
Com o passar dos anos, houve um aumento significativo da participação de mulheres nas expedições para alta montanha. Como guia…
Com o passar dos anos, houve um aumento significativo da participação de mulheres nas expedições para alta montanha. Como guia…
Tudo começou com uma simples pergunta: O que é mesmo, afinal, uma montanha?. E acabou virando uma obsessão, que resultou no maior projeto exploratório de montanhismo dos Andes na atualidade.
Reflexão sobre a atual dramática realidade em grandes montanhas
Não ache que fila é só coisa de banco brasileiro. Isso também acontece, e muito, na maior montanha da Terra. Atualmente, além de precisar desembolsar US$ 50 mil para escalar o Everest, você ainda precisa enfrentar uma fila de 200 pessoas a 8.000 metros de altitude. E não pense que linchamento é algo restrito aos bairros mais pobres do Guarujá você pode ser agredido fisicamente também no Everest. Foi exatamente o que aconteceu no ano passado, quando três alpinistas de elite, entre eles o suíço Ueli Steck e o italiano Simone Moro, tentaram escalar a montanha por conta própria e quase foram linchados por cem sherpas a 6.500 metros. Também não ache que lixo a céu aberto é uma visão exclusiva de grandes cidades de países em desenvolvimento. No Everest, você encontrará toneladas de lixo espalhadas pelo caminho até o cume, localizado a 8.848 metros.
É, às vezes sou sincero demais e falo as coisas do jeito que elas são sem mastigar muito a forma que digo tudo. Mas não é hoje que vou mudar isso. Aqui vão algumas verdades e tudo o que deve fazer e não fazer antes de querer aventurar-se em grandes altitudes e sentir-se uma criança novamente pensando “Por que não fiz isso antes?”
No país do futebol onde aparecem cada vez mais e mais pessoas querendo escalar montanhas geladas, também é cada vez mais comum esta outra realidade: Porque o brasileiro desiste tanto?
Já pensou sentir um terremoto enquanto você escala uma montanha? Poucos sabem, mas a maior tragédia da história do montanhismo também foi causada por um terremoto. Foi no Pik Lenin, no Tadjiquistão, em 1990. Uma avalanche causada por um terremoto acabou cobrando de uma só vez com a vida de 43 pessoas.
Quando se escolhe ser guia de montanha, é preciso aprender de tudo um pouco na marra. Mesmo sem querer, várias habilidades acabam sendo aprendidas por necessidade nas grandes altitudes. Chegamos a aprender dezenas de curiosidades sobre neve e gelo, além de muito sobre dinâmica de grupo, pois ficamos lá por até dois meses. Também aprendemos a arrumar aparelhos como computadores, antenas satelitais e geradores. Contudo uma das coisas mais importantes para se aprender tem a ver com emergências médicas. Não é comum que apareçam alguns pacientes com pneumonia, males digestivos ou problemas de altitude. Eu mesmo já tive que fazer coisas bem mais malucas, como extrair dentes, suturar dedos e até mesmo tratar casos extremos de hemorróidas!
Todos me perguntam como é eu comecei a guiar expedições na montanha. Até gostaria de contar uma história mirabolante e bem sucedida. Mas a verdade é que minha primeira experiência no ramo foi um verdadeiro fiasco!
Já faz mais de 2 décadas que os materiais impermeáveis e transpiráveis fizeram uma verdadeira revolução no mundo da roupa de montanha. Até então, os terríveis plásticos que se usavam, se por um lado protegiam da chuva e a neve exterior, encharcavam por dentro em nosso próprio suor.