Correndo na represa dos Alagados – Ponta Grossa – PR

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No último sábado (10 de maio) aconteceu a 2ª Etapa do Circuito Naventura Trail Race – Circuito Paranaense de Corrida em Montanha 2014, contemplou as distâncias de 6km, 12km e 24km.

Eu realizei o percurso previsto de 12.800m porém no GPS constou 13.750m.  A prova foi realizada na Represa dos Alagados na Cidade de Ponta Grossa/PR, largada no Iate Clube de Ponta Grossa às 14:30h para a distância de 24km e 15:30h para as distâncias de 6 e 12km. 
 
PERCURSO: Não estou acostumada a correr no período da tarde e com sol forte, particularmente, acho meu rendimento melhor pela manhã. O sol castigou bastante até a metade do percurso. Nos 12 km o percurso era bem diversificado, estrada de chão, areia, pedras,  formações rochosas,  trilhas em capão de mato, padrarias, single track, lama, poças de água e dois pontos com rios rasos (ufa!!). 
 
A largada foi em estrada de chão, tentei sair forte, mas não tanto para não quebrar (pace menor que 5:00), porém aproximadamente no 2km já havia um trecho de areia mais fofa, condição que eu não estou acostumada/treinada e acabei diminuindo o ritmo e sentindo o cansaço. Depois, bastante trilha em morro aberto, subidas bastantes íngremes e estradas rurais, proporcionando uma paisagem belíssima com um céu  maravilhoso (recompensador).
 
No trajeto havia várias pessoas com motos para prática de motocross, li no manual do atleta que haveria staff de moto, porém não observei nenhuma identificação. Muitos motociclistas passaram pelos  atletas levantando poeira, engolimos poeira literalmente, e em alguns momentos tivemos que dar passagem para eles. Embora, o lugar seja público faltou respeito com os participantes da prova.  Diferentes esportes podem compartilhar o mesmo local sem prejudicar uns aos outros. No entanto, também encontrei o verdadeiro espírito trail runner  no caminho, enquanto  trotava em uma subida, me distanciei dos atletas que estavam à frente e não havia outros atrás, neste momento um senhor que eu não conhecia diminuiu seu ritmo para me acompanhar até eu me recuperar, e falou “vou te acompanhar, pode ser perigoso ficar sozinha nesse mato”…  
 
Por pessoas assim que eu me sinto incentivada e cada dia mais apaixonada pelas trilhas e montanhas. 
 
Também seguimos em trilhas entre os Pinus, nas quais a folhagem seca no chão e as pinhas proporcionavam uma cenário mais bucólico, muitas raízes no caminho, e eu me divertindo nas descidas e saltando muito. Entre o 6-7km  encontramos a subida mais íngreme, praticamente um paredão de rochas, pouco corrivel, optei em subir devagar, tomar meu primeiro gel de carboidrato e hidratar. Após a subida (quase infinita) havia um percurso mais técnico, single track, o sol já tinha baixado e eu me sentia melhor para correr forte, consegui recuperar a velocidade, porém muitos atletas não davam passagem, fiquei bastante tempo “travada” nas  single track. Acredito que uns dois me deram passagem e os outros insistiram em segurar, enfim,  não entendo a pessoa ver que tem alguém com um ritmo mais forte colado em você e não dar a vez, não falo  pela competição, mas eu me divirto nas descidas e trilhas técnicas…
 
No 11km  (aproximadamente), eu estava descendo muito forte, terra seca, preta e muita poeira, quando levei um tombo digno de vídeo cacetada, o tombo foi seco, levantei rapidamente, tive escoriações nas mãos e joelhos, não sentia dor alguma, mas fiquei com poeira até na boca. A partir desse momento por quem eu passava, me olhava e perguntava se estava tudo bem. Só imaginava as condições que eu me encontrava. No 12km (aproximadamente), quando acreditava que estava acabando, encontramos um paredão, subida difícil e algumas partes com auxílio das mãos.  Após, já em trilha novamente, um atleta levou um tombo na minha frente, ofereci ajuda, mas ele garantiu que estava tudo bem. Mais uns 200m e eu levei outro tombo seco, e sem me machucar. 
 
O final da prova foi em estrada de chão com chegada no Iate Clube novamente, ao me aproximar do pórtico as pessoas que assistiam, percebiam minhas condições pós tombo e perguntavam se eu tinha caído e se estava tudo bem, e muitos aplausos também. Atravessei o tapete vermelho emocionada com a preocupação de todos.
 
Me dirigi para a tenda do nosso grupo de treinos “FC Trail”  e contei com as brincadeiras e preocupação de todos diante da minha aparência (rs). Obrigada novamente meus amigos!!!!
 
Embora eu tenha terminado a prova com a sensação que não corri bem,  fui premiada em 1º Lugar na Categoria 16-29 anos. 
 
ORGANIZAÇÃO DA PROVA: Nos dois dias anteriores a prova, os atletas tiveram que retirar seus kits na Loja Procorrer (para mim é bastante longe), surpresa foi verificar que o kit continha apenas brindes e a camiseta da prova, o chip e numeral deveria ser retirado no local da prova. No dia e local da prova houve tumulto para  receber  chip e numeral, havia uma fila para cada item. Alguns atletas dos 24km se atrasaram devido as filas. Não entendi o porque de não entregar todos os itens juntos, como ocorre em outras provas.
 Na premiação também houve certa desorganização, parece que alguns chips não foram “lidos”, ocorreu bastante atraso nas premiações e alguns atletas se sentiram prejudicados. 
 
Para finalizar digo que nem todas as provas são fáceis, nem todas saem como desejamos, ocorrem surpresas e tombos no caminho, cada prova é uma dor e uma superação… Massss quando é a próxima mesmo???   A paisagem, a sensação de superação e as amizades que conquistamos nestas corridas supera qualquer dificuldade e só aumenta a vontade de continuar.
 
PERCURSO: 13.750m
TEMPO: 1:31:51s
COLOCAÇÃO CATEGORIA: 1º lugar 16-29 anos.
COLOCAÇÃO GERAL: 10º
PRÓXIMA PROVA: Maratona dos Perdidos 20 de Julho – 13km. 
 
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Sobre o autor

Gisely Blanc, 27 anos, Natural e residente de Curitiba-PR, Enfermeira, Mestre em Enfermagem pela UFPR. Corredora amadora. Começou a participar de corridas de rua apenas em Fevereiro de 2013, realizou a primeira Corrida de Montanha em Julho de 2013, atualmente tem como foco Corridas de Montanha de curtas

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