Como escolher uma bota de trilha?

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As botas de trilha são desenvolvidas especialmente para serem utilizadas em ambientes outdoor com terrenos irregulares e se diferenciam das botas urbanas em inúmeros pontos. Uma das principais diferenças é o solado mais robusto para que o usuário tenha mais aderência nos terrenos lisos ou acidentados das trilhas. Normalmente, as botas para trekking também são mais resistentes a abrasão, a água e a umidade.

Entre os calçados específicos para trilha existem vários modelos, cada um deles pode ser mais adequado a um  determinado tipo de atividade. Uma bota para trilhas curtas é diferente de uma bota para escalar uma montanha com mais de 6 mil metros, por exemplo. Sendo assim, o primeiro ponto a ser considerado na escolha de uma bota é o local e o tipo de atividade que você realizará com ela.

Também há os modelos ditos “de entrada” que são botas mais simples e por consequência mais baratas e os modelos mais técnicos. As botas de entrada são ideais para quem está começando a praticar trekking e não quer investir muito, pois não sabe se vai gostar da atividade. Já as botas técnicas são as queridinhas por quem já possui experiência em trekking e escalada e quer um equipamento confortável e resistente.

Outros pontos para considerar durante a escolha da sua bota:

1 – Observe o solado.

Muitas marcas oferecem solados com materiais antiderrapantes. Isso é muito importante para que você tenha estabilidade ao caminhar sobre rochas molhadas, raízes e até mesmo no barro. Alguns solados também possuem um design diferenciado para se tornar mais aderente e também absorver mais impactos. A La Sportiva, por exemplo, costuma ter a tecnologia Impacte Brake System com esse objetivo.

2- Verifique se são impermeáveis

Manter os pés secos durante a trilha pode te auxiliar a evitar as temíveis bolhas nos pés. Para isso, é importante que as botas de trilha sejam impermeáveis. Existem várias tecnologias para impermeabilizar calçados, sendo o Gore Tex um dos mais conhecidos.

3 – Qual é o material que reveste a bota, o chamado cabedal

O material de revestimento da bota de trilha está associado ao tipo de atividade para que ela foi construída. As botas mais leves e com tecidos menos resistentes são normalmente utilizadas em trekkings menores. Já as botas revestidas com couro ou outros tecidos tecnológicos como o Nylon 6.6 de alta resistência, com reforço Honey-Comb Guard da La Sportiva são mais resistentes. Elas foram desenvolvidas para trilhas mais longas e com mais obstáculos como por exemplo o cascalho e o gelo nas montanhas andinas.

Já para alta montanha é necessário que a bota além de resistente também seja quente para proteger os pés de congelamentos.

4 – Observe a altura do cano da bota

A estrutura das botas de trilha foram pensadas para proteger os pés e os tornozelos de entorces. No entanto, há algumas pessoas que não se adaptam aos calçados de cano mais alto. Para as pessoas que tem a “batata da perna maior” e encontram dificuldades de achar a bota ideal, a dica é escolher botas que tenham a parte superior do cano mais maleável. Outra opção é não prender o ultimo gancho do cardaço para que a perna fique mais confortável.

5 – Confira qual é o tipo de entressola

A entressola fica entre o solado e a palmilha e é a principal responsável pelo conforto dos seus pés e pela absorção dos impactos. Lembrando que quanto mais confortável for a entressola, mais tempo você conseguirá caminhar com a bota e seu joelho e outras articulações sofrerão menos impacto. A construção da entressola também pode variar conforme o peso que é necessário carregar em cada tipo de atividade. Assim, as botas para trekking rápido geralmente amortecem menos peso do que as botas desenvolvidas para expedições longas.

 

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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