Vizinho de Cotia, Embu e Itapecerica, São Lourenço da Serra é muito mais que um município pra se construir sitio e relaxar. Situado entre a Região Metropolitana de São Paulo e o Vale do Ribeira, seu nome presta homenagem ao padroeiro da cidade e ao rio que banha (e abastece) a cidade, o São Lourenço. E foi num breve bate-volta neste lugar que tb integra a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica que conhecemos não apenas uma prosaica e bela trilha no sertão de Itatuba como tb a simpática Cachu dos Prata. Uma visita que mal arranhou o lugar mas escancarou, inclusive, q a cidade não explora td potencial eco turístico que tem, a despeito da alcunha de Cidade Natureza
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Pertinho de São Paulo existe um caminho que agrada tanto a jipeiros, motoqueiros, bikers e até andarilhos em busca de adrenalina. É a Trilha do Oleoduto, chamada assim por ser onde a Petrobrás abriu caminho pra instalação (e depois, manutenção) duma extensa rede de dutos e que rasga, no sentido norte/sul, boa parte da bucólica região de Santana do Parnaíba. Sim, aquele quadrante a muito deixou de ser selvagem, mas ainda tem seu charme interiorano, com morros cobertos de reflorestamento/mata secundária, mirantes, riachos, fazendas e até animais silvestres. Por ser uma rota bem extensa, arrumei meio período dum domingo sem ideias mirabolantes apenas pra conhecer os tortuosos 6kms do trecho que vai de Jordanésia até São Benedito, incrivelmente repleto de altos e baixos de responsa.
Revisitando rolês refrescantes incrustados em rios da Serra do Meio, limite municipal de Sto André e Paranapiacaba (SP), decidi fazer um circuito que devia visita faz tempo: a Ferradura do Rio Vermelho. Este curso dágua menor deve seu nome à coloração rubra de suas águas – resultante do acúmulo de matéria orgânica – e despenca serra abaixo numa sucessão de quedas fabulosas. Variante da Ferradura da Fumaça, este roteiro consiste em descer o Vale dos Cristais até a confluência dos demais rios, na Cachu do Portal, e dali retornar por este afluente menos conhecido do ilustríssimo Rio da Fumaça. Na base do rasga-mato e escalaminhada, eis mais uma aventurina adrenada e pouco divulgada q além de belos visuais, desconhece totalmente a muvuca habitual dos seus notórios vales vizinhos.
A Praia Saco do Major é uma pérola situada na cidade-balneário de Guarujá, litoral de Sampa. Deserta, selvagem e cujas areias claras são cercadas de morros forrados de Mata Atlântica, seu nome deriva de sua topografia e por ter sido, no passado, moradia de um oficial aposentado. Atualmente este paraíso está em propriedade particular e seu acesso é, em tese, proibido. Mas tomando oportunas picadas extrativistas é possível chegar nesta minúscula baia de ondas fortes e águas transparentes em menos de 3hrs de pernada. Geograficamente, o Saco do Major se situa no extremo oeste da Ilha de Sto Amaro, cuja silhueta se assemelha a de um dragão. Portanto, não deixe de conhecer esta linda praia onde carro não chega, encravada na boca deste réptil imaginário.
Importante centro de peregrinação religiosa de Sampa q só perde pra Aparecida do Norte, Pirapora do Bom Jesus recebe romarias de devotos o ano inteiro, seja a pé, cavalo, bike e até charrete. Boa parte deles se vale da SP-132, oportunamente chamada de Estrada dos Romeiros, mas tb existem variantes naturebas q percorrem tanto o alto dos morros do entorno da Serra dos Cristais como o fundo dos vales do Ribeirão Ponunduva. E foi o trecho de 25kms situado entre Pirapora e Cajamar q resolvi andarilhar neste domingo preguiçoso e sem ideias mirabolantes. Pernadinha rural bastante puxada q revela, além dos visus bucólicos do norte de Santana do Parnaíba, q não é necessário pagar promessa pra ter a graça de perambular por rotas peregrinatórias alternativas.
A ideia era descer o Rio da Solvay e ficar de boa, curtindo um banho dominical refrescante nalgum poço natural daquele cafundó sul da Serra do Mogi, borda de planalto situada no limite municipal de Rio Gde da Serra e Sto André. O plano não tinha demanda exploratória ou perrengosa, afinal a rota em questão já havia sido palmilhada vezes sem conta. Contudo, qdo as condições climáticas mudam drasticamente tornando desaconselhável prosseguir um passeio simples, é preciso engolir td pingo de orgulho e obedecer os sinais q a natureza manda na sua direção. Pois é no abismo existente entre querer e poder q reside a responsa e bom senso. Sim, não fomos além do Vale dos Cristais, mas voltamos inteiros pra casa, cheios de estórias pra contar e lições pra ponderar.
Basta alguém soprar alguma dica ou variante de pernada q lá vamos nós, firmes e fortes, atrás dela. Foi o q encaramos neste último domingo de nebulosidade clara, quente e abafada. No caso, o objetivo era um tal Poço das Moças, q o Ricardo ouvira susurrar dum velho morador do sertão de Biritiba-Mirim. Segundo ele, o lugar consistia num enorme piscinão natural onde antigamente as mulheres se banhavam e, não raramente, se afogavam. E com posse apenas dessa info verbal, incerta e imprecisa, fomos atrás do tal poço, sem garantia alguma de fato de chegar nele. Claro q isso td foi desculpa pra gente apenas cair no mato e se refrescar nas Cachus Furada e Light, situadas na região, totalizando um circuito puxado de quase 20km.
Sob pretexto dum mergulho refrescante este fds voltei num local q não pisava a um par de anos, o Vale do Quilombo, de modo a verificar a condição atual de sua vereda principal. Vizinho ao vale do Rio Mogi (Paranapiacaba), o Rio Quilombo é um curso dágua q rasga o vale homônimo no seu sinuoso curso rumo ao litoral. Dentre seus tantos atrativos, q vão desde cachus e ranchos desativados, o Piscinão do Quilombo é uma enorme piscina natural q rivaliza fácil com o Poço das Moças no quesito beleza selvagem. A diferença deste poço mais visado (situado no final do mesmo vale), o Piscinão do Quilombo é atrativo pra poucos. Tb pudera. Percorrer 20km em árduas 9hrs pra vencer um desnível de quase 400m numa trilha confusa e repleta de deslizamentos não é nada convidativo. Contudo, não deixa de ser uma experiência única palmilhar esta exuberante Serra do Mar pouco visitada. E bem pertinho de Sampa.
Ainda sem a autorização definitiva para nossa expedição ao Pico da Neblina, saí de Belo Horizonte, dia 20/11/2014 às 17:08, com destino à Manaus, mas antes, teria uma escala no aeroporto Galeão, Rio de Janeiro.