CEU não quer seu nome atrelado à Campo escola de escalada no Baú

0

O presidente do CEU, Centro Excursionista Universitário da USP em São Paulo, Pedro Refinetti Martins, divulgou uma nota dizendo que a agremiação não quer ter seu nome associado ao Setor de escalada “Campo escola do CEU” aberto a menos de dois anos por uma sócia e outro montanhista na Pedra do Baú – SP.


Em Agosto de 2007 a escaladora Karina Filgueiras junto com Bito Meyer abriram um novo setor de escalada com o objetivo de formar um Campo Escola na Pedra do Baú em São Bento do Sapucaí – SP. As vias eram de graduação fácil e subiam gradativamente de grau para facilitar o processo de aprendizagem na escalada para iniciantes.

Karina, que é sócia do Centro Excursionista Universitário da USP e diretoria técnica da entidade,&nbsp, decidiu, em homenagem à agremiação, batizar o novo setor de “Campo Escola do CEU” e assim ele ficou conhecido.

Entretanto, os dois escaladores foram denunciados por romper o código de ética local em diversos pontos para a abertura do Campo Escola. Eles teriam grampeado vias já existentes e colocado proteções exageradas, além de terem destruído a vegetação de alguns lugares para abrir as vias.

Tais denuncias contra Karina e Bito provocaram muitas discussões na comunidade de montanhistas paulistas e o CEU decidiu nesta semana por não aceitar a homenagem realizada pela dupla de conquistadores:

“Infelizmente, ao longo do ano passado, ocorreram diversos fatos envolvendo o Campo Escola com os quais o clube não concorda. Desta forma, na última reunião de diretoria do CEU, definimos que não é interesse do clube ter seu nome associado ao Campo Escola. Como o nome das vias e do local é decisão exclusiva dos conquistadores e, portanto, não nos cabe sugerir alterações, decidimos optar pelo não reconhecimento do nome Campo Escola CEU.” Disse Pedro Refinetti no comunicado.

O Altamontanha contactou Bito Meyer em sua residência em São Bento do Sapucaí e ele disse não conhecer o comunicado da diretoria do CEU e também expressou não estar preocupado com isso.

“O montanhismo se faz na ponta da corda eu gosto de desafiar a montanha e estou acostumado a por minha vida em risco, faço isso quase todos os dias. Nestes últimos meses abri 12 vias no Baú, pra mim isso é montanhismo, ação e não discussão, não sento numa mesa de bar para discutir filosofia da escalada como faz quem está me criticando” – Disse Bito pelo telefone.

Karina disse que foi pega de surpresa pela declaração do CEU. Segundo ela, as acusações contra o Campo Escola são falsas, pois não havia nenhuma via de escalada no local, o que havia era um projeto inacabado a cinquenta metros de distância na esquerda do CECEU. Ela também diz que não retirou a vegetação. O que houve foram alguns frequentadores que destruíram o galho de uma árvore.

Sobre a grampeação das sete vias de escalada, Karina diz que elas não são exageradas, ela segue um parâmetro de segurança ideal para principiantes que estão aprendendo a guiar. De acordo com a escaladora os motivos para a repreensão do Campo Escola foi o nome das vias que provocam a diretoria da Femesp.

Karina disse que a motivação dela e de Bito Meyer para a abertura do Campo Escola foram os principantes, pois até então o único campo escola de São Bento era o afloramento rochoso ao lado da rodovia que liga São Bento à Paraisópolis – MG. Na visão deles faltavam vias que possibilitassem aos novos escaladores e montanhistas treinar com tranqüilidade, e o mais importante com segurança e em ambiente de montanha.

Em seu site na internet, o Brasil Vertical, Bito e Karina dizem que quando publicado o croquis do Campo Escola houve mais de 300 downloads logo na primeira semana e que o local está se tornando popular entre quem quer aprender e ensinar escalada.

Veja mais:

:: Seminário de mínimo impacto no baú neste final de semana

:: Bito Meyer – uma lenda do montanhismo

:: Campo Escola do CEU

Compartilhar

Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

Deixe seu comentário