Cordilheira Branca – Peru. Agosto de 2013.

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Relato de 3 escaladas na Cordilheira Blanca, Peru: Ishinca (5530), Urus (5495), Alpamayo (5947).

1. O inicio
 
Viagem de ônibus desde Santiago de Chile a Lima. Duração: 3 noites e 4 dias de viagem até Huaraz, uma das cidades base da Cordilheira Branca. Hospedagem no hostel El Tambo da proprietária Mariela. Reencontro com vários escaladores conhecidos. Dias de compras e beberagem pela cidade de Huaraz. Alguns dias depois, partida para quebrada Ishinca para processo aclimatação. Em torno de 6 hs de caminhada com todo peso nas costas para 2 semanas de permanência.  Natalia é atacada por uma vaca durante a aproximação noturna. Rompi um bastão de caminhada na cabeça da pobre besta peleando de torero. Era o que dava para fazer naquela situação a 4000m com 30 kg na paleta de noite e ofegando como moribundo. A vaca loca desistiu após o golpe e Natalia carregou um hematoma na coxa direita pelo resto da viagem. Campo base Ishinca. Descanso de uns dias e ataque ao cerro Ishinca. Escalada fácil pela parede oeste, fora da rota normal, parede que não tínhamos escalado ano passado. Algum trecho de 50, 55° garantia a diversão. Voltamos ao refúgio Ishinca (5000) onde dormimos e compartimos experiências com outro montanhista brasileiro Nelson Bareta, que também subiu o Ishinca. Voltamos para o base, descansamos e organizamos a subida do Urus junto com outro amigo brasileiro Edson Vandeira . Saímos de manhã das barracas e em umas 4 o 5 hs estávamos no cume do Urus. Ventava um pouco e o tempo à tarde sempre nublava. Estava bastante instável e ventosa esta temporada, e com menos neve que no ano passado. Baixamos para o acampamento e descansamos para preparar-nos para subida do Toclaraju (6035). Subimos ao campo Morena e instalamos o acampamento. No outro dia atacamos porem, após umas 3 hs de escalada demos meia volta, pois havia despertado o godzila e o vento nos castigava tal qual acoite e as 7 da manhã estávamos feito picolé. Saída à francesa e baixar para o base, desarmar tudo, voltar a Huaraz. Tá pronta a aclimatação, tá ensaiado! Agora é pau!
 
 
   Alpamayo (5947) o merengue mais guapo da fornada!
 
   1. Arrancada  
 
    Hostel El Tambo, Huaraz, outra vez  arrumar a dita mochila, separar a comida, afiar as ferramentas, um par de conversas para conseguir um transporte até a porta da surreal Quebrada Santa Cruz, acesso para o Alpamayo. Habla daqui, chama dali e se armou os bandoleiros, éramos 8 em uma kombi alugada: 6 amigos mendocinos, eu e a namorada Natalia. 
 
   Arrancamos as 6 da manhã do hostel para uma viagem de 2:30 hs até Cashapampa, local de início da caminhada e aluguel de burros. O arrendamento de animais neste local mais parece rua de boca quando entras para comprar substancias ilícitas. É um ataque de arrieiro te oferecendo todo tipo de oferta e é claro, sempre favorecendo a eles. Quando um deles soltou o verbo em inglês pensando que fossemos gringos os menduca (mendocinos) sacaram dos instrumentos de música (1 charango, 1 bandolim, um teclado de sopro, um reco reco, uma flauta, 1 bongo pequeno e sabe se lá o que mais aqueles desordenados traziam naqueles petates da porra!) e se armou o fandango! Sentamo-nos baixo uma arvore e disfrutamos um momento alegre e descontraído enquanto os arrieiros um a um foram desistindo possivelmente pensando: – esses ai é caso perdido! Um par de temas em espanhol se referindo ao valor dos burros que era demasiado caro e nos fizemos entender. Logo se aproximou um chico oferecendo uma proposta decente e que fazia acordo com nossos planos de chegar naquele mesmo dia ao base. Preço acertado, burros sendo carregados, instrumentos guardados, hora do rock n roll!
 
A atividade de montanhismo no Peru cresce demasiadamente desordenada! O parque cobra um permisso cada vez mais absurdo pela infra que oferece, as empresas de turismo (algumas) têm fama de mercenárias e abusivas e algumas com histórico obscuro, os guias bailam nesse iceberg onde a maioria são profissionais sérios e outros se embebedam e enganam os clientes para poder ganhar suas respectivas diárias, assalto e assassinato a turistas (como o q passou na quebrada Huayhuash em julho desse ano onde alguns trekkers foram mortos a tiro por homens a cavalo) arrieiros tentando cobrar de turistas preços exorbitantes, roubo de mochilas e equipamentos, hospitalidade e humildade contrastando com um quadro não muito desconhecido por nós, brasileiros.  Presenciei isto, conversei com muita gente, o que quero dizer e que vi e vivi este ano e ano passado o preço que vamos a pagar (ou que já estamos pagando) pela popularidade do esporte. O que não falta são estrangeiros com carteiras cheias de dólares a esbanjar e pagar todo tipo de serviço (freezer com cerveja e violeiro no acampamento base do Alpamayo (4300m) para comemorar a volta do cume). O bem da verdade, o dinheiro gerado pelo montanhismo (e atividades turísticas em geral) traz desenvolvimento e pão na mesa de muitos profissionais e campesinos porem por outro lado vem prostituindo estas montanhas de uma forma acelerada e a real que isso não vai parar mais, dentro em breve poderemos ter serviço de acompanhante pelos campo bases (humm) e sabe se lá o que mais mediante uma conta bancaria gorda. Distintas formas de escalar uma mesma montanha. Curioso e preocupante o quanto o dinheiro pode influenciar nestas montanhas. Trabalhando como guia e sendo escalador é difícil tomar uma posição sobre esse impasse que vem se alastrando cada vez mais. Realidade. 
 
   Questionado, eu e Natalia, pelos arrieros que encontrávamos pelo caminho quando subimos e baixamos do base do Ishinca e quando voltamos do base do Alpamayo (contratamos burros na subida) de o porquê de não contratar animais e carregar tudo nas paleta eu simplesmente metia a mão nos dois bolsos da minha calca e sacava para fora o forro desta em um ato mundialmente conhecido como de pobreza, alguns simplesmente riam e outros me olhavam com cara séria sem nada dizer como se aquilo fosse inconcebível ou uma realidade impossível, se via nas suas feições que não estavam acostumados a ver este tipo de gesto, ainda mais vindo de um rubio e uma chilena.” 
 
   2. Aproximação
 
    Entramos na quebrada por volta do meio dia, a transação com os arrieiros nos comeu horas, mas valeu a pena. Tínhamos cinco animais com peso bem distribuído de maneira que nenhum animal estava carregado demais.  A caminhada até o base dura em torno de 8 a 10 hs por isso é feita em 2 dias com acampamento intermediário. Decidimos que faríamos em um dia para acelerar a escalada senão torna se interminável, somente pela quebrada são 22 km até o desvio para o norte pela Quebrada Arhuaycocha. É ao fundo dessa última quebrada que se localiza o campo base. Lugar agradável por demais, protegido, com arvores, pasto, arroio, lenha, mulas e um galpão que serve de abrigo para uma família que vende umas paradas por lá na temporada (cerveja e cigarro). Chegamos lá pelas 10 ou 11 da noite. Os burrinhos fizeram o aguante e nós chegamos batendo a biela devido ao cansaço acumulado dos outras escaladas e da distância percorrida num só tirão, assim me senti aliviado de não ter que carregar o maldito fardo até o fundo daquela grota porque senão ia tá caminhando lá até agora! 
 
   3. Campo Base  
 
   Descansamos um dia inteiro no base ao redor do fogo de chão e vá H2O na goela. O clima seguia o padrão de cambiar ao fim do dia, para pior. Voltaram alguns escaladores do acampamento alto sem poder chegar ao topo do Alpamayo. Muitas nuvens, muito frio, diziam. No terceiro dia resolvemos arrancar pra cima pra tentar a sorte. Essa segunda etapa até o campo alto ou campo de gelo ou campo 1, 2, 3… Sei lá (parece que cada um chama como quer), se descreve da seguinte forma: urgh! Fardo da porra na paleta do véio outra vez, baixa a cabeça, faz o louvado seja Jesus Cristo e sobe e sobe e sobe… em busca daquela tão sonhada vista conhecida de capa de revista do Alpamayo que todos temos guardado na cachola.
 
   4. Acesso aos campos de altura  
 
   Desde o base são aprox. 2 hs até um acampamento chamado morena, ao pé do glaciar. Puras rochas, acarreos durante essa caminhada, fácil. Ao entrar ao glaciar tardamos mais umas 4 ou 5 hs até o acampamento alto (gelo)  ziguezagueando bastante e sorteando gretas. Para acessar esse acampamento é preciso escalar uma parede de 150 metros com alguns passos de 50° que escalamos em simultâneo. Não é difícil, o que pega é a mochila pesada nas costas, tínhamos planos de tentar o Quitaraju que é um 6000 das redondezas então levávamos um pouco de comida e querosene extra. Ao ganhar o topo desta parede, que é a crista oeste do Alpamayo também chamado colo Quitaraju-Alpamayo (5400), ainda resta saltar uma greta e descer para o acampamento alto (5200), aos pés da famosa maravilha…, maravilha que os que nunca viram juravam ser – verdade – e eu, que estava vendo, ainda jurava ser – mentira! – parede sudoeste que elevou esta montanha a uma das mais bonitas do mundo, ai sim, te das contas de que estas na montanha certa, pois em nenhum momento antes se vê esta face e a confusão no base era geral entre nós e os mendocinos, rolou até umas apostas de que estávamos no lugar errado até que algum gaiato apareceu com uma guia (livro) e resolveu o problema.
 
   Chegamos morrendo à tardinha ao campo e nos pusemos imediatamente a derreter gelo. Ai o fogareiro não pára e o consumo de combustível é alto, é bom ir prevenido. Já estavam instalados os mendocinos e um par de escaladores mais e alguns guias com clientes. Vagamos todo o outro dia e estudamos a via, uma canaleta de uns 400 metros com inclinação entre 55/65° após a rymaia a qual chamam ruta francesa. Tomamos sol todo dia e contemplamos o bonito pôr do sol avermelhado da parede SO – por esse momento já valeu a pena por demais estar ali.
 
5. A Via  
 
   Decidimos escalar cedo porém não de madrugada como a grande maioria. Havia vários escaladores e o objetivo era comum, canaleta francesa. Todos estavam iniciando a escalada as 2 ou 3 da manhã porem como o padrão do clima já estava se firmando e o teimoso vento leste, que traz a humidade amazônica e nuvens, estava acalmando, decidimos sair tarde, como as 6 da manhã e, assim, escalamos sem nada por em cima, o que numa escalada deste tipo significa segurança. A canaleta é óbvia e na escalada alpina desprende se muito gelo dos crampons e piquetaços principalmente dos clientes e isso, após algumas horas de bombardeio continuo, acaba com a paciência de um lama.
 
   Encontramos com algumas cordadas que rapelavam, felicitando os pelo cume. Logo tínhamos a canaleta somente para nós, então foi descascar o facão e faiscar as piqueta! A escalada é constante em inclinação, sobre gelo perfeito, com boas proteções. Levamos 8 parafusos e 2 estacas porem acabamos usando 2 ou 3 parafusos e voltamos com 2 estacas para barraca mesmo tendo abandonado duas na via!  Havia bastante abalakovs feitos para rapelar donde se podia proteger e algum cordino ou estaca de quando em vez. A segurança proporcionada pela qualidade do gelo facilitava e agilizava a escalada, logo, as 11 ou meio dia estávamos no cume.
 
   Os primeiros largos da via são bem factíveis de escalar em simultâneo, o gelo ofereceu boas proteções com exceção das duas últimas enfiadas que apresentaram uma espécie de neve inconsistente porem como a inclinação já começava a diminuir apelamos pro toca-toca, era-era. Acessamos o cume, uma crista afiada para ambos os lados, sem maiores problemas.
 
  Desde aí se alcança ver o base e a linda forma do Artensoraju, montanha piramidal que compete com Alpamayo em estética. Estivemos cerca de 1 h no cume para logo iniciar os rapeis. Era importante baixar rápido para minimizar os riscos de quedas de material e derretimento dos abalakovs pelo calor. 
 
   6. Os rapéis.
 
   A descida foi peluda devido que as reuniões, em sua grande maioria abalakovs ou estacas abandonadas, se encontravam justo 60 metros entre uma parada e outra. Bom, minhas cordas benzidas com agua benta por mim mesmo, (já que o padre Saulo da Igreja São Domingos se propôs a enxotar-me do templo como um herege) já estão uma com 48 metros e outra, a verdinha aquela, com uns 51, 52 metros. Aí  veja vance! Tem que chamar nos superpoderes e a gambiarra rola solta no Andes peruanos. Tira daqui, põe pra li, pede emprestado, repõe, saca cordino, abandona cordino, desescala, rescala cagado porque deu medo… Cue pucha tche! Trampo da porra pra desce. Mas é assim, as vezes acontece. Qualquer dia desses estaremos escalando com uns tocos de 15 metros!
 
   Bueno; sou crente na divindade, morro quando Deus quiser, mas amigo, se eu lhe disser até periga a verdade! Enquanto repelávamos, um par de gringos trepava pela canaleta tal qual jaguatirica por um pé da Tarumã. Parecia o Senna e o Proust nos tempos áureos da Formula. Não há necessidade de dizer que iam ensamblados, os dois. Um deles, o segundo, num desses entreveros que se armam na montanha enquanto uns escalam e outros rapelam e o sol começa a fritar o neurônio do vagabundo, o segundo escalador aquele, decidiu cruzar por nossa linha de rapel e possivelmente, porque eu ia rapelando mais abaixo e não olhei para cima, engatou um par de estacas que este trazia por fora da mochila em uma de nossas cordas, talvez na verdinha aquela (toquinho). Rá, o conhecido zunido metálico em queda (pín, pléin, plóun…) me despertou a tenência, só não deu tempo de esquivar, menos mal. A primeira aterrissou no meu casco vindo parar no meu colo, acompanhada de uma saraivada de palavrões destinados a todas as gerações de estacas, a segunda, que deslizava mais suavemente acompanhada por berros de mulher: – Agarra, agarra esta también! foi detida com um trancão de ombro contra a parede gelada. A la fresca! Não é todo dia que o céu regala estaca MSR pro rapeis de corda curta. Olhei para cima, o segundo gringo já passava pela Natalia e nem pestanejou. Iam tão concentrados que nem se deram conta.
 
   Benditas estacas, nos possibilitaram conectar 4 rapeis e logo, após um último rapel de um abalakov chorão (derretendo) botamos o pé na terra (neve), retornando as barracas que estão cerca de 40 min descendo.
 
   7. O Retorno do Jedi 
 
   Cumprimentos e felicitações por parte dos amigos mendocinos que neste dia escalaram o Quitaraju, localizado no outro lado do acampamento, oposto ao Alpamayo, e com uma parede norte impressionante. 
 
   Cozinhando a janta percebemos que o combustível do fogareiro já estava na capa da gaita então já não nos restava outra, o Quitaraju vai ter que esperar. No outro dia empacotamos tudo, nos despedimos dos menduca, os últimos a ficarem no acampamento e que por sorte teriam o Alpamayo somente pare eles na próxima madrugada e subimos de volta até o colo Quitaraju-Alpamayo para iniciar a descida até o base. Ao chegar ao primeiro rapel do colo, dando passo a face sul do Alpamayo e abandonando a típica vista da montanha, vimos que a sorte dos mendocinos acabara de mudar: uma serpente colorida de almas sofredoras arrastavam se penosamente em direção do Alpamayo para atacar a ferramentas o lombo curtido da pobre montanha! Já no rapel nos encontramos com um guia peruano aos gritos com algum subordinado logo abaixo e um desses clientes a lá Sandy Hill Pitbull, meio revocado, meio engasgado, botando os fole para fora mas arreganhando um sorriso de oreia a zoreia quando vislumbrou o paredão sonhado aquele, que era a montanha, aquela.
 
   Assim que a linha de rapel estava desocupada armamos as cordas e boleamos a perna para baixo. Nesse tramo três rapeis são suficientes para superar a parte mais empinada da parede. Ao terminar os rapeis a quantidade de gente que ia se amontoando era incomensurável, cordadas de gringos autônomos e expedições comerciais guiadas motivados pela janela de bom tempo dos próximos dias proliferavam em direção ao colo.
 
  “As expedições comerciais fermentam naquele setor da Cordilheira Branca. O Alpamayo é bastante almejado tanto mais por sua fama.  A engrenagem das expedições (como em toda parte) é da seguinte forma (ex.): a expedição parte de Cashapampa (vilarejo na entrada da Quebrada Santa Cruz) com arrieiros, burros, guia, porteadores, assistentes, cozinheiro e por suposto, clientes. Ao chegar ao campo base Alpamayo (2 dias de aproximação) se monta acampamento e um dia de descanso. A próxima etapa e subir ao campo morena, onde o cliente ira acompanhado do guia, do porteador e do assistente. Arrieiros e burros esperam ou retornam a Cashapampa, cozinheiro permanece instalado no base. No outro dia, guia, cliente, porteador e assistente se encordam e sobem para o acampamento gelo. Descansam um dia e se preparam para escalar saindo de madrugada em direção ao cume Alpamayo, nesta etapa o cliente vai acompanhado somente pelo guia, porteador e assistente esperam no acampamento cozinhando e derretendo gelo. Ao retornar cliente e o guia, o assistente lava, limpa e empacota tudo, porteador mete tudo nas paleta assim como o assistente (por suposto esse ganha um pouco mais) e empreendem a jornada de volta ao base onde estará esperando o cozinheiro com panquecas, pasteis e cerveja gelada! Cue Pucha! E bom escalar tche! No outro dia tudo em lombo de animal outra vez, assistente, cozinheiro desarma e dobra tudo enquanto cliente faz que ajuda dobrando uma varetinha de barraca e, pra baixo que a empresa tá esperando pra encaminhar pro hotel. Também se vê algumas cordadas composta de somente guia e cliente, mais autónomas e menos volumosas, funcionando bem naquele ambiente.”
 
   Enquanto descíamos parei para conversar com um amigo peruano que guiava um cliente estrangeiro, seguido por 2 porteadores. Os quatro vinham encordados e o guia carregava muito pouco e o cliente nada. Os porteadores, encurvados sobre o pesado fardo que traziam, demonstravam o cansaço típico da altitude, mesmo sendo peruanos e aclimatados. Me despedi passando pelos portadores e dizendo: – Bamo vieja, fuerza, a darlo todo eh! Impressionante como sorriam e me agradeciam e seguiam na rabeira do guia e do cliente. É um trabalho bruto tchê, e mal remunerado no Peru.
 
   Algumas horas depois, já no base, comendo a última ração que deixamos pendurada num galho de queñual e fumando o último pall mall, compartimos com outros escaladores estado da via, condição climática, etc. já desfrutando daquele momento onde te encontras com gente limpa e cheirando a Palmolive, recém-chegados, com seus desejos e anseios, tentando formar as mesmas concepções e imagens que tu formavas dias antes no base e, ainda antes em casa, sobre como será, oque virá, como nos sairemos…
 
   Valeu gurizada!
 
    Homenagem ao Nico (Nicolas Made) um dos parceiros mendocinos que participou dessa indiada no Alpamayo e que partiu durante uma escalada no Chacraraju levado por uma avalanche.
 
   Agradecimentos a Conquista Montanhismo, Montanha Equipamentos, Alta Montanha.com, Refúgio Ecológico Pedra Afiada e Eduardo Prestes. 
 
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