Escaladora iraniana que causou polêmica ao competir sem o hijab deixa o Irã

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A escaladora da seleção iraniana Elnaz Rekabi deixou seu país natal. Segundo informações, ela estava enfrentando perseguição após competir sem o hijab — o lenço usado na cabeça pelas mulheres islâmicas — durante um campeonato de escalada na Coreia do Sul.

A escaladora iraniana competindo com os cabelos soltos na Coréia do Sul. Foto: IFSC

Na época, sua atitude foi vista como um gesto de solidariedade aos protestos que tomavam conta do Irã em setembro de 2022. As manifestações foram desencadeadas pela morte de Mahsa Amini, uma jovem que estava sob custódia policial por supostamente violar o rigoroso código de vestuário do país.

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Após o campeonato, Rekabi retornou ao Irã e publicou um comunicado no Instagram alegando que escalou sem o hijab por acidente, pedindo desculpas por desonrar seu país. No entanto, logo depois, desapareceu da vida pública e a casa de sua família foi destruída pelo governo iraniano.

Elnaz utilizando uma bandana para cobrir os cabelos durante a competição. Foto: IFSC

Segundo mídias locais, a atleta teria sido colocada em prisão domiciliar e proibida de competir internacionalmente desde então. Além disso, eles afirmam que seu irmão, Davood Rekabi, teria sido preso para forçá-la a retornar ao Irã após a competição na Coreia do Sul. Todavia, essas informações nunca foram oficialmente confirmadas.

No início de março, Davood publicou em seu Instagram que Elnaz teria finalmente deixado o país. “Eu gostaria que este fosse um lugar melhor para você, para que a saudade não pesasse tanto em nossos corações”, escreveu. Segundo informações ela teria se mudado para  Espanha.

De acordo com o site IranWire, Elnaz e sua família vêm sofrendo perseguições desde o ocorrido em 2022. No entanto, ela teria evitado punições mais severas graças ao apoio do Comitê Olímpico Internacional (COI) e da Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC), que acompanhou sua situação desde o retorno ao Irã.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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