Dia 4: Picos Sem Nomes, Calçado, Cristal e caminho para o desconhecido.
Enquanto os integrantes da expedição suíça-alemã-austríaca de Kobler & Partner lidavam com o pessoal pouco cooperativo da LAN Peru, além de serem obrigados a empreender uma visita involuntária da cidade de Lima, eu achava ter embarcado numa viagem ao fim dos tempos. A bordo de um ônibus da linha Expreso Tupiza, atravessava uma remota Bolívia, junto a algumas galinhas, por rodovias não asfaltadas. Como muitos guias de montanha, eu tinha um caminho bastante largo para chegar ao seu escritório…
O clima rigoroso do extremo sul da Patagônia transforma suas montanhas nevadas e agulhas imponentes, nos locais de escaladas mais difíceis de serem concretizadas. Isso para quem um dia ousar em algum cume pisar.
Depois de relatar os preparativos e a conquista do ponto mais alto da África, retorno para contar a última parte de nossa viagem.
Estou de volta para contar como foram nossos primeiros dias na África e no Kilimanjaro.
Estou de volta para contar (em partes, como diria Jack) como foi colocar em prática a idéia de escalar a montanha mais alta da África e mais alta montanha isolada da terra: o Monte Kilimanjaro. Ele mesmo, o vulcão das neves eternas, imortalizado por Ernest Hemingway. Hoje, infelizmente, essas neves já não são tão eternas.
Contrariando o refrão do sambinha de Dorival Caymmi, Quem não gosta de samba bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé, eu realmente não nasci para Carnaval e a cada ano que passa me programo para uma viagem, em que no mínimo não tenha que ouvir um pandeiro retumbar!
Mês de setembro prometia. Sete de setembro, menos de um mês e meio antes do feriado eu me encontrava no Caratuva em uma das noites mais frias que já tinha passado dentro de uma barraca. Jerry estava com a gente, e jogou a idéia de irmos pra Urubici no feriado de sete de setembro, e o Bold já teve a idéia de irmos de Kombi até lá.
Meu amigo Elcio me convidou para irmos ao Ferraria, Taipabuçu e/ou Guaricana. Ele tinha planos de colocar um caderninho no Guaricana, bem como no Taipabuçu. Mas, na véspera da viagem para Terra Boa, nossos planos mudaram: soubemos que o Saraiva e talvez o Márcio Muniz iriam para o Guaricana já na quinta dia 9 ( Quinta-feira Santa ). Assim, decidimos que iríamos até o Ferraria, passando antes pelo Taipabuçu, via Caratuva, e também acertamos que iríamos com o meu carro até a fazenda do Pico do Paraná. E assim fizemos. Na reunião da SPM da quarta-feira anterior eu tinha convidado o Eger e o Gnomo para irem conosco. Eles aceitaram, só que ficou combinado que eles iriam já na quinta-feira dia 9 à noite, e de ônibus. Isto porque eu não queria lotar demais o escort, e se eles deixassem para ir na sexta-feira e de ônibus, então nós quatro não nos encontraríamos a tempo de fazermos o trajeto Caratuva-Taipabuçu-Ferraria.
Estava eu lendo o livro &ldquo,Montanhismo Brasileiro&ldquo,, cujo autor é Antonio Paulo Faria, onde me deparei no capítulo &ldquo,Coisas que vêem de cima e de baixo&ldquo,, página 220 especificamente, com o relato do incidente em Pedralva – MG, envolvendo a queda de um JEEP.