Após escalar o temido Cerro Torre em El Chatén, na patagônia argentina, Fabian Buhl realizou o primeiro salto de parapente desde o cume dessa montanha. O voo durou 17 minutos e Buhl pousou no Glaciar Torre.
Ele chegou a pequena vila na virada do ano e esperou até agora por uma janela de tempo bom para que pudesse escalar. Buhl estava acompanhado por Laura Tiefenthaler e Raphaela Haug e escalaram a Via Ragni na face oeste para alcançar o cume. Junto com eles também estavam mais três escaladores franceses que ajudaram na limpeza da via, uma vez que essa é a primeira escalada no local dessa temporada.
De acordo com a publicação de Rolando Garibotti na página Patagônia Vertical “Fabi optou por voar bem cedo pela manhã, para evitar ventos de troca térmica. A decolagem não foi sem emoção. Ao dar os primeiros passos, ele percebeu que uma das linhas estava emaranhada, mas sabia que se parasse, teria dificuldade em recuperar a psique para tentar novamente, então continuou correndo, esperando que a linha se desenrolasse enquanto ele carregava o parapente”. Após a decolagem a linha desenroscou, porém o voo não foi maior devido ao frio e ao risco de congelar as mãos.
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Buhl com apenas 29 anos “se criou” na escalada praticando boulders. Porém, devido a uma lesão no tornozelo, trocou esse estilo de escalada pelas vias longas e com grande graduação. Desde então, o escalador tornou-se amigo e discípulo do alemão Alex Huber, famoso por solar grandes vias. Atualmente, Buhl tem se destacado na escalada de vias como Silbergeier (200 m, 8b + ou 10c brasileiro) em Rätikon, Nirwana (200 m, 8c + ou 11b brasileiro) em Loferer Alm e o first acent de Ganesha ( 200 m, 8c ou 11 brasileiro) em Sonnenwand.
Voos de Parapente em El Chaltén
Há muito tempo as icônicas montanhas que circulam a pequena cidade de El Chatén tem chamado a atenção de praticantes de voo livre. Porém, poucos conseguiram realizar a proeza de decolar de uma de agulhas. O clima nessa região é muito instável e para chegar ao cume das principais montanhas como o Cerro Torre ou Cerro Fitz Roy, é preciso caminhar muito e ainda escalar paredes íngremes de rocha e gelo.
Segundo a Revista Desnível, o primeiro voo na região foi realizado em 1988. Ele foi feito por Matthias e Michael Pinn que decolaram do cume do Fitz Roy após escalarem a Supercanaleta . Uma semana após o feito, a dupla se uniu a Uwe Passler e os três pegaram uma carona de helicóptero até o cume da mesma montanha de onde decolaram novamente. Em 1991, foi a vez de Roman Tschurtschenthaler, decolar no Cerro Fitz Hoy. Porém ele também utilizou um helicóptero para chegar ao topo da montanha.
Outros voos foram realizados de montanhas menores, Dean Poter chegou a decolar do El Mocho em 2005. Entretanto, a última tentativa foi registra pelo campeão italiano de Parapente, Aaron Durogati, que decolou da agulha Saint Exupery no ano passado.