Como funciona os resgates e operações aéreas em montanhas do Paraná?

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No início do mês o Alta Montanha visitou o Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas do Paraná (BPMOA), uma instituição renomada que atua no suporte aéreo de operações da Polícia e do Corpo de Bombeiros para salvar vidas. Além de salvamentos em estradas e na cidade, o batalhão também realiza resgates em áreas remotas e de montanha, principalmente na Serra do Mar Paranaense.

Rafael Wojcik do Alra Montanha e o 1º Tenente Maikon conversando sobre as operações aéreas.

Normalmente a aeronave é acionada quando há acidentes ou alguém precisa de resgate urgente. Todavia, é importante destacar que como esse recurso tem um risco alto e custo elevado, são priorizados os resgates em que realmente não há outra forma de evacuar a vítima com segurança. Para decidir quem será resgatado de helicóptero há todo um embasamento técnico realizado pela corporação, bem como a avaliação da necessidade da vítima. Além disso, o voo tem restrições de visibilidade e de claridade. Ou seja, é necessário o tempo estar bom e ser entre o nascer e o pôr do sol.

Por isso é importante que os montanhistas e aventureiros tenham responsabilidade e evitem se expor a situações de risco contando que haverá um resgate aeromédico, pois nem sempre é possível realizar uma operação aérea. No caso das montanhas da Serra do Mar, que recebem muita influencia do clima do litoral, os ventos podem dificultar e até mesmo impedir a operação mesmo que seja em um dia se céu limpo.

-Mas quando devo realmente solicitar este serviço?

Assim que qualquer pessoa identificar um problema de saúde ou ter algum imprevisto/acidente na montanha deve-se comunicar ao Corpo de Bombeiros. São eles que decidirão se há a necessidade e se as condições técnicas são adequadas para realizar o resgate aéreo. Assim, quanto antes o caso for comunicado, mais chances a vítima terá de ser resgatada com sucesso.

Mas cabe lembrar que não se pode mentir para os serviços de resgate aumentando a gravidade do acidente. Mesmo que o helicóptero seja acionado, um operador irá descer na frente e avaliar a situação da vítima. Caso a gravidade não seja tão séria ou diferente do que foi informada para a triagem, a operação é cancelada e os solicitantes podem responder por falsa comunicação.

No entanto, quando usado com seriedade, esse é um recurso que está disponível a toda a comunidade e pode ser a diferença entre a vida e a morte. O helicóptero sai da base um minuto após o acionamento da equipe. As aeronaves disponíveis em Curitiba conseguem atender toda a região do litoral, a divisa com São Paulo ou Santa Catarina e os Campos Gerais em um tempo relativamente baixo.  Para chegar ao litoral do Paraná, por exemplo, o helicóptero leva cerca de 25 minutos.

– Como facilitar o processo de resgate?

Quando estamos presentes no cenário de um resgate devemos tomar algumas precauções para facilitar o processo e evitar mais acidentes. Além do barulho muito alto, o helicóptero causa o efeito de deslocamento de ar, ou seja, joga muito vento para baixo. Se você observar um helicóptero chegando é importante se proteger contra os galhos e demais objetos que podem voar com o vento.  Além disso, é muito importante cuidar com as hélices e quedas causadas por desequilíbrio.

Se você estiver próximo a vítima, pode ajudar sinalizando abanando uma blusa, jaqueta ou camiseta para indicar o local exato. Mas se não estiver próximo, evite fazer qualquer sinal, pois pode confundir os operadores.

Veja mais sobre como é o trabalho do BPMOA no vídeo feito para o Canal de Youtube do Alta Montanha.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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