O Bira é um quarentão com uma protuberância abdominal considerável, mas não exagerada, que resolveu deixar de ser sedentário. Talvez depois de alguma experiência amedrontadora. No ciclo de vida masculino alguns gargalos são inevitáveis e há momentos em que se sente apenas medo e outros que geram verdadeiro e genuíno terror. A diferença entre um e outro não é apenas o fator de escala, na realidade o medo é uma reação natural experimentada imediatamente após a primeira vez em que não se consegue dar a segundona e o terror já é de outra categoria. Ele aparece na segunda vez em que não se consegue dar nem a primeira. O medo passa, mas o terror é prá sempre.
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O ambiente no QG instalado na Pousada do Sr. Ibrahim andava pesado em função dos confrontos com o grupo de socorro e este infortúnio imediato provocou risadas hilariantes entre os bombeiros e demais voluntários que naquela noite dormiram sentindo-se vingados pelos desígnios do destino.
Com o corpo localizado e as cordas fixadas acima, necessitaram receber por via aérea um novo suprimento para descer os 140 metros contínuos da próxima parede e outro tanto segmentado em 4 etapas até saírem pelo Salto Rosário. No dia seguinte, duas semanas após o desaparecimento, o corpo do Black foi resgatado com o uso da maca inçada verticalmente pelo helicóptero numa manobra de precisão absoluta.
Dois mil e dez rapidamente se aproxima do final, o inverno já se foi e o verão chega com muita chuva. É hora de mudar a agenda, abandonar os pernoites na serra em favor das caminhadas rápidas de um dia perseguindo as tempestades.
Coisas estranhas acontecem no velho Caminho do Itupava desde que por lá alguém perseguiu uma anta em meados do século XVI. Mas quando pensei que aquelas pedras já tinham visto de tudo, eis que nova surpresa aparece para desafiar a lógica. Muitos já disseram a mesma coisa, mas vou repetir só pra confirmar minha fama de chato; Lógica é uma Merda. Vamos aos fatos fresquinhos relatados pela Gazeta do Povo, Paraná Online e muitos outros veículos da imprensa local.
Cuidado, afaste-se! Montanhismo vicia logo no primeiro uso e politicagem também!
A história do Paraná se inicia por misteriosos caminhos na selva que ainda desafiam a imaginação. Texto extraído do livro Caminhos Coloniais da Serra do Mar editado pela Natugraf em 2006, autoria de Julio Cesar Fiori, José Paulo Fagnani e José Carlos Penna Wageck.
O montanhismo é também esporte e tem sede de conquistas. Para um iniciante escalar o Pico Paraná pela primeira vez é uma conquista inesquecível e de nada importa que caminhou por uma trilha aberta, verdadeira avenida, por onde já caminharam milhares de pessoas. Para um colecionador de cumes e paisagens brasileiras é um roteiro obrigatório. Em ambos os casos se trata de uma grande conquista individual, mas e para aquele que trilhou este caminho cinco ou cinqüenta vezes?
Esta semana recebi do Jurandir, companheiro naquela incursão pelo Vale Encantado no Quiriri, um relato antigo descrevendo uma travessia esportiva pela Serra do Mar de Curitiba a Guaratuba pelas trilhas que acompanhavam o Rio Castelhanos.
Existe um lugar de verdejantes colinas gramadas onde os riachos sussurram por entre cachoeiras e cânions, cercado por altas montanhas e profundos abismos com vistas para o mar. Neste lugar paradisíaco os horizontes são infinitos e as brumas o protegem dos olhares humanos.