Brasileiros realizam o trekking ao Acampamento Base do K2. Acompanhe essa expedição!

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O K2 é a segunda montanha mais alta do mundo com 8614 metros de altitude e uma das montanhas mais emblemáticas do mundo. Sua escalada é considerada dificílima e só para chegar até a sua base é preciso viver uma aventura cheia de adrenalina. O time da Soul Outdoor chegou no Paquistão no último dia 15/06 para percorrer o trekking até a Base dessa montanha surpreendente.

Parte do time Soul Outdoor no Paquistão

Acompanhe aqui cada passo dessa expedição:

15/05 – Chegada em Islamabade

A cidade de Islamabade é a capital do Paquistão e foi lá que começou a aventura desses brasileiros. Chegar até lá exige um bom planejamento, uma vez que os tramites burocráticos para conseguir o visto de entrada no país não são rápidos. Passado esse período de planejamento e mais umas 22 horas de viagem, os primeiros integrantes do o time Soul chegaram ao Paquistão.

Islamabade significa “Morada do Islão” e é uma cidade planejada e construída na década de 1960. Apesar do Paquistão ser um país árido, a cidade de Islamadade possui um micro clima influenciado por três lagos artificiais e pela forte arborização.

Na cidade de Islamabade existem muitas árvores o que ajuda a tornar o clima da região mais agradável.

Após todos se reunirem no hotel, o time saiu para conhecer um pouco da cidade e da cultura local. O Paquistão é um país islâmico e os estrangeiros devem respeitar os seus costumes. Como visitantes, mulheres não devem usar roupas leves nem saias curtas; nas ruas, as mulheres devem estar acompanhadas de homens. Em lugares públicos, homens e mulheres não usam shorts nem camisas de mangas curtas, mas isso não é exigido dos estrangeiros. As mulheres estrangeiras não são obrigadas a usar véu, mas andar com a cabeça descoberta chama muito a atenção. Por isso, as mulheres do time Soul Outdoor optaram por utilizar os véus sobre os cabelos em algumas ocasiões como sinal de respeito

Já os homens devem evitar contato físico com mulheres. Não se pode olhar fixamente para mulheres com o rosto coberto. Os homens não devem entrar no quarto de mulheres. O homem não deve trocar apertos de mão com uma mulher primeiro, mas se ela estender a mão primeiro, ele pode cumprimentá-la com um aperto de mãos.

Se você quiser tirar foto com um paquistanês, especialmente mulheres, é preciso obter seu consentimento. Não fale em voz alta em uma mesquita. Como as bebidas alcoólicas são proibidas nos países islâmicos, não beba álcool em lugares públicos. Fotos e alimentos relacionados ao porco são tabu. Ao fumar, é aconselhável ficar longe da multidão.

Conhecendo alguns pontos turísticos da capital

Antes de embarcar para o interior do país onde estão localizadas as montanhas, o time Soul Outdoor foi conhecer alguns pontos turísticos de Islamabade. Além de restaurantes, eles visitaram a Mesquita Sha Faisal considerada uma das maiores da Ásia, podendo receber 100.000 fiéis nas suas áreas centrais e mais 200.000 dos terrenos adjacentes.

Eles também foram a uma casa de câmbio e comprar alguns equipamentos que estavam faltando.

Montanhista brasileira conhecendo a Mesquista Faisal

O transporte lá é um pouco diferente. Usa-se muito motos e pequenas e apertadas vans.

17/06 – Viagem a Skardu

No sábado o time Soul Outdoor embarcou em uma viagem de mais de 20 horas até a cidade de Skardu que fica a mais de 600 km da capital. A viagem de van transcorreu tranquilamente e o time pode conhecer uns pedacinhos da tradicional Karakoram Highway, uma autoestrada que vai do Paquistão até a China cruzando a Cordilheira do Karakoram. Esta rodovia é considerada a estrada internacional mais alta do mundo, atingindo uma altitude de 4.700  metros.

18/06 – Visita a Marsur Rock Hussainabad em Skardu

Após a longa viagem chegamos a Skardu, essa é a última cidade antes de iniciar o trekking até o Acampamento Base do K2. Essa cidade também está na região Caxemira Ocupada do Paquistão, uma área de conflito na disputa da Índia e do Paquistão pelo território. Mas vive pacificamente há alguns anos.

Assim, o time Soul Outdoor aproveitou para descansar da viagem e “esticar as pernas” fazendo uma caminhada para visitar Marsur Rock, uma pedra singular com uma vista incrível para o vale de Skardu que possui mais de 3,2 milhões de ano e para as montanhas.

Time caminhando para esticar as pernas depois de mais de 600 km de viagem de van.

A famosa Marsur Rock, pedra singular que virou ponto turistico

conhecendo um pouco do vale de Skardu

vista para as montanhas do Himalaia/Karakoram

20/06 – Chegada a Askole

Após uma longa viagem em Jipes 4×4 por estradas de terra e bastante sinuosas, muitas vezes beirando penhascos, chegamos ao vilareijo de Askole a 2900 metros de altitude. Apesar da viagem ser bastante cansativa e cheia de adrenalina, o time chegou bem a essa pequena vila de pastores de cabras. Aqui é o último ponto com habitação. Daqui para frente o time Soul começa o trekking por uma das regiões mais inóspitas do planeta e toda a estrutura que usaremos será levada por mulas e carregadores.

Estrada para Askole

Rebanho de cabras em Askole. Foto: Arlindo Zuchelo

21/06 – Acampamento Jhula

No primeiro dia de trekking o time Soul Outdoor fez o trajeto entre Askole e o Acampamento de Jhula a 3.150 metros de altitude. Logo após sair de Askole eles fizeram uma parada no posto de controle de entrada do Parque Nacional Karakoram para se resgistrar e apresentar as permissões. Foram cerca de 20 km percorridos em uma trilha fácil com cerca de 615 metros de desnível positivo acumulado. A maior dificuldade dessa região é conseguir água, pois mesmo caminhando ao lado do rio Braldu a maior parte do tempo, a água é muito barrenta.

Mulas e carregadores ao lado do Rio Braldu. Foto Arlindo Zuchello

22/06 – Acampamento Paju

Os dias estão quentes no Karakoram. Neste dia o time Soul avançou para o acampamento chamado Paju a 3450 metros de altitude. Em 23/06 eles aproveitaram para descansar nesse acampamento, afinal já completaram mais de 40 km de caminhada.

24/06 – Aniversário na Trilha

A região do K2 é extremaente isolada e a comunicação só é possível com telefones Satelital. Esse foi o dia de caminhar até o Acampamento de Urdokas e do Pedro Hauck que estva resolvendo trâmites burocráticos encontrar o restante da equipe.

Esse também foi um dia muito especial pois o time Soul comemorou o aniversário da queridíssima Maria Salete Regis. Uma mulher forte e que ama uma boa aventura. E não teria jeito melhor de completar 69 anos do que fazendo trekking? Ainda mais um trekking tão desafiador como esse. Maria Salete, você nos inspira!! Parabéns!!

Maria Salete Regis no Aconcágua, em breve foto da comemoração de aniversário no trekking do K2.

26/06 – Chegada a Goro 2 (4300m)

Mais um dia de caminhada, porém o sol e calor deu lugar a chuva e o frio. Ainda assim, o time chegou bem a Goro 2.

27/06 – Acampamento de Concordia

O friozinho na barriga se misturou com a alegria de estar chegando a base do K2. Finalmente o time Soul ficou frente a frente com essa montanha gigantesca e incrível. Infelizmente, o frio acompanhado de chuva e neve não deixaram o time apreciar a paisagem, mas ainda assim foi possível sentir a grandeza dessas montanhas.

Primeiras vistas do grandioso K2.

28/06 – Time chega ao Acampamento Base do K2

Após quase 100 km de trekking por uma imensidão gelada e cercados por montanhas gisgantescas, o time Soul Outdoor chegou a Base dessa montanha tão emblemática. Foram dias desafiadores fisicamente, mas estar em um lugar único como esse encheu a turma de alegria.

Infelizmente o passo Gondogoro está fechado devido a neve, então o time irá iniciar o retorno pelo mesmo caminho de ida.

Em atualização…

 

 

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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