, a maior de todas as cachoeiras do planeta.

Vale dos Cristais, Monte Roraima, Venezuela
Porém, pelo menos podíamos nos alojar com algum conforto nos chamados hotéis – rochas com reentrâncias protegidas por lajes salientes. Era embaixo delas que armávamos nossas barracas, para um sono protegido da chuva e do vento. Funcionavam como acampamentos fixos aos quais voltávamos depois de cada dia de caminhada. Eram vários: Waichero, Basílio, Brasil.

Acampamento Waichero, Monte Roraima, Venezuela
À medida que nos aproximávamos, começamos a escutar gemidos, pois muitos deles tinham se machucado. O grupo era formado por familiares de um rico distribuidor da Brahma de Manaus. Ele queria comemorar o seu aniversário, porem prudentemente sem a sua presença. Ou talvez ele quisesse se livrar de alguns parentes indesejados.

As Paredes do Roraima, Venezuela
Era uma coisa amadora, dessas que a gente costuma às vezes encontrar nos locais ermos, porém famosos, da natureza. Seu líder era uma figura curiosa chamado Tabajara, que certamente se acreditava descendente de Tarzan. À noite, algumas moças usavam estranhos casacos peludos que as faziam parecer perigosos ursos vagando entre nossas barracas.

A Proa do Roraima, Venezuela