Aretha Duarte faz campanha para lançar livro sobre o Everest

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Na bela manhã de 23 de maio de 2021, a montanhista brasileira Aretha Duarte chegou ao topo do Monte Everest e entrou para a história do montanhismo mundial. Mulher, negra e de origem humilde, ela se tornou a primeira escaladora latino-americana com essas características a chegar ao topo do mundo. Agora, Aretha pretende compartilhar toda a sua saga para chegar ao Everest em um livro bibliográfico.

Aretha se preparando para a escalada no Everest – Foto: Gabriel Tarso.

A ideia de escrever essa história surgiu antes mesmo dela iniciar a sua jornada na montanha. Aretha conta que já tinha o desejo de registrar a sua história de vida em um livro. “A escalada do Everest me fez pensar nesse tipo de registro não só para eu ter acesso futuramente e reviver o que eu já experienciei , mas também para eu poder compartilhar com a minha família e as próximas gerações. Reconheço que a minha história faz parte da história deles também”, disse.

A montanhista conta que depois que retornou do Everest muitas pessoas começaram a lhe perguntar detalhes de como foi essa jornada. Assim, ela decidiu escrever o livro para contar tudo sobre a sua escalada e também inspirar outras pessoas, mostrando que todo mundo pode realizar seus sonhos.

Aretha no Everest – Foto: Gabriel Tarso

“O objetivo desse livro é demonstrar que a Aretha que conseguiu escalar a montanha mais alta do mundo é uma Aretha que com certeza tem origens, tem um passado, tem toda uma história de vida que gerou a construção dessa mulher guerreira, empoderada, resiliente. Uma mulher que, de verdade, acredita que todo mundo tem o poder de grandes realizações”, contou.

O livro

Aretha esta realizando uma ação entre amigos para viabilizar financeiramente a produção do seu livro. Ele irá rifar 10 mil reais em dinheiro além do seu próprio carro, uma Caminhonete Mitsubishi L200, ano 2003. O veículo foi utilizado para a coleta de materiais recicláveis durante a campanha de arrecadação de fundos para a escalada.

Os interessados podem comprar a rifa online e o sorteio será realizado pela Extração da Loteria Federal. A data prevista para o sorteio era de 11/12, no entanto isso somente ocorrerá se todos os números forem vendidos. Caso ainda haja números a venda, o sorteio será transferido para fevereiro de 2022. O valor da rifa é de 10 reais por número e quem comprar 10 ou mais números também receberá um exemplar do livro.

O livro esta em fase de produção e revisão que será feia pelos jornalistas Rodrigo Grilo e Debora Rubim. No entanto, o lançamento deverá ocorrer em março de 2022, exatamente dois anos após o inicio da jornada de Aretha no Everest

Outros projetos

Além do livro bibliográfico, Aretha também está trabalhando em outros projetos. Ela pretende lançar um livro infantil e um documentário sobre essa escalada no futuro.

Além disso, ele continua com os projetos sociais como a biblioteca comunitária e também o projeto de um espaço com uma parede de escalada que serão implantados no próximo ano na periferia de Campinas. Esse local irá atender não só as pessoas com interesse em escalada, mas também oferecerá cursos de desenvolvimento geral como educação financeira, robótica, culinária, artesanato, etc.

“Esse sim é o que me motivou a trabalhar com a reciclagem, a conseguir o recurso financeiro com um trabalho tão árduo e esgotante para estar no Everest. E esse sim foi o motivo que me fez me manter firme na escalada e ter fé de que seria possível alcançar o topo do Everest e voltar em segurança. Os projetos sociais é o que me manteve resiliente.

Além disso, Aretha também pretende voltar para as montanhas em 2022 e escalar o Monte Denali na América do Norte.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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