As Vítimas do Cerro Mercedário

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O Mercedário é o quarto cume mais alto da América Latina com 6.770 metros de altura. Porém a escalada a esta montanha é das mais complicadas em função de suas rampas mais acentuadas e do terreno difícil. Nos últimos 51 anos a montanha registrou 7 casos entre desaparecidos e mortes comprovadas.


Sem contar com o caso do andinista portenho Javier Pauczek (39), desaparecido há 10 dias, o mais alto dos Cerros Sanjuaninos contabiliza, entre mortos e desaparecidos, 7 casos registrados desde o primeiro há 51 anos. Tais dados surgiram de um levantamento realizado em consultas a resgatistas, guardas parques e arquivos da imprensa. Os 7 casos são apenas os que vieram a público e não se descarta a possibilidade da existência de outros tantos que permanecem desconhecidos.

1959 – O chileno
Um grupo de escaladores chilenos subiram até o cume do Mercedário a 6.770 metros acima do nível do mar e de modo inesperado apenas um escalador despencou pela parede oeste. O caso despertou muitas suspeitas de que seus companheiros tivessem, de alguma forma, responsabilidade no acidente. O corpo foi exaustivamente procurado pelo pessoal da RIM 22, mas sem sucesso. No ano seguinte se organizou um grupo de buscas composto por resgatistas chilenos e sanjuaninos, mas nunca o encontraram.

1981 – A Tucumana
Uma mulher tucumana escalava em companhia do irmão e do noivo, quando armaram acampamento no glaciar El Caballito a 5.600 metros de altura. Os dois dormiam e a mulher saiu da barraca para urinar sem calçar os crampons e aparentemente escorregou na neve, caindo numa greta no gelo. Na manhã seguinte seus acompanhantes procuraram ajuda com o RIM 22 e iniciaram as buscas que se prolongou por 3 anos consecutivos, mas nunca foi encontrada.

1999 – O americano
Dois norte americanos escalavam com um guia sanjuanino e a noite, enquanto dormiam na barraca, um deles padeceu de edema cerebral produzido pela falta de oxigênio. O turista não havia demonstrado nenhum sintoma durante a subida e a patologia foi fulminante. No dia seguinte foi baixado já sem vida a Barreal.

2002 – O Militar
Um militar do Regimento 22 de Infantaria de Montanha, RIM 22, faleceu em razão de um edema pulmonar. Cláudio José Jurczyszyn era filho do sub chefe do estado maior do exército e morreu a poucos metros do cume num exercício regular com seus companheiros de farda. Outra morte pela falta de oxigenação em grande altitude. O cadáver foi baixado com o uso de um helicóptero da guarnição.

2003 – O Alemão
O caso mais notório ocorreu com o alemão Andreas Colli, que anunciou sua intenção de escalar o Mercedário. A autoridades foram alertadas após 23 dias do desaparecimento e iniciaram as buscas sem jamais encontrá-lo. Pensou-se até que poderia ter desistido da aventura e se dirigido a Mendoza sem qualquer aviso. Em 2006, sua mochila foi encontrada por uma expedição italiana e as buscas foram novamente reativadas, mas sem sucesso.

2005 – Comoção por Ceballos
O jovem de 26 anos chamado Marcos Ceballo morreu ao cair na parede sul do Mercedário, considerada a mais técnica e perigosa devida a inclinação de aproximadamente 70 graus. Ceballos era experiente e já havia culmeado a montanha 3 vezes e também o aconcágua em janeiro de 2003. Aparentemente um parafuso de gelo soltou-se da parede com a queda do escalador e motivou sua morte, segundo o pelotão de resgate. O caso comoveu os escaladores sanjuaninos.

2005 – O Fotógrafo Americano
Um reconhecido fotógrafo de fama mundial, Carl Skoog, morreu ao tentar descer o Mercedário com esquis. O homem descia esquiando em companhia de um amigo quando despencou aos tombos pela neve fresca por aproximadamente 4.000 metros. Skoog&nbsp, ao iniciar a descida demonstrava muito cansaço. Era conhecido em todo o mundo por produções fotográficas de esportes radicais que ele mesmo praticava e seus trabalhos eram publicados pela National Geographic.

Fonte: www.diario de cuyo.com.ar

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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