Expedições invernais no Himalaia tem progressos

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Escalar as montanhas acima de oito mil metros no Himalaia é um desafio para qualquer montanhista no mundo. Subi-las durante o inverno é ainda mais difícil e pouco ousam entrar nessa empreitada. No entanto, todos os anos há intrépidos escaladores que buscam esse feito. E duas das empreitadas mais ousadas tiveram progressos essa semana.

Equipe no Cho Oyu enfrentando o clima nada agradável desse inverno. Foto: Manishh Tamang

Esse ano, dois grupos de sherpas diferentes decidiram escalar o Cho Oyu, localizado na fronteira do Nepal com o Tibete com o objetivo de abrir uma nova rota. Atualmente a montanha de 8188 metros de altitude é explorada comercialmente apenas pelo lado tibetano, que sofre com as duras regras burocráticas impostas pelo governo chinês. No entanto, com uma nova rota acessível do lado nepalês, os Sherpas também pretendem levar seus clientes.

Ambas as equipe já instalaram suas bases na montanha. Os grupos estão em dois acampamentos diferentes, cada um o mais próximo da rota que desejam subir. Todavia mesmo estando na mesma encosta, as duas linhas não se coincidem. Apesar do progresso, o tempo não está nada favorável para as equipes e eles precisarão aguardar e aproveitar as poucas janelas de tempo bom para começar os trabalhos na montanha.

“Fazer história é sempre uma tarefa difícil por trás dos sorrisos. Após seis dias de queda de neve na região de Gokyo , foi um grande obstáculo montar o acampamento base e levar todos os nossos equipamentos de logística para a base. Toda a nossa equipe perseverou sem perder a esperança. A força do vento foi medida em mais de 100 km/h no acampamento base”, relatou Gelje Sherpa, líder de uma das equipes.

Oito mil no Paquistão

Deixando o Nepal, terra das maiores montanhas do mundo e seguindo para o Paquistão encontramos o K2. A terrível montanha da morte, que com 8614 metros de altitude só foi escalada no inverno pela primeira vez no ano passado. É lá que encontramos a jovem escaladora tailandesa, Grace Tseng com sua equipe de sete sherpas. Todavia, Grace é a única montanhista fora da etnia sherpa que pretende desafiar o K2 nesse inverno.

Acampamento Base no K2.

Apesar do tempo instável, equipe e Grace já conseguiram alcançar o segundo acampamento da montanha, que foi estabelecido a quase 7 mil metros de altitude. “Nossa equipe estabeleceu com sucesso o C2 (6.760 m). O plano inicial era completar o C3 (7.350 m), porém ventos fortes retardaram seu progresso e eles desceram. Enquanto isso, quatro membros chegaram com segurança ao acampamento base à noite, e o resto está descendo para o acampamento base hoje”, contou um dos integrantes da Dolma Outdoor, a agência nepalesa da expedição.

A boa notícia para essa equipe é que hoje, 09/02, começa uma janela de tempo bom que poderá durar até uma semana com um clima mais favorável.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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