O escalador suíço, Marcel Rémy, faleceu aos 99 anos enquanto dormia em sua casa. Ele permaneceu ativo e escalando até seu último ano de vida e é um exemplo de amor pelo esporte e longevidade. A sua última festa de aniversário, em fevereiro desse ano, foi celebrada em um ginásio de escalada em Villeneuve. Além de comemorar ele e também escalou uma via de 4c.
Rémy foi ferroviário de profissão, no entanto conciliava seu trabalho com o amor pelas montanhas e dedicou sua vida a escalá-las. Oriundo de uma família humilde, perdeu sua mãe ainda criança em uma tragédia, na qual uma avalanche destruiu sua casa matando a matriarca da família e a irmã de Rémy.
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Ainda assim, ver pessoas de todo o mundo indo explorar as montanhas de sua região despertou a curiosidade no jovem Rémy, que também se tornou um montanhista. A paixão pelas montanhas e pelo esporte fez com que Rémy influenciasse seus filhos, Claude e Yves Rémy, que também se tornaram grandes escaladores.
Aos 96 anos, Rémy escalou em livre a primeira cordada de uma das centenas de vias abertas por seus filhos, a La guêpe (5c francês, 6 sup no Brasil). Ele ainda treinou e fez algumas investidas na segunda cordada graduada em 6ª francês (7c Brasil). E essa não foi a única escalada de destaque que ele realizou após a nona década de vida. Em 2017, aos 94 anos, escalou a face oeste do Miroir de l’Argentine (450 m, 5a) e após a escalada desceu em um voo duplo de parapente .
Até pouco tempo Rémy frequentava a academia de escalada todas as segunda-feiras pela manhã. Ia até ela sozinho e dirigindo seu velho Toyota. “Venho pela minha saúde, é a primeira coisa, continuo pelos músculos porque tenho notado muitas vezes que se você parar por duas ou três semanas, é muito mais difícil começar de novo, é melhor vir com frequência, ” disse ele em uma entrevista quando tinha 98 anos.
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