Em primeiro lugar peço perdão pela ausência de noticias por tempo tão longo. Esses últimos meses desde que desci com sucesso do cume do Cho Oyu (8201 metros), a sexta mais alta montanha da Terra, foram muito corridos.
Sobre o Autor
Por quatro anos, eu venho dizendo para a Andrea como os lugares que revisito e que ela está conhecendo pela primeira vez estão piores do que quando eu vi anos atrás.
Por momentos me senti invencível até que o Victor nos lembrou que escalar uma montanha siginificava chegar no seu topo e voltar a sua base e que só havíamos feito metade do caminho…
Saí do campo base com uma mochila de 16 quilos e um mixto de otimismo e apreensão. Estava possivelmente indo até 7500 metros, de longe o mais alto ponto de minha vida e para passar uma noite a 7100 metros, algo que com meu histórico de aclimatação vagarosa inspirava bastante medo.
Por vinte e cinco anos venho percorrendo as montanhas do Himalaia e olhando os grandes e imponentes gigantes se elevando mais de 3.000 metros acima das lindas trilhas que por si só já estão normalmente muito acima do ponto culminante do Brasil. Nesses anos tive a oportunidade de vê-las todas de perto, todas as 14 montanhas com mais de 8.000 metros. De todas, claro, o Everest foi a que mais visitei, tendo guiado 41 grupos ao seu campo base. Com muita frequência, também cheguei próximo ao Cho Oyu, a sexta mais alta do planeta, já que um dos treks que guio, o Vale de Gokyo no Nepal, chega bem próximo ao seu campo base.
Acabo de voltar de minha escalada do McKinley (Denali) e gostaria de dividir com vocês minha avaliação do equipamento que comprei para esta e minhas futuras escaladas.
Quando eu e a Andrea no ano passado começamos a pensar em escalar o McKinley pensamos em fazer uma expedição privada, só nós dois. Conforme fomos tendo mais informações sobre a montanha começamos a ter dúvidas sobre a sabedoria de irmos em uma cordada de dois.
É com muito prazer que inicio esta coluna na Alta Montanha. Meu nome é Manoel Morgado, tenho 52 anos e há 20 trabalho como guia de montanha.