Escaladores organizam rifa para arrecadar fundos para cirurgia

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A arquiteta, urbanista e escaladora, Eveline Bárbara de Lara, 34 anos, sofreu um acidente enquanto escalava, dia 27/02. Ela caiu no setor Spyder na Lapa, Paraná e fraturou o pé. Agora, ela e amigos estão promovendo uma rifa para arrecadar fundos para o seu tratamento,que depende de uma astrocopia para que ela volte a ter os movimentos normais do pé e pare de sentir dor.

Lesão a ser corrigida com a cirurgia.

Eveline escala desde 2020 e foi conhecer o setor com amigos. “Passamos um dia bastante agradável, onde fizemos as vias de 4º e 5º grau, na companhia de outros escaladores mais experientes que também estavam lá naquele dia”, contou. Após o almoço, ela voltou a escalar uma via de 5° grau equipada com um top rope e caiu batendo o pé em um platô. “A queda foi pequena, mais ou menos 1,5 metros, porém bati o pé esquerdo no patamar que estava logo abaixo. Apesar da corda estar retesada, acredito que essa altura foi a dinâmica da corda, o quanto ela esticou, por estar muito distante do topo. Se não houvesse aquele patamar provavelmente só teria levado um susto”, contou a escaladora.

Resgate da escaladora.

Os amigos de Eveline chamaram o resgate que a levou para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Lapa. Lá foi constatado que havia uma fratura e precisava ser encaminhada para um hospital, onde detectaram que havia fraturado o Talus. “Como o pé estava além de quebrado com uma luxação muito importante, ou seja, os ossos da articulação saíram da posição original, o ortopedista optou por fazer a redução da fratura e colocar um fixador externo”, contou.

O tratamento

Eveline ficou quatro internada e reagiu bem ao tratamento. “Fiquei internada por 4 dias, para que fizessem o controle da dor, avaliassem a evolução do caso e decidissem a conduta. Por fim optaram por não colocar o parafuso, pois havia grandes chances de estilhaçar tudo”, contou.

Tratamento realizado com fixador externo.

No entanto, ao fim do período de cicatrização foi constatada uma sequela, uma calcificação irregular, que impede que ela faça alguns movimentos como descer escadas, caminhar e agachar, além de sentir dor. “Esse comprometimento a longo prazo pode causar desequilíbrio e outros problemas em outras articulações, como por exemplo os joelhos e quadril, pela marcha com movimento incompleto ou errado. E desta maneira voltar a praticar esportes também será muito difícil”, revelou
Para recuperar dessa sequela e voltar a escalar Eveline precisa de uma cirurgia que não é de emergência e por isso pode demorar muito tempo no SUS. “A artroscopia é a esperança de recuperar a mobilidade do tornozelo e evitar o desenvolvimento de outras anormalidades, para poder voltar as atividades cotidianas e ao esporte”, completou. Para esse procedimento, Eveline precisará arrecadar cerca de 10 mil reais.
Para isso, os amigos de Eveline, Alexandre Piaceski da CWB Adventure e Michael Pereira (Kinho), começaram a mobilização criando a rifa de uma sapatilha de escalada. Além disso, Eveline irá vender alguns equipamentos que possui.
“Estou muito emocionada e feliz com o carinho e apoio de todos. Todos estamos vivendo momentos difíceis economicamente, o que torna a caridade de cada um mais especial. Outra coisa que me chamou a atenção é a união, respeito e boa vontade da comunidade de montanhistas e escaladores. Muitas pessoas que não me conhecem estão participando dessa ação para me ajudar”, revelou.
Ela também agradeceu a equipe do Hospital Municipal de Araucária, que até então fez os procedimentos e acompanhou todo o caso, os amigos Alexandre e Kinho, os ginásios Campo Base, Caverna, Via Aventura, UBT, a Conquista Montanhismo e a Alta Montanha que está ajudando na divulgação! São tantas pessoas que não consigo listar todos, mas saibam que estarão sempre nas minhas orações, e um dia eu ainda vou conseguir ir agradecer a cada um pessoalmente, caminhando sem mancar”, finalizou.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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