Talvez poucas pessoas de vocês conheçam ou conheceram o Marcelo Delvaux. Pelo menos aqui no Brasil era assim que a gente chamada ele “Delvô”, um nome francês dificil de falar. Tanto era que na Argentina, onde ele era bastante conhecido o chamavam pelo nome do meio: “Motta”.
Há alguns dias, quando eu deixava a Bolívia para vir para o Peru, o suíço Christian, que aluga equipamentos em La Paz, veio me falar dele: “O Motta esteve aqui, ele tinha vários clientes”. Não sei se foi uma provocação, pois meu ultimo grupo do curso de alta montanha que ministro no Huayna Potosi tinha pouca gente, ou ele queria falar de um conterrâneo meu, mas é fato que o Christian foi um dos primeiros a me dar o alerta. “Motta desapareceu no Coropuna”. Seguido de meu amigo e guia de montanha Sebastián Garcia e do guia peruano e presidente da associação de guias de montanha do Peru Julver Eguiluz, mas isso foi na noite do dia 3 de Julho.
As informações eram desencontradas e confusas, como costumam ser nestes casos. Não tinha o contato de nenhum familiar do Marcelo, apenas da Giselle, diretora do Clube Excursionista Mineiro e bastante envolvida com o meio de montanha mineiro. A Gi foi namorada do Marcelo há uns 15 anos ou mais, era meu único contato. Através dela pude contactar a atual namorada do Delvaux, a argentina Julieta e também a irmã dele, começamos a elaborar um plano.
No dia 4, recebi o link do mapshare do Marcelo e aí comecei a desvendar o quebra cabeças. Buscando os pontos e vendo seu rastreamento percebi que ele estava fora da rota normal do Coropuna Oeste, um dos vários cumes do Coropuna que é a quarta montanha mais alta do Peru. Marcelo estava tentando uma rota pela face sudoeste da montanha, um local de glaciares, não muito inclinados, mas uma rota mais técnica e mais bonita, apesar de não ser muito vertical é um caminho mais estético que a normal que passa por uma crista seca cheia de pedras. Bem a cara do Marcelo, um cara que não segue caminhos normais, que procura fazer ele seu próprio caminho, evita lugares famosos e se tornou famoso por isso.
Marcelo tentou escalar esta rota no dia 3 de julho de 2023. Chegou num local cheio de gretas e seraks e retornou. Em 2024 ele chegou na base da montanha, não se sabe quem o levou, mas ele ficou lá sozinho e em 4 horas caminhando montou acampamento no mesmo local do ano anterior, numa altitude de 4880m. Isso foi no dia 25 de junho. Não se sabe porquê, nos dias 26 e 27 ele permaneceu neste acampamento, descendo até um local onde há água, não muito perto de seu acampamento, para buscar o precioso liquido.
No dia 28 ele saiu do acampamento as 4 da manhã e no fim da tarde chegou até os 6300 metros de altitude, retornando em seguida. O horário avançado do dia e algum obstáculo o impediu de chegar ao cume que estava muito perto, talvez menos de uma hora dali. No dia 29 ele descansou e no dia 30, uma antes de sua primeira tentativa, ele partiu de novo para o cume, chegando lá perto das 3 da tarde. Trinta minutos mais tarde, o rastreador de GPS dele parou. Era quase o mesmo local onde Delvaux havia retornado de sua primeira tentativa dois dias antes. Ali o GPS começou a marcar pontos, um perto de outro, fazendo um emaranhado de pontos típico de quando você perde precisão do sinal, algo que quem está habituado a usar este tipo de aparelho sabe bem o que é. Quando eu vi este tracklog e plotei ele no Google Earth, vi que ali era um local onde o glaciar ganhava inclinação e com isso ficava cheio de gretas…
Famoso por seguir seus próprios passos
Quando em 2009 houve uma corrida para ver que mulher seria a primeira a escalar todas as montanhas de oito mil metros no mundo, a coreana Oh Eun Sun e a espanhola Edurne Pasaban quase saíram no tapa. A coreana tinha um monte de sherpas para ajudar, além de muita estrutura e oxigênio. A espanhola, que estava em vantagem, por ter começado antes e ser uma forte e experiente alpinista viu seu recorde escapar pelas mãos e da mesma maneira que denunciava a oriental de trapacear, usando muitos artifícios para suas ascensões, ela própria mudou seus métodos. Oh Eun Sun perdeu a corrida, pois especialistas confirmaram que sua foto de cume no Kangchenjunga não era de fato no cume. A espanhola se tornou a primeira mulher reconhecida a fazer os 14 8k, mas um pouco depois, uma austríaca, Gerlinde Kaltenbrunner finalizou o projeto escalando todas as montanhas de forma independente e sem oxigênio. Naquela ocasião, o colunista do AltaMontanha, Júlio Fiori escreveu um texto usando palavras que eram mais ou menos assim: “Algumas pessoas escalam montanhas famosas com o intuito de se tornarem famosas, outras seguem seus passos e seus projetos e se tornaram famosas por isso“. Essa frase diz muito sobre Marcelo Delvaux.
Qual era o projeto de Marcelo Delvaux? Qual era seu grande feito? Marcelo apenas escalava montanhas e para ele quanto mais desconhecida, melhor. Ele foi um dos brasileiros que mais escalou nos Andes. Das mais altas desta cadeia de montanha, ele tinha 24 cumes diferentes, no projeto que chamamos de Andes 6k, ou seja na ascensão de montanhas de mais de 6 mil metros nos Andes. Ele se orgulhava disso, mas não se importava com a altitude da montanha. Marcelo gostava mesmo é de escalar!
Em 2023, na época em que ele esteve no Coropuna, ele escalou várias montanhas de 5 mil metros desconhecidas no sul do Peru. Ele havia desaparecido por semanas e deu noticias numa postagem do Instagram onde ele estava na caçamba de um caminhão carregado de lhamas dizendo que estava tudo bem. Eu achei aquilo o máximo e fiquei babando nas montanhas que ele havia escalado. Montanhas belíssima de gelo e de nome desconhecidos que nunca saberemos quais são, pois ele parou de atualizar seu currículo de montanha em 2020, quando lá já haviam cerca de 150 montanhas de grandes altitudes escaladas, muitas delas montanhas virgens e sem nome em que ele foi o primeiro a chegar a seu cume.
Marcelo Delvaux nunca escalou o Everest e ele não se importava em escalar montanhas famosas. Pelo contrário, ele era famoso por não seguir os passos dos outros e escalar um grande volume de montanhas inéditas e desconhecidas.
GPS perdido?
Ainda não sabíamos de nada além daquilo que o tracklog do rastreamento do aparelho de GSP de Marcelo nos dizia, ninguém ainda havia estado no Coropuna, mas havia uma chance de que tudo não passasse de uma confusão. E se o Marcelo tivesse deixado o GPS cair e ele tivesse rolado para dentro de uma greta? Isso poderia explicar o fato de que ele não enviou mensagem para ninguém e também não apertou o botão de SOS.
Sem o GPS, Marcelo também não poderia avisar a pessoa que ele contratou, para ir buscar na base da montanha. Mas o que ele faria? O que você faria? Estando num lugar distante e remoto, sem comunicação e sem ter como avisar um motorista quando ir te buscar?
Eu teria descido e ficaria esperando na estrada até alguém passar. Se não passasse ninguém, montaria a barraca de noite e esperaria. Uma hora alguém chega. Falei isso para a Maria, minha companheira de montanha e sócia na Soul Outdoor e para a Claudinha, que escalou comigo um 8 mil no Nepal. Elas acharam um absurdo. “Eu jamais ficaria sentada esperando. Eu iria caminhar de volta até Arequipa”. Até tentei explicar meu ponto de vista “Mas não tem nada lá, e se não tiver água, melhor esperar”. Elas não foram reticentes: “Eu voltaria”.
Se Marcelo tivesse apenas perdido o GPS, ele teria chego no fim de tarde ou de noite no dia 30 no acampamento que ele montou a 4880 metros. Mesmo cansado, no dia seguinte daria para ele ir facilmente até a estrada, pois na ida ele fez este caminho em cerca de 4 horas, descendo poderia fazer até em menos tempo. Se não encontrasse ninguém, quanto tempo ele esperaria? Um dia? dois? Quando eu soube do desaparecimento, já estávamos indo para a quarta noite sem notícias. O fato é, no quinto dia do desaparecimento a Polícia chegou na base e não encontrou ninguém. Mas e se ele tivesse descido?
Essa é uma hipótese que não se pode descartar. Mas em tantos dias, teria encontrado alguém, achado um meio de se comunicar. Quanto mais o tempo passava, a hipótese que mais nos confortava se tornava cada vez menos provável.
Perder o GPS não é algo tão dificil. Em meio, meu amigo Fábio Lima, aquele mesmo que ganhou o Mosquetão de Ouro por ensinar uma comunidade quilombola a escalar em Goiás, perdeu um GPS enquanto escalava o Acotango na Bolívia. Este GPS foi achado no dia seguinte. Em Março, o Luciano Azevedo, um dos mais novos integrantes do Clube dos 6 mil, perdeu um GPS no Barrancas Blancas no Chile. Mas esse não foi encontrado.
Estas histórias me enchiam de esperança. Mas era cada vez difícil acreditar que isso tivesse acontecido.
Guias realizando as buscas.
Por vários motivos acabei ficando como uma ponte entre a família de Delvaux, a namorada e o guia peruano Julver, que estava agilizando toda a questão burocrática com a polícia. Quando no dia 4 a polícia saiu em direção ao Coropuna, eu sabia que aquilo era apenas um procedimento padrão e que sem estarem aclimatados, jamais tentariam chegar aos 6300 metros onde estava o GPS de nosso amigo montanhista. Julver me alertou “a Polícia não vai fazer nada, precisamos de montanhistas subindo a montanha”.
Cheguei a pesquisar passagem e a ver quanto custava o aluguel de um carro alto que me pudesse ajudar a chegar na base do Coropuna. Mas o mais sensato era viabilizar que o Julver e outros guias treinados em resgate pudessem ir até lá em cima. E fazendo a ponte com a família de Marcelo acertamos o valor de 3 mil dólares para que eles pudessem fazer isso de forma privada. Diante dos gastos que só se elevavam, começamos neste dia a fazer uma campanha de financiamento coletivo, que felizmente deu muito certo. Julver e mais 3 guias seguiram para o Coropuna naquela mesma noite.
No dia seguinte, a equipe de Julver encontrou com a Polícia. Eles já haviam feito varreduras, procurando Marcelo nos “pueblos” da região sem sucesso. “Se ele tivesse apenas perdido o GPS e descido a montanha, talvez já tivesse sido encontrado” – pensei eu.
Horas mais tarde Julver alcançou a altitude de 4880 metros, onde encontrou a barraca solitária de Delvaux. Era o sinal de que ele não regressara do cume. Os resgatistas passaram a noite ao lado da barraca de nosso amigo e se prepararam para no dia seguinte realizar uma longa e dificil ascensão até os 6300 metros.
Encontrando a greta.
Não foi uma subida fácil. Delvaux escolheu a face sudoeste do Coropuna para abrir um novo itinerário na montanha. Trata-se de um glaciar levemente inclinado, mas técnico e sobe sem descansos até o topo do vulcão. Como previsto, a 6300 metros a vertente fica abrupta e uma fenda se abre no chão.
A greta estava toda tapada por uma neve em pó muito pouco densa que flutuava sobre o profundo buraco. Dois bastões de trekking faziam ao lado de um único ponto que estava aberto. Talvez na subida Marcelo sinalizara com este equipamento o melhor lugar para atravessar, mas na descida ele acabou perdendo sustentação e nosso amigo desapareceu em seu interior frio e escuro. A greta era tão profunda que não era possível enxergar Marcelo lá dentro.
A neve fina e instável impediu que os guias pudessem fazer uma ancoragem e rapelar no interior da sinistra fenda para ver seu interior, era muito perigoso! A profundidade da greta explicava o porquê que Marcelo não acionou o SOS do GPS. A queda muito provavelmente foi fatal.
Julver e seus amigos subiram até o cume e desceram pela rota normal. Nosso amigo, que tanto amava as montanhas e que vivia para escala-las e aprecia-las, por lá ficou.
O currículo de montanha de Marcelo Delvaux.
Marcelo era um dos mais experientes montanhistas não só do Brasil, mas de todo nosso continente. São inúmeras as montanhas que ele escalou ao longo de sua carreira de mais de 24 anos. Infelizmente em 2020 ele parou de registrar em seu site suas conquistas. Então aqui vai a lista de quase todas as montanhas que ele escalou:
Data |
Montanha |
País |
Altitude |
Obs. |
|
1 |
10/2001 | Cotopaxi | Equador | 5897 m | Tentativa |
2 |
10/2001 | Chimborazo | Equador | 6310 m | Tentativa |
3 |
11/2002 | Acatenango | Guatemala | 3975 m | Cume |
4 |
11/2002 | Tajumulco | Guatemala | 4220 m | Cume |
5 |
11/2003 | Humboldt | Venezuela | 4942 m | Cume |
6 |
11/2003 | Bolívar | Venezuela | 5007 m | Cume |
7 |
01/2005 | El Corazón | Equador | 4782 m | Cume |
8 |
01/2005 | Cotopaxi | Equador | 5897 m | Cume |
9 |
01/2005 | Chimborazo | Equador | 6310 m | Tentativa |
10 |
02/2006 | Tronador (Pico Argentino) | Argentina | 3300 m | Cume |
11 |
02/2006 | Licancabur | Bolívia | 5916 m | Cume |
12 |
02/2006 | Ojos del Salado | Chile | 6893 m | Tentativa |
13 |
01/2007 | Osorno | Chile | 2662 m | Tentativa |
14 |
01/2007 | Aconcagua | Argentina | 6959 m | Cume Rota normal |
15 |
01/2008 | Plata | Argentina | 6000 m | Cume |
16 |
01/2008 | Ojos del Salado | Chile | 6893 m | Cume |
17 |
02/2008 | Osorno | Chile | 2662 m | Cume |
18 |
08/2008 | Sajama | Bolivia | 6542 m | Cume |
19 |
03/2009 | Mercedario | Argentina | 6770 m | Tentativa |
20 |
07/2009 | Chachani | Peru | 6057 m | Cume |
21 |
08/2009 09/2009 | Cho Oyu | China (Tibete) | 8201 m | Tentativa sem oxigênio e sherpas 7800 m alcançado |
22 |
02/2010 | Mercedario | Argentina | 6770 m | Cume |
23 |
06/2010 | Huayna Potosí | Bolivia | 6088 m | Cume |
24 |
10/2010 | Ampato Norte | Peru | 6100 m | Cume |
25 |
01/2011 | Iliniza Norte | Equador | 5105 m | Cume |
26 |
01/2011 | El Corazón | Equador | 4782 m | Cume |
27 |
01/2011 | Cotopaxi | Equador | 5897 m | Cume |
28 |
01/2011 | Chimborazo | Equador | 6310 m | Cume |
29 |
05/2011 | Adolfo Calle | Argentina | 4260 m | Cume |
30 |
07/2011 | Tarija | Bolívia | 5300 m | Cume |
31 |
07/2011 | Pequeño Alpamayo | Bolívia | 5370 m | Cume |
32 |
07/2011 | Austria | Bolívia | 5315 m | Cume |
33 |
07/2011 | Illimani (Pico Sul) | Bolívia | 6439 m | Cume |
34 |
05/2012 | Franke | Argentina | 4817 m | Cume |
35 |
06/2012 | Plata | Argentina | 6000 m | Cume Invernal |
36 |
07/2012 | Urus Este | Peru | 5420 m | Cume |
37 |
07/2012 | Ishinca | Peru | 5530 m | Cume |
38 |
07/2012 | Artesonraju | Peru | 6025 m | Tentativa |
39 |
07/2012 | Toclaraju | Peru | 6032 m | Cume |
40 |
11/2012 | Tolosa | Argentina | 5432 m | Tentativa |
41 |
01/2013 | Marmolejo | Chile | 6108 m | Cume |
42 |
02/2013 | Aconcagua | Argentina | 6959 m | Cume Rota 360o |
43 |
03/2013 | Capilla | Argentina | 4050 m | Cume |
44 |
03/2013 | San Bernardo | Argentina | 4115 m | Cume |
45 |
03/2013 | La Hoyada | Argentina | 5945 m | Cume |
46 |
05/2013 | Heidi | Argentina | 4242 m | Cume |
47 |
05/2013 | Platita | Argentina | 4402 m | Cume |
48 |
08/2013 | Austria | Bolívia | 5315 m | Cume |
49 |
08/2013 | Tarija | Bolívia | 5300 m | Cume |
50 |
08/2013 | Pequeño Alpamayo | Bolívia | 5370 m | Cume |
51 |
08/2013 | Huayna Potosí | Bolivia | 6088 m | Cume |
52 |
09/2013 | Agustín Álvares | Argentina | 5125 m | Cume |
53 |
11/2013 | Mery | Argentina | 4527 m | Cume |
54 |
11/2013 | El Salto | Argentina | 4714 m | Cume |
55 |
01/2014 | Adolfo Calle | Argentina | 4260 m | Cume |
56 |
01/2014 | Falso Stepanek | Argentina | 4114 m | Cume |
57 |
01/2014 | Penitentes | Argentina | 4356 m | Cume |
58 |
01/2014 | Bonete | Argentina | 5004 m | Cume |
59 |
01/2014 | Aconcagua | Argentina | 6959 m | Cume Rota normal |
60 |
02/2014 | Serrata | Argentina | 4224 m | Cume |
61 |
04/2014 | Penitentes | Argentina | 4356 m | Cume |
62 |
04/2014 | Guimón | Argentina | 4238 m | Cume |
63 |
05/2014 | Obispo | Argentina | 4337 m | Cume |
64 |
07/2014 | Hualca Hualca | Peru | 6025 m | Cume |
65 |
07/2014 | Nevado Mismi | Peru | 5597 m | Cume |
66 |
08/2014 | Ciénaga del Tupungato | Argentina | 4394 m | Cume |
67 |
11/2014 | Lomas Amarillas | Argentina | 5159 m | Cume |
68 |
12/2014 | Plata | Argentina | 6000 m | Cume |
69 |
01/2015 | Bonete | Argentina | 5004 m | Cume |
70 |
01/2015 | Aconcagua | Argentina | 6959 m | Cume Rota normal |
71 |
02/2015 | Bonete | Argentina | 5004 m | Cume |
72 |
02/2015 | Bonete | Argentina | 5004 m | Cume |
73 |
02/2015 | Aconcagua | Argentina | 6959 m | Tentativa Rota normal |
74 |
03/2015 | Desconhecido – Maciço do Nevado de Palermo | Argentina | 5500 m | Cume |
75 |
03/2015 | Ciénaga Grande | Argentina | 6030 m | Cume |
76 |
07/2015 | Sorehuire | Peru | 5131 m | Cume |
77 |
07/2015 | Chachani | Peru | 6057 m | Cume |
78 |
07/2015 | Coropuna | Peru | 6425 m | Tentativa |
79 |
08/2015 | Zanja Punta | Peru | 5217 m | Cume |
80 |
08/2015 | Jampa | Peru | 5500 m | Tentativa |
81 |
08/2015 | Austria | Bolívia | 5315 m | Cume |
82 |
08/2015 | Tarija | Bolívia | 5300 m | Cume |
83 |
08/2015 | Huayna Potosí | Bolívia | 6088 m | Cume |
84 |
08/2015 | Acotango | Bolívia | 6052 m | Cume |
85 |
12/2015 | Adolfo Calle | Argentina | 4260 m | Cume |
86 |
01/2016 | Bonete | Argentina | 5004 m | Cume |
87 |
01/2016 | Aconcagua | Argentina | 6959 m | Cume Rota normal |
88 |
02/2016 | Bonete | Argentina | 5004 m | Cume |
89 |
02/2016 | Aconcagua | Argentina | 6959 m | Cume Rota normal |
90 |
04/2016 | Desconhecido – Maciço do Nevado de Palermo | Argentina | 5938 m | Cume |
91 |
04/2016 | Ciénaga Grande | Argentina | 6075 m | Cume |
92 |
04/2016 | Guanacos | Argentina | 6030 m | Cume |
93 |
04/2016 | Morro del Quemado | Argentina | 6015 m | Cume |
94 |
04/2016 | Nevado de Palermo | Argentina | 6150 m | Cume |
95 |
04/2016 | Libertador – Nevado de Cachi | Argentina | 6380 m | Cume |
96 |
04/2016 | Hoygaard | Argentina | 6185 m | Cume |
97 |
07/2016 | Pisco | Peru | 5752 m | Cume |
98 |
07/2016 | Zanja Punta | Peru | 5217 m | Cume |
99 |
08/2016 | Nevado Huayruro Punco | Peru | 5500 m | Cume |
100 |
08/2016 | Austria | Bolívia | 5315 m | Cume |
101 |
09/2016 | Palpana | Chile | 6023 m | Cume |
102 |
08/2016 | Nevado San Francisco | Chile | 6018 m | Cume |
103 |
11/2016 | Aconcagua | Argentina | 6959 m | Cume Rota normal |
104 |
12/2016 | Plata | Argentina | 6000 m | Tentativa |
105 |
01/2017 | Adolfo Calle | Argentina | 4260 m | Cume |
106 |
01/2017 | Stepanek | Argentina | 4180 m | Cume |
107 |
01/2017 | Plata | Argentina | 6000 m | Cume |
108 |
01/2017 | Aconcagua | Argentina | 6959 m | Cume Rota normal, desde Plaza de Mulas |
109 |
02/2017 | Bonete | Argentina | 5004 m | Cume |
110 |
02/2017 | Aconcagua | Argentina | 6959 m | Tentativa Rota normal |
111 |
03/2017 | Adolfo Calle | Argentina | 4260 m | Cume |
112 |
03/2017 | Stepanek | Argentina | 4180 m | Cume |
113 |
03/2017 | Plata | Argentina | 6000 m | Cume |
114 |
06/2017 | Nevado Pallacocha (Coropuna Oeste) | Peru | 6171 m | Cume |
115 |
06/2017 | Coropuna Casulla (Coropuna Norte) | Peru | 6377 m | Cume Nova rota: glaciar noroeste e aresta sul |
116 |
07/2017 | Coropuna Leste | Peru | 6305 m | Cume Nova rota: glaciar nordeste e face noroeste |
117 |
08/2017 | Zanja Punta | Peru | 5217 m | Cume |
118 |
08/2017 | Jampa | Peru | 5500 m | Cume |
119 |
08/2017 | Austria | Bolívia | 5315 m | Cume |
120 |
08/2017 | Tarija | Bolívia | 5300 m | Cume |
121 |
08/2017 | Pequeño Alpamayo | Bolívia | 5370 m | Cume |
122 |
09/2017 | Huayna Potosí | Bolívia | 6088 m | Cume |
123 |
09/2017 | Acotango | Bolívia | 6052 m | Cume |
124 |
12/2017 | Bonete | Argentina | 5004 m | Cume |
125 |
12/2017 | Bonete | Argentina | 5004 m | Cume |
126 |
12/2017 | Aconcagua | Argentina | 6959 m | Cume Rota normal |
127 |
02/2018 | Bonete | Argentina | 5004 m | Cume |
128 |
02/2018 | Aconcagua | Argentina | 6959 m | Tentativa Rota normal |
129 |
05/2018 | Mismi | Peru | 5597 m | Cume |
130 |
05/2018 | Quehuisha | Peru | 5323 m | Cume |
131 |
06/2018 | Raria | Peru | 5576 m | Cume |
132 |
06/2018 | Ishinca | Peru | 5530 m | Cume |
133 |
07/2018 | Austria | Bolívia | 5315 m | Cume |
134 |
07/2018 | Tarija | Bolívia | 5300 m | Cume |
135 |
07/2018 | Huayna Potosí | Bolívia | 6088 m | Cume |
136 |
07/2018 | Huayllaco | Peru | 5460 m | Nova rota face sul, sem cume |
137 |
09/2018 | Acotango | Bolívia | 6052 m | Cume |
138 |
09/2018 | Parinacota | Bolívia | 6342 m | Cume |
139 |
09/2018 | Huayna Potosí | Bolívia | 6088 m | Cume |
140 |
05/2019 | Huarancante | Peru | 5426 m | Cume |
141 |
05/2019 | Mismi | Peru | 5597 m | Cume |
142 |
08/2019 | Acotango | Bolívia | 6052 m | Cume |
143 |
08/2019 | Huayna Potosí | Bolívia | 6088 m | Cume |
144 |
08/2019 | Acotango | Bolívia | 6052 m | Cume |
145 |
09/2019 | Pomerape | Bolívia | 6282 m | Cume |
146 |
12/2019 | Adolfo Calle | Argentina | 4260 m | Cume |
147 |
12/2019 | Stepanek | Argentina | 4180 m | Cume |
148 |
12/2019 | Plata | Argentina | 6000 m | Cume |
149 |
01/2020 | Bonete | Argentina | 5004 m | Cume |
150 |
01/2020 | Aconcagua | Argentina | 6959 m | Cume |
151 |
02/2020 | Aconcagua | Argentina | 6959 m | Cume |
13 Comentários
Conheci o Delvô quando fui de bike do Brasil até o Chile. Passamos duas noites filosofando em Plaza de Mulas em janeiro/17, quando ele guiava um grupo totalmente inexperiente de brasileiros, sendo que um casal pediu resgate de helicóptero logo após chegar ao acampamento base.
Era bem introspectivo e um ser que amava as montanhas.
Descanse em paz!
Uma semana de tragédias para amigos, famílias e o montanhimo nacional. Inacreditável 🙁
Que texto lindo!
Meus Parabéns por sua reportagem bem detalhada e realista , muito profissional.
No início, quando soube da notícia, fiquei a espera de um milagre pois pra Deus nada é impossível…Mas quero deixar aqui o meu carinho, admiração e saudosa lembrança a Marcelo. Fui colega dele na Unisys. Excelente profissional. Ser humano de primeira grandeza. Amava as montanhas e encontrou nelas a sua felicidade plena…para os que acreditam na transcendência do homem.
Grande Montahista. Experiente, muito técnico. Paciente e cuidadoso. Humilde e tranquilo. Buscava montanhas e cumes virgens e novas rotas, há muito tempo. Dono de uma inteligência unica e cheio de cultura pra compartilhar. Meu mestre, meu guia, minha referência. Meu amigo. Que saudades vou sentir de você. Obrigada por tanta coisa… Seu Espírito é LIVRE.
A montanha sempre foi a casa dele.
Marcelão agora está começando novos projetos, novas rotas só que, em um novo plano.
Texto muito envolvente e bem escrito, sobre esse montanhista. A gente lê e fica pensando sobre essa paixão solitária de conhecer e apreciar locais inóspitos, afastados, silenciosos. Se gritou, a fenda engoliu sua única tentativa de socorro, e como Catão, ele permanecerá para sempre num lugar que amava sem limite. Atração fatal… Que Deus dê descanso à alma de Delvaux .Impossível não admirar a obstinação e a conduta pessoal de um sujeito assim.
O Pedro sempre escreve muito bem. Uma pena este final trágico. Perdemos um grande montanhista.
Muito 😢 triste..mas…permanece no lugar que amava….
Descanse em paz. Terminaram aqui suas rotas incansavelmente procuradas e muitas alcançadas. Gratidão.
Não o conheci pessoalmente, mas acreditando na espiritualidade, acredito que realmente ele está livre, encontrou a transcendência de seu ser e como amante das montanhas, sua alma se acalenta nos braços da Grande Montanha. Ele realmente encontrou o verdadeiro sentimento de saber o que é viver além do limite..Sei que está bem..