Brasileiros opinam sobre o caso Sharma x Nalle sobre red tagging

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Na última semana, uma polêmica ganhou as páginas de internet sobre escalada esportiva. Dois dos melhores escaladores do mundo, Chris Sharma e Nalle Hukkataival se desentenderam por conta de uma prática na escalada incomum no Brasil, o red tagging.


A via First Round, First minute, localizada em Margalef na Espanha, é cotada em 9a+ 9b e ainda não recebeu cadena.&nbsp, Equipada pelo americano Chris Sharma, um dos escaladores mais famosos e badalados da atualidade, a tentativa de cadena da via aparece no Filme Dosage V.

Talvez devido ao vídeo da tentativa de Sharma em encadenar a Fist Round, Nalle viajou de seu país (a Finlândia) até a&nbsp, Espanha para tentar escalar a via, mas chegando em Margalef, ele foi impedido de escalar. Motivo: Sharma havia a reservado a via para que ele fizesse a primeira ascenção (First Accent – F.A), numa prática inexistente no Brasil chamada de red tagging.

A ação de Sharma gerou críticas por escaladores de renome no Brasil. Julio Kalango, criador do site Escalada Brasil e que morou na Austrália e teve contato com algumas práticas incomuns por aqui, diz que entende o porquê da existência desta “reserva” da primeira ascensão.

“Quando o cara conquista a via ele coloca uma fitinha vermelha ou cordim na primeira proteção indicando que aquela via ainda não teve uma primeira ascensão e está reservada para o conquistador tentar.

Conversei muito sobre o assunto com um amigo australiano, que faz conquistas e escala forte e é adepto ao Red Tagging, para tentar entender os motivos.

Alguns motivos são: A primeira ascensão é muito importante para eles, quem faz a primeira ascensão leva todo o reconhecimento da comunidade, na minha opinião apenas Ego, pois não precisa ser reconhecido para estar escalando e tentando as vias. Outro ponto, novamente Ego, que nos guias de escalada não é o nome do conquistador que vai ali do lado da via, e sim o nome de quem fez a primeira ascensão. E um terceiro motivo é o trampo que o cara tem para criar a criança, então ele tem um certo direito sobre a via, no Brasil existe apenas o direito autoral, onde ninguém pode modificar a via adicionando ou retirando proteções mas nada em relação a primeira ascensão. “

Outro escalador brasileiro que condenou a prática de red tagging é Caio Gomes de Niterói, que no ano passador foi o terceiro colocado no ranking fluminense de boulder. Veja o que Caio, disse em seu blog sobre o caso:

“Sou um grande fã do Sharma por todas as quebras de barreiras dentro da escalada que ele realizou, mas acho que o ego dele está na estratosfera. A real é que de acordo com várias declarações, ele nunca se mostrou também ser o mais humilde dos escaladores. Mas fechar uma via e embarrerar um escalador de tentar um projeto em função do ego? Isso tudo por um F.A? – Feijão com Arroz (como diz a galera de Cocal).”

Outro escalador que reprovou a prática de Sharma foi Luciano Fernandes, do blog de escalada, que compartilha a opinião de Caio Gomes e Julio Kalango. Para ele ninguém deveria ser dono de uma via de escalada.

O red tagging parece ser uma prática que não vai se popularizar por aqui! Se algum escalador um dia achar que pode ser dono de uma via no Brasil, já pode esperar que sua ação não será bem recebida.

Opine: Você acha justo que uma via fique interditada até que o equipador faça a primeira ascenção? Comente!

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Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

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