Entrevista com Marco –Snakinho- Piffer: Mitos e verdades sobre sapatilhas de escalada

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Entrevistamos o escalador Marco Piffer, o Snakinho, filho de Milton Piffer ex. proprietário da marca de botas e sapatilhas Snake, que até hoje é a mais consagrada marca de calçados de montanha no Brasil. Snakinho já não tem nenhuma relação com a marca e hoje vive em Curitiba de fazer sapatilhas de escalada artesanais e ressolas. Ele nos conta um pouco de sua história e desvenda alguns mitos sobre Sapatilhas de escalada. Confira a entrevista:

AltaMontanha: Snakinho, conte mais sobre sua história. Quando e como começou a escalar e que tipo de escalada você gosta mais

Marco Piffer: comecei a escalar no Grajau, Rio de Janeiro. Toda família tinha decidido ir à praia, mas eu resolvi acompanhar meu pai. Minha primeira escalada, era o que para nos hoje um Boulder. 15 anos depois de acender nesta primeira via voltei lá e solei. Kkk. Um belo quinto grau. Gosto de tudo um pouco mas, sempre fui da esportiva, sempre estive ligado às competições. E uma das melhores na minha lembrança foi em Floripa. Quando ganhei o brasileiro “Floripa open”. Sempre ia pro Anhangava e ficava lá acampado com minha namorada subindo tudo, nunca gostei de alarde, mas vários dos bouders mandados hoje já tinham sido mandado naquela época, principalmente pelo Bito Meyer, sem dúvida o melhor!

AM: Todos remetem seu nome à empresa de seu pai, a Snake, que é uma empresa consagrada quando se fala em botas de montanha e sapatilhas de escalada. Como surgiu a empresa e como ela se tornou o que é. Como foi que ela foi vendida e qual é a relação entre sua família e a Snake atual?

MP: A empresa surgiu da paixão de meu pai por criar. Já no rio de janeiro todos usavam conguinha ou kichute. Poucos podiam trazer da gringa uma fire, então ele costurou um colarinho em um kichute e apelidou de miltanha. Quando viemos morar em Curitiba ele começou a fazer uma sapatilha ambidestro no fundo de casa e logo foi conquistando amigos e vendia por 70 dólares o par, o apelido Snake surgiu de um amigo dele que ao velo chegar no Anhangava no inverno de jaqueta de couro e cabelo comprido o apelidou de “white snake” por ser parecido com o vocalista da banda. A venda foi meio conturbada. Prefiro não tocar no assunto para ficar neutro nesta briga.

AM: Quando você começou a fabricar sapatilhas artesanais e quantos modelos já desenhou?

MP: Foi em 2001 no rio de janeiro quando me interessei por borracha e estava obstinado a desvendar os segredos no Sthealt c4. Que foi fácil. Mas fazer em escala industrial é difícil devido a inúmeras tentativas de roubo dos segredos que obtive. No Rio eu já fabricava a marca Spyffer que é uma alusão ao meu sobrenome e a Robertinha (Roberta Nunes) assim me chamava.

AM: Quais são as maiores dificuldade de se fazer uma sapatilha artesanal?

MP: Concorrência desleal e equipamentos, os caras até minha linha telefônica já grampearam. Kkkk. A gente vê que lá fora o pessoal que escala incentiva muito mais que aqui. Mas tô na luta. Quero agradar fazendo um bom material.

AM: Como você vê o mercado de sapatilhas de escalada no Brasil? Temos mercado para isso? O que falta para as sapatilhas brasileiras chegarem na qualidade das importadas?

MP: Mercado tem sim e muito com mais de 20 mil escaladores é só uma questão de abertura das loja. Falta maquinas modernas, e tem que fabricar muito e sempre fazendo pequenos ajustes, conforme o galera pede e ter acesso a matéria prima, desenvolver técnicas de fabricação própria.

AM: Sapatilha folgada ou sapatilha apertada? Você acha que as pessoas devem usar sapatilhas de escalada números muito abaixo do que calçam ou isso é um mito?

MP: Não é mito, se você quer desempenho na esportiva aperto significa desempenho, pois dá mais estrutura no arco planta e metatarso, é técnico. Folgado ou melhor ajustado ao calçado é para vias longas onde conforto é mais importante, você não vai querer ficar com uma sapa apertada por 8 hrs, rsrsrsrsrs.

AM: É possível uma sapatilha perfeito, com aderência e precisão sem dor?

MP: Sim tenho trabalhado neste sentido, acho que estou quase lá, mas lembra uma cordada leva um 50 min até. Depois disso tem que sacar do pé a sapa e fazer circular o sangue.

AM: Sapatilhas ressoladas são melhores que as originais? Ou isso é um mito?

MP: Mito uma nova é sempre melhor, e mecânico, a estrutura desgasta. O que tem e superstição de cadenas mandadas. E nossa senhora do magnésio que nos diga, kkkk.

AM: Quais são os melhores solados para sapatilhas? Existe um solado específico para cada tipo de rocha ou de via?

MP: Sthealt c4 das antigas era muito bom para aderência e abaulados, vibram reglete. Isso porque eles usam borracha diferente. Estive na fábrica da vibram e eles tentavam por tudo se aproximar da c4.

AM: Como fazemos para comprar uma sapata sua ou para ressolar uma sapatilha contigo?

MP:  Facebook ou no e-mail [email protected] 4141011888
 

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Texto publicado pela própria redação do Portal.

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