No início do mês o Alta Montanha visitou o Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas do Paraná (BPMOA), uma instituição renomada que atua no suporte aéreo de operações da Polícia e do Corpo de Bombeiros para salvar vidas. Além de salvamentos em estradas e na cidade, o batalhão também realiza resgates em áreas remotas e de montanha, principalmente na Serra do Mar Paranaense.
Normalmente a aeronave é acionada quando há acidentes ou alguém precisa de resgate urgente. Todavia, é importante destacar que como esse recurso tem um risco alto e custo elevado, são priorizados os resgates em que realmente não há outra forma de evacuar a vítima com segurança. Para decidir quem será resgatado de helicóptero há todo um embasamento técnico realizado pela corporação, bem como a avaliação da necessidade da vítima. Além disso, o voo tem restrições de visibilidade e de claridade. Ou seja, é necessário o tempo estar bom e ser entre o nascer e o pôr do sol.
Por isso é importante que os montanhistas e aventureiros tenham responsabilidade e evitem se expor a situações de risco contando que haverá um resgate aeromédico, pois nem sempre é possível realizar uma operação aérea. No caso das montanhas da Serra do Mar, que recebem muita influencia do clima do litoral, os ventos podem dificultar e até mesmo impedir a operação mesmo que seja em um dia se céu limpo.
-Mas quando devo realmente solicitar este serviço?
Assim que qualquer pessoa identificar um problema de saúde ou ter algum imprevisto/acidente na montanha deve-se comunicar ao Corpo de Bombeiros. São eles que decidirão se há a necessidade e se as condições técnicas são adequadas para realizar o resgate aéreo. Assim, quanto antes o caso for comunicado, mais chances a vítima terá de ser resgatada com sucesso.
Mas cabe lembrar que não se pode mentir para os serviços de resgate aumentando a gravidade do acidente. Mesmo que o helicóptero seja acionado, um operador irá descer na frente e avaliar a situação da vítima. Caso a gravidade não seja tão séria ou diferente do que foi informada para a triagem, a operação é cancelada e os solicitantes podem responder por falsa comunicação.
No entanto, quando usado com seriedade, esse é um recurso que está disponível a toda a comunidade e pode ser a diferença entre a vida e a morte. O helicóptero sai da base um minuto após o acionamento da equipe. As aeronaves disponíveis em Curitiba conseguem atender toda a região do litoral, a divisa com São Paulo ou Santa Catarina e os Campos Gerais em um tempo relativamente baixo. Para chegar ao litoral do Paraná, por exemplo, o helicóptero leva cerca de 25 minutos.
– Como facilitar o processo de resgate?
Quando estamos presentes no cenário de um resgate devemos tomar algumas precauções para facilitar o processo e evitar mais acidentes. Além do barulho muito alto, o helicóptero causa o efeito de deslocamento de ar, ou seja, joga muito vento para baixo. Se você observar um helicóptero chegando é importante se proteger contra os galhos e demais objetos que podem voar com o vento. Além disso, é muito importante cuidar com as hélices e quedas causadas por desequilíbrio.
Se você estiver próximo a vítima, pode ajudar sinalizando abanando uma blusa, jaqueta ou camiseta para indicar o local exato. Mas se não estiver próximo, evite fazer qualquer sinal, pois pode confundir os operadores.
Veja mais sobre como é o trabalho do BPMOA no vídeo feito para o Canal de Youtube do Alta Montanha.