Ataque de abelhas deixa feridos no Morro do Cuscuzeiro

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Um grupo de cerca de 20 escaladores e montanhistas que caminhavam próximo a base do morro do Cuscuzeiro sofreram um grave ataque de abelhas no último final de semana, 10/09. Todos foram encaminhados para o hospital onde foram atendidos e liberados. Eles estão bem e se recuperam do ataque.

Morro do Cuscuzeiro.

Luciana Calciolari que escala em rocha a cerca de dois anos estava com um grupo de seis escaladores e mais dois guias no local nos relatou como foi o ataque. Ela conta que estavam na base quando perceberam a presença de algumas abelhas isoladas. “Ninguém acreditou que teria um ataque tão intenso. A gente acreditou que ia ser umas quatro ou cinco abelhas, no máximo dez abelhas. Mas ai de repente começou um som super forte de zunido de abelha, parecia um drone”, contou.

A escaladora conta que quando surgiram as primeiras abelhas eles ficaram em silêncio, abaixados e tentaram se proteger colocado roupas e blusas. Todavia, uma mulher de outro grupo começou a ser atacada e a gritar. Foi quando as abelhas se alvoroçaram.

A fuga das abelhas

Um dos guias que estava com a escaladora decidiu correr para a fazenda e Luciana e alguns amigos o seguiram. De acordo com ela, foi durante a fuga que ela sentiu as primeiras picadas de abelha. “Acho que só senti as três, quatro primeiras picadas. Depois eu sabia que estava sendo picada por abelhas, sentia dor, mas o pânico e a adrenalina eram maiores. Todo mundo começou a correr e gritar mais ainda e não tinha como se proteger das abelhas por ali”, narrou a escaladora.

Luciana e seu grupo antes do ataque.

Como a trilha que dá acesso a base da montanha é bastante acidentada e com vegetação, Luciana caiu e torceu o tornozelo, quebrou um dedo do pé, além de sofrer várias outras lacerações e hematomas pelo corpo. Ainda assim, ela continuou correndo até passar uma área de floresta quando percebeu que as abelhas haviam parado de persegui-la. “As pessoas rolavam no meio da trilha, se jogavam no chão, gritavam, pediam socorro e muita gente caia”, relatou Luciana.

No entanto ela precisou voltar para socorrer o seu parceiro que possui alergia a picada de abelhas e estava se sentindo mal na descida, sem forças nas pernas e já perdendo a consciência. Luciana sempre anda com um kit de primeiros socorros e remédios contra a Anafilaxia e o ajudou até a chegada da ambulância. Como a ambulância não tinha estrutura para os primeiros socorros, ele foi levado às pressas para o hospital.

Luciana levou cerca de 50 picadas e seu parceiro mais de 100 picadas. Ela e todos as outras pessoas que foram atingidos pelas abelhas foram parar no hospital onde receberam medicação. Quase uma semana depois, Luciana e seus amigos ainda estão tomando anti-histamínico para combater os efeitos das picadas e se recuperando das lesões ocorridas durante a fuga das abelhas.

Luciana já na base, após o ataque dos insetos.

Durante o verão, os ataques de abelhas tendem a aumentar. Por isso é recomendado que se redobre os cuidados em áreas onde há a presença desses insetos. Veja mais sobre como agir em casos de ataques de abelhas no vídeo:

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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