Acompanhe a viagem de Aline Souza na Carretera Austral desde o começo:
Dia 2 – 24/12/2018
- Trajeto: de Villa La Angostura à Termas Puyehue
- Distância: 90km
- Acumulado de subidas: 1505m
- Acumulado de descidas: 1848m
- Terreno: asfalto
A noite no Hostel foi um pouco agitada. Estávamos eu e outra menina no quarto, e chegaram novos hóspedes no meio da noite. Faz parte …
Acordei às 7h para me ajeitar e ajeitar a Mortícia (minha bike). Queria deixar tudo pronto para poder chegar às 9h na oficina, horário combinado com Ariel.
As 8h foi servido o café. Muito bom quando o hostel inclui café, algo a menos com que se preocupar. Nesse em especial tinha um doce caseiro delicioso, além do doce de leite delicia de sempre (lembrando que ainda estou na Argentina).
As 9h estava na oficina. Ariel estava abrindo, colocando as Bikes pra fora. Enquanto isso íamos conversando. Ele disse que teve uma bike igual a minha e que já foi mecânico da specialized em algumas competições. Disse também que saiu de Bariloche e veio morar em Villa La Angostura em busca de sossego (dou valor).
Tive que tirar as bolsas que recém havia ajeitado. Ele tirou a roda e me mostrou que as pastilhas estavam bem grudadas, me deu umas dicas para abri-las caso acontecesse de novo e também me deu uma proteção para usar nas viagens. Depois disso, colocou a roda e viu o disco estava realmente torto. Vou ajeitando e testando, até que não pegasse mais.
Ainda pedi para ele ajeitar meu banco, Pezão colocou um banco emprestado pela Janinha na bike e acabei não testando (pode parecer loucura ir com um banco que você não está acostumada, mas o meu, recém trocado certamente iria me incomodar). Também pedi para corrigir meu guidão, que ajeitei sozinha depois do transporte na caixa, mas não ficou numa boa posição. Bike toda ajeitada, hora de recolocar toda a bagagem.
Sai dali uma 10h30.
Antes de sair da cidade passei num mercado, comida já tinha o suficiente, mas comprei 3 Gatorades, já estava sedenta e tomei um na fila, aproveitando que estava bem geladinho. O sol já estava de rachar, mas com certeza hoje me hidrataria melhor.
Sai da cidade por uma ciclovia, toda bonitona, cruzando com caminhantes, ciclistas, corredores. Incrível como ter esses locais adequados incentiva o povo a se exercitar (pena que os governantes brasileiros não estão muito preocupados com isso).
E o melhor de tudo, agora o pedal está sendo outro, fluindo, com o freio ajustado me sinto muito mais leve.
Saindo da zona urbana da cidade, acabou a ciclovia e voltei para a Ruta 40, nesse percurso bem menos movimentada do que a caminho de Villa La Angostura. Começaram também algumas subidas, nada diferente do esperado. O dia estava 100% aberto e a vista do lado esquerdo era linda. Difícil não ficar maravilhada e continuar querendo parar em cada biboca para tirar fotos.
Depois de uns 10km sai da Ruta 40 e peguei a Ruta 231 (que vira Ruta 215 no Chile). Seguindo por um sobe e desce onde continuavam as lindas vistas.
Passados mais uns 10km cheguei no primeiro ponto de controle, guardaria nacional Argentina.
Nessa primeira parada te dão um papelzinho com teu nome e veículo. Logo tem a imigração de saída da Argentina, onde vc entrega o tal papelzinho e mostra o passaporte.
Saindo dali o bicho começou a pegar de verdade, mas eu ainda não tinha noção (rsss). Começou a subir bastante, mas eu pensava, logo isso vai acabar, já subi demais. Só entendi que não quando vi placas de Paso Cardenal .. Paso, isso significa que terei que atravessar montanhas de verdade. Ok!
Segui subindo e no caminho e encontrei um cicloturista vindo na direção contrária. Gostei que ele parou e puxou papo, primeiramente perguntando de onde eu era. Batemos um bom papo. Ele é Alemão e realmente não saberia escrever o nome dele. Esta viajando fazem 4 e me contou um pouco do seu roteiro. Foi uma ótima distração durante aquela subida. Por sorte não perguntei a ele quanto subiria ainda. Para que sofrer por antecedência, né?!
Subi mais um pouco e parei para um lanchinho, comi aquela pizza do dia anterior, delicia.
Logo parei em mais um mirante onde se podia vê parte do caminho percorrido com suas subidas e curvas e também o Cerro Pantojo, originado de um antigo vulcão que se erodiu, restando apenas a rocha do interior da cratera que é mais resistente e permaneceu na paisagem.
Depois de muito subir, finalmente cheguei ao topo do Paso Cardenal, ali tive informações da altitude, 1321m, coisa linda. Como dizem: você tem a vista das montanhas que sobe.
Já eram 16h horas e eu só estava na metade do caminho. Faltavam 46km. Confesso que fiquei preocupada, mesmo sabendo que agora obrigatoriamente teria que descer, assim o pedal renderia um pouco mais.
Na descida passei por uma longa floresta de árvores secas. Fique curiosa, foram muitos quilômetros com a vegetação assim.
Depois dessa paisagem bucólica cheguei à imigração Chilena. Essa me tomou pelo menos uns 30min. São 4 etapas, verificam o passaporte, pedem informações do veículo, pedem para assinar um termo declarando um monte de coisas e inspecionam o veículo. Fiquei preocupada, pq tinha ovos cozidos e quinoa no alforge. Perguntei ao guarda e ele falou que tudo bem, mas na verdade não poderia, quinoa semente e está na lista de proibidos. Enfim, o guarda me pediu para abrir varias bolsas só alforge, mas passei com minha comidinha.
Dali até as Termas teria mais 20km. Pensei que seria rápido, mas não foi. Já estava cansada e o trajeto era cheio de sobe e desce.
Numa das descidas passei direto por uma placa que dizia Salto Los Navios, na resisti e voltei. Valeu a pena.
Seguindo o Maps, sai da Ruta 231 e entrei na U-485 e fiquei aguardando ansiosamente pela chegada do camping, deveria estar próximo. Encontrei um senhor correndo, conversei com ele. Não sabia do camping, mas disse que logo chegaria no hotel Termas. Disse que se quisesse acampar deveria seguir pela Ruta 231 por mais 30km, falei a ele que não tinha condições para isso, estava cansada demais, e que se não encontrasse o camping colocaria minha barraca em qualquer lugar.
Pedalei mais um pouco e cheguei ao Hotel/Spa Termas de Puyehue. Conversei com o guarda perguntando sobre o camping … ele nem sabia da existência. Fez umas ligações e descobriu que havia sim um camping, seguindo 4km pela estradinha, mas avisou que eram só subidas (posso chorar?). Bora la … subida pouca é bobagem.
A estradinha até o camping era uma graça, mas naquela altura do campeonato estava difícil de curtir, já eram 20h (escurece as 22h por esse período) e eu estava esgotada. Chegando no camping falei com a atendente e ela me cobrou 25.000 pesos chilenos, havia recém entrado no Chile e não fazia ideia de quanto se tratava. Apenas no dia seguinte que descobri que paguei praticamente 150 reais para acampar, PUTA QUE PARIU …
O camping faz parte de um complexo turístico, bem chique pelo jeito. Tem uns bangalôs, domos perto do camping e o camping, onde obviamente só havia a minha barraca, quem mais pagaria esse valor para acampar?
Era noite de Natal, e eu estava REALMENTE exausta. Tomei um banho demorado e quentinho, pensei em cozinhar, mas comi p último pedaço da pizza, 2 ovos cozidos, tomei o resto do Gatorade e capotei, por volta das 22h30.
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9 Comentários
Olá, muito legal a sua viagem, trabalho co Cicloturismo aqui na Serra do Caparaó e tenho vontade de fazer essa rota.
Vou continuar acompanhando a sua aventura.
Parabéns.
Oi Jorge, espero que tenha acompanhado e curtido a viagem. Qualquer dúvida estou a disposição. Obs: já visitei a serra do Caparaó, coisa linda. Abração
25 Lucas por uma noite de camping? Que assalto! Pagamos entre 4 e 5 Lucas!
Nemmmmm me fale! Pensa na raiva. Ainda mais que desviei o caminho e subi mais um bocado até chegar lá. afff
Engenheira “Eletricista”…..hehehehe
😀
Como estabelecer contato com Aline ?
Como posso conversar com Aline ,?
Me passe o fone dela por favor .
A Aline está viajando Lucio, lá ela não tem telefone. Se vc quiser posso passar um recado.
Oi Lucio, só vi teu comentário agora, se ainda quiseres contato, podes me chamar no instagram @alineeletrica ou pode me escrever por email [email protected] Abração