Explorando a lendária Serra do Desengano

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Desde que eu cheguei em Macaé, no ano de 2006, tive a oportunidade de conhecer algumas montanhas do Norte Fluminense.
As mais conhecidas, como o Pico do Frade e o Peito do Pombo, ficam na região serrana de Macaé e são de fácil acesso.
No entanto, um conjunto de montanhas sempre me chamou a atenção pela sua imponência, preservação e pelos escassos relatos de sua conquista: a SERRA DO DESENGANO.

A Serra do Desengano está localizada entre os municípios de Santa Maria Madalena, São Fidélis e Campos dos Goytacazes.
 
Constituindo o principal remanescente de Mata Atlântica do Norte Fluminense, a área encontra-se protegida pelo Parque Estadual da Serra do Desengano, criado em 1970.
Seu ponto culminante é a Pedra do Desengano, com altitude de 1761 metros.
 
Com o fim do inverno e sabendo que os dias mais frios e ensolarados ficariam mais raros, além da possibilidade de ser transferido de Macaé e ficar mais distante da região, pensei: "Não posso mais adiar a conquista da Pedra do Desengano".
Então coloquei o pé na estrada…
 
Chegando em Santa Maria Madalena no sábado pela manhã (24/08), segui até a localidade de Terras Frias e ao portal de acesso ao parque.
Junto ao parque está o Sítio da Dona Magdala, onde deixei o carro e iniciei a trilha em direção a uma pequena estalagem na qual passei a noite.
Nas redondezas da estalagem começam as trilhas para alguns atrativos do parque, como a Pedra do Desengano, a Serra Pedra Marial e o Poço do Padre.
Na mesma região mora o "Seu Nelson Mateiro", que costuma guiar alguns montanhistas, mas durante a tarde que o procurei por lá, não vi sinal dele…
 
Acordei bem cedo na manhã de domingo (25/08), ainda com a esperança de encontar o seu Nelson.
Assim que o dia começou a clarear percebi que a trilha para a Pedra do Desengano estava bem sinalizada, então decidi fazê-la sozinho, mas com um pouco de frio na barriga.
O caminho estava muito bem marcado, havia fitas coloridas indicando a direção a ser seguida e troncos obstruindo as bifurcações que estavam interditadas.
A partir da altitude em que a vegetação começa a ficar mais baixa, há algumas bifurcações que podem inicialmente se confundir com a trilha principal, mas rapidamente elas terminam em algum mirante ou alguma área de camping.
E para os montanhistas mais precavidos, há vários pontos com acesso a água pelo caminho.
 
Após duas horas e quarenta minutos de caminhada cheguei no cume, mas a paisagem já podia ser contemplada a algumas dezenas de metros antes.
A oeste foi possível ver parte do Vale do Paraíba, infelizmente muito devastado. Já a nordeste, abre-se uma vista panorâmica de toda a Serra do Desengano, com destaque para a sua proeminência na face oceânica.
Para sudoeste, não muito nítidos, dava para ver o Pico do Frade e os Três Picos de Nova Friburgo, e Macaé em direção ao sudeste.
E confundindo-se com o horizonte e as nuvens, ao norte, uma leve silhueta do Maciço do Caparaó…
 
Após permanecer quarenta minutos no cume, foi iniciada a descida e, duas horas e dez minutinhos depois, cheguei na estalagem e encontrei o Seu Nelson.
Conversa vai, conversa vem, chegou a hora de retornar para casa.
 
Peguei a estrada "anestesiado", com aquela paz de espírito por ter superado um desafio, e ter contemplado todas aquelas matas e campos de altitude tão preservados.
Quem sabe a próxima montanha será em algum outro rincão da "lendária" Serra do Desengano!
 
Um guia com informações detalhadas sobre o Parque Estadual do Desengano, incluindo suas trilhas e principais atrações, pode ser acessado no site do Instituto Estadual do Ambiente, na seguinte página:
  
 
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