Escaladores de Curitiba se unem para praticar a escalada urbana

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Com o fechamento dos setores de escalada e academias devido à pandemia de Coronavírus, um grupo de escaladores de Curitiba decidiu praticar a escalada urbana e escalar em alguns monumentos e estruturas existentes na cidade. Assim, eles reativaram uma antiga tradição curitibana e descobriram uma nova forma de se manterem ativos e escalar.

Fabio Lima dando “seg” de corpo para Gustavo Santos – Foto Roniel Fonseca

Primeira escalada de Fabio Lima na Praça 29 de março.

O escalador Fábio Lima sempre foi adepto da escalada urbana. Ele começou frequentando algumas praças onde há monumentos possíveis de serem escalados como o painel do artista paranaense Poty Lazzarotto na Praça 29 de Março no centro da cidade. Esse painel é feito em concreto e possui gravuras em alto e baixo relevo formando agarras para as mãos e pés.

A escalada nos viadutos

Entretanto, quando as medidas de restrição e isolamento para a prevenção de Coronavírus surgiram, ele passou a observar estruturas urbanas em seu caminho de casa para o trabalho. Assim, ele viu nos viadutos da cidade algumas linhas com várias possibilidades de técnicas com fendas, batentes e agarras em suas emendas.

Desde então o número de escaladores que buscam essa modalidade vem aumentando e também os locais explorados por eles. Atualmente, eles têm focado em escalar nos viadutos, pois há mais espaço e menos concentração de pessoas. Ao todo já são seis viadutos com linhas de escalada. Além dessas estruturas, eles também exploram praças, monumentos, muros, trincheiras, fachadas de prédios abandonados e qualquer outro local que possua condições de escalada.

Crianças tendo o primeiro contato com a escalada urbana.

“Nosso maior intuito é fazer com que a escalada seja um esporte mais democrático e que esteja ao alcance de todos. Somos contra a qualquer tipo de vandalismo e manifestação feita através da pichação, fazemos de tudo para manter os espaços que utilizamos de intactos, limpos e conservados”, expôs Lima.

A escalada urbana em Curitiba

Lima descobrindo vias pela primeira vez em um dos viadutos.

“Desde que comecei a escalar, passava pelos viadutos e me dava muita vontade de escalar os mesmos, quando fui pela primeira vez vi as inúmeras possibilidades para escalar utilizando diversas técnicas. Todos os viadutos disponibilizam de espaço que da muita segurança, são ginásios de escalada a céu aberto”, disse Lima.

Escalando em baixo do viaduto – Foto: Roniel Fonseca

Essa modalidade de escalada já foi bastante praticada entre os anos 80 e 90 quando a cidade ainda não tinha academias. Então os escaladores utilizavam os monumentos para treinar e se preparar para ir para a rocha. Ao escalar em um dos viadutos, Lima chegou a encontrar um antigo “Grampo P” e uma parada próximo ao teto do viaduto, colocado por um escalador nos anos 90 como tentativa de dar mais segurança a via.

Todavia hoje, Lima e seus parceiros de escalada preferem utilizar os crash pads. A maioria das linhas são boulders que podem chegar até 4,5 metros de altura. Eles também experimentaram alguns equipamentos de proteção móvel nas vias mais longas de até 16 metros com fendas.

O escalador Fabio Lima e seu parceiro Luiz Guilherme. – Foto: Roniel Fonseca

Para Lima, além do bem estar físico que a escalada proporciona aos seus praticantes, ocupar esses espaços urbanos também ajuda a afastar vândalos e usuários de drogas. Assim,  de acordo com ele, a prática da escalada urbana traz a divulgação do esporte e mais segurança para a população em geral.

Escalando com equipamento de proteção móvel. – Foto: Roniel Fonseca

Praticando alguns movimentos no tradicional chafariz – Foto: Roniel Fonseca

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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