A notícia de que o Everest, a maior montanha do mundo, está crescendo a cada ano está circulando na mídia tradicional nesta semana. Isso se deve ao fato de cientistas do University College London, na Inglaterra, terem divulgado uma pesquisa apontando que a erosão causada pelo rio Arun tem contribuído para o crescimento da montanha nos últimos 89 mil anos.
De acordo com eles, essa erosão gera o rebote isostático, que o montanhista e geocientista Pedro Hauck explica como um fenômeno de alívio de pressão da crosta terrestre, resultando posteriormente em uma ascensão positiva da crosta. Pedro explica ainda que isso também pode ocorrer com o derretimento das geleiras, como na geleira que forma a Cascata de Kumbu. Nesse caso, além do crescimento devido à ascensão da crosta, o Everest também teria um aumento em relação ao desnível topográfico entre sua base e seu topo.
Ainda segundo os estudos divulgados esta semana, a estimativa é de que o Everest cresça cerca de dois milímetros por ano. Ou seja, a cada 100 anos, ele aumenta 20 centímetros. Pode não parecer muita coisa, mas se considerarmos que esse processo ocorre há 89 mil anos, a diferença de altura seria em torno de 17 metros, podendo chegar a até 50 metros, segundo afirmam os cientistas.
Se adotarmos o mesmo padrão, quando os conquistadores do Everest, Edmund Hillary e Tenzing Norgay, chegaram ao topo em 1953, a montanha era 14,2 centímetros mais baixa. Portanto, apesar de ser uma importante descoberta para a ciência, o crescimento do Everest não tem muita influência sobre os esforços que os montanhistas necessitam para chegar ao seu cume. Mesmo que, em algumas décadas no futuro, talvez seja necessário dar alguns passos a mais para chegar ao topo do mundo.