Aconcágua, o senhor das Américas, maior montanha fora dos limites do Himalaia, do ocidente e do hemisfério sul, está com tarifas novas para esta temporada. Para quem deseja fazer a ascensão o bolso vai doer um bocado!
Sobre o Autor
O povo deve achar que eu sou um desocupado que só pensa em montanha o tempo todo. Bem, quase isso. Continuo minha busca desesperada por um emprego, atirando pra todos os lados, topando bicos, afinal preciso me ocupar pra não enlouquecer. Mas, minha pesquisa nas montanhas sulamericanas é algo interminável. Bisbilhotando sobre algumas delas descobri, há um lugar na América do Sul que o montanhismo é mais prejudicado com as proibições do que no Brasil!
Quando qualquer pessoa escuta falar em África geralmente pensa em sofrimento, pessoas negras, fome, miséria, guerras civis que viram produções hollywoodianas, ditadores, tribos indígenas, egípcios e faraós, animais selvagens, safáris e etc etc etc. Mas alpinista quando escuta falar em África pensa em Kilimanjaro, Monte Quênia e também na maravilhosa Cordilheira Atlas! Acredite, existe uma Cordilheira na África e não só vulcões isolados. A cordilheira tem diversos picos e é point de escalada principalmente para os europeus, mas pouco ou quase nada se escuta falar dela no Brasil, isto muda hoje.
Vários meses atrás publiquei em meu blog um pequeno texto que exemplificava a popularidade da escalada e das montanhas como um todo ao redor do mundo e principalmente no Brasil, agora complemento o texto com alguns exemplos mais específicos.
(PARTE FINAL)
Caminhamos praticamente correndo pro Agulhas. Levando em consideração que as caminhadas dos dias anteriores já tinham mais que aquecido as pernas, deu pra nós três avançarmos muito, muito rápido pela trilha até o Agulhas. Mesmo bastante cansado e com o pé direito doendo, ainda da recuperação da minha unha do dedão que necrosou por causa do Mont Blanc, coloquei pra dentro dois analgésicos e simbora…
Acordamos e logo começamos a comer, nos preparando para o que pensavamos que seria uma piramba da braba. Depois do café nos informamos com os locais onde começava a trilha e não demorou muito, um senhor nos levou no início da trilha. Começamos a andar depois de agradecer, sob um sol meio escondido, meio aberto, e calor.
Pois é, depois de um ano, continua a minha exploração particular do Parque Nacional do Itatiaia, primeiro parque brasileiro. A iniciativa do feriadão no parque foi idéia do Tácio, dando continuidade ao seu projeto de montanhas de 2010, para tanto ele reservou o abrigo Rebouças e tratou de convidar toda a trupe que era composta pelas figuras: Elias Maio, Flávio Varricchio, Davi Marski, Cintia Marski, Tácio Philip, Paula Neiva, Dom Miranda, Rafael, Patrick Godoy, Pedro Hauck e eu. E lá vamos todos nós pro parque que é habitat natural de montanhistas e amantes da natureza em geral!!
Acredito que ser um colunista do altamontanha significa mais que ter vasta experiência em montanha ou alta montanha propriamente dita. Significa ser crítico por natureza, ser amante incondicional da natureza e tudo que se relaciona com ela, significa ser amante não só das montanhas mas de suas características e de toda manifestação cultural que envolve o imaginário local e seus impactos. Significa mais que estar sempre na montanha, sobretudo, entender a vontade infindável e nossa paixão pela liberdade que elas nos proporcionam. Claro, isto é uma opinião pessoal.
Antes mesmo de começar o retorno sabíamos o que teríamos pela frente. No primeiro dia encaramos 8,3km e 1.258 metros de desnível com mochilas pesando pelo menos 15kg cada por metade do caminho, peso que foi aumentado após a coleta da água para quase 20kg cada. No segundo dia já havíamos caminhado 6,6km só para chegar ao cume da montanha objetivo. Agora teríamos que fazer o mesmo para voltar, não seria fácil mesmo sem o peso do dia inicial.