Escalador cego chega ao cume da torre norte em Torres Del Paine

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O escalador Erik Weihenmayer se tornou o primeiro cego a escalar a Torre Norte do famoso conjunto de montanhas em Torres Del Paine na Patagônia Chilena. Ele estava acompanhado de Felipe Tapia e dos irmãos Señoret que são guias  no local.

Weihenmayer perdeu a visão ainda adolescente, mas coleciona grandes aventuras.

A equipe chegou até o cume através da via Monzino (V+, 400m). Os guias puxavam as cordadas e Weihenmayer seguia como participante (de segundo) auxiliado por Tapia que lhe dava recomendações e betas de tempos em tempos para que ele pudesse progredir na parede vertical. De acordo com Cristóbal Señoret, eles levaram cinco horas para chegar até o cume e mais quatro horas para rapelar a torre. No total, foram cerca de 10 horas de atividade.

Ele escalou de segundo e não se pendurou nem uma vez na corda. Estamos impressionados com seu nível de escalada, motivação e grandes habilidades em um terreno tão complexo como a Patagônia”, revelou Cristóbal .

“Sem dúvidas foi a pessoa mais admirável e inspiradora que conheci na vida, sua humildade, força mental, vontade e amor por fazer marcaram um antes e um depois em mim para sempre, deixando claro que não existem barreiras” escreveu Cristóbal em sua rede social.

A Barbatana do Tubarão

Além da Torre Norte, a equipe também escalou a Shark Fin (Barbatana do Tubarão) no Vale do Francês. “Escalamos a rota normal, que envolve uma borda, fissuras perfeitas e terreno aventureiro por um total de 12 arremessos (aproximadamente) e 11 horas de atividade de ida e volta até a base da parede ”, contou o guia.

O escalador na Shark Fin (Barbatana do Tubarão).

Weihenmayer tem 54 anos e perdeu a visão a cerca de 40 anos atrás, ainda adolescente. No entanto ele coleciona aventuras invejáveis. Em 2002 ele se tornou o primeiro cego a completar o projeto 7 Cumes, que consiste em escalar a montanha mais alta de cada continente, mais Antártida e América do Norte. Ele também percorreu 450 km de caiaque nas águas do Grand Canyon no Colorado junto com outro atleta cego, Lonnie Bedwell, em 2014.

Atualmente ele realiza palestras motivacionais e possui um programa de inclusão para pessoas com necessidades especiais assim como ele.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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