O cenário de apreensão que tomou conta da comunidade montanhista no sudeste asiático ontem (20) transformou-se em alívio nesta sexta-feira. Autoridades do Parque Nacional Bromo Tengger Semeru confirmaram hoje (21) que a operação de retirada de escaladores e trekkers nas encostas do vulcão foi bem-sucedida, não havendo registro de vítimas fatais ou feridos graves após a súbita atividade vulcânica.
A Erupção e a Resposta Imediata
O Monte Semeru, conhecido localmente como Mahameru (A Grande Montanha), registrou uma erupção significativa na última quinta-feira, lançando colunas de cinzas e fluxos piroclásticos que acionaram os alertas de nível máximo na região. A atividade pegou grupos de expedição de surpresa, levantando temores imediatos sobre a segurança de quem estava nas rotas de ataque ao cume ou nos acampamentos altos.

Imagem ilustrativa do Monte Semeru. Foto: Hugo van den Bos/Wikimedia Commons.”
Operação de Evacuação em Ranu Pani
A agência de busca e salvamento local agiu rapidamente. Segundo o boletim oficial divulgado nesta manhã, um total de 178 escaladores estavam na área de risco no momento do evento.
Todos os grupos foram interceptados e guiados de volta para Ranu Pani, o vilarejo que serve como último posto de controle e base logística para as expedições. Relatos de guias locais indicam que, apesar da visibilidade reduzida pelas cinzas e do pânico inicial, a descida ocorreu de forma ordenada. As equipes médicas em Ranu Pani realizaram triagens, constatando apenas casos leves de irritação respiratória devido à poeira vulcânica.
O Teto de Java Interditado
Com 3.676 metros de altitude, o Semeru é o ponto mais alto da ilha de Java e um dos destinos de trekking mais cobiçados da Indonésia. Devido à instabilidade geológica, a administração do parque decretou o fechamento total das rotas de escalada por tempo indeterminado.
A recomendação atual (zona de perigo) proíbe qualquer atividade humana em um raio de 5 km a partir da cratera Jonggring Saloko. A situação serve como um lembrete severo dos riscos inerentes ao montanhismo em arcos vulcânicos ativos, onde a beleza da paisagem muitas vezes esconde perigos geológicos iminentes.
A erupção do Semeru na Indonésia serve como um lembrete importante: na América do Sul, a linha de fogo dos Andes nos oferece algumas das montanhas mais belas do mundo, mas muitas delas são “gigantes que dormem leve”.
Os “Gigantes Fumegantes” Mais Populares nos Andes
Próximo ao Brasil há muitos vulcões na cordilheira dos Andes que são destinos populares de montanhismo. Abaixo, o AltaMontanha listou os três vulcões mais populares para praticar montanhismo na América do Sul.
1. Villarrica (Chile)
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Onde: Pucón, Região dos Lagos.
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O Atrativo: É possivelmente o vulcão ativo mais escalado do continente. A cratera aberta permite ver a lava borbulhando lá dentro (o famoso “lago de lava”), uma visão rara.
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O Risco: É instável. O nível de alerta muda com frequência (verde, amarelo, laranja). Emite muitos gases tóxicos perto do cume.
2. Cotopaxi (Equador)
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Onde: Avenida dos Vulcões, perto de Quito.
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O Atrativo: Um cone de neve perfeito, clássico de cartão postal. Com quase 5.900m, é um desafio de alta montanha sério e estético.
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O Risco: Após anos adormecido, voltou a apresentar atividade eruptiva recente. A escalada pode ser suspensa subitamente se a emissão de cinzas aumentar.
::VEJA MAIS: Expedição para o Cotopaxi – Soul Outodoor
3. Láscar (Chile)
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Onde: Deserto do Atacama (San Pedro de Atacama).
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O Atrativo: Acessível para quem está no deserto e quer um “quase 6 mil” (5.592m). A cratera é gigantesca e emite fumarolas constantes com cheiro forte de enxofre.
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O Risco: Erupções repentinas (vulcanianas). Em 1993 e 2015 teve atividades explosivas. O vento pode jogar a fumaça tóxica diretamente sobre a trilha de subida.















