Evelio Echavarria, considerado um grande explorador e referência do Andinismo faleceu no último dia 29/10, aos 94 anos de idade. Echavarria se despede de nós e dos Andes após uma vida de montanhismo intensa e com muitas conquistas.
O andinista conheceu as montanhas aos 18 anos de idade quando seu amigo, Walter Bachmann lhe apresentou o esporte. Todavia, Evelio se apaixonou mesmo foi pelas montanhas virgens e inexploradas, pelo desafio de conquistar algo desconhecido para toda a humanidade. Entre suas conquistas, o renomado montanhista chegou pela primeira vez no cume do Monte Portezuelo Morado (4.080 metros), Monte Mesón Alto (5.257 metros), Monte El Palomo (4.860 metros), Monte El Brujo pelo lado sudeste (4.720 metros), vulcão Tinguiririca (4.280 metros), Piuquencillo (4.047 metros), El Altar (5.215 metros) e assim seguiu conquistando mais algumas dezenas de montanhas ao longo de sua jornada.
Além das conquistas no Chile, seu país natal, ele também escalou diversas montanhas na Argentina, Bolívia, Colômbia, Peru, Canadá e nos Estados Unidos, onde morou por algum tempo. Evelio começou a escalar em 1947 e em 2008 realizou sua última grande ascensão ao Cerro Klemm, de 4.007 metros.
A escola
Entretanto, Evelio sempre foi muito precavido e responsável em suas aventuras e criou uma escola de seguidores com seus relatos, histórias e textos publicados em mais de quatrocentos escritos de montanha. Entre artigos, cartas, resenhas e outras colaborações, em livros e revistas especializadas como a Revista Andina; Anuario de Montaña, em Santiago do Chile; la Montaña; Anuario del Club Andino Bariloche, na Argentina; Taternick, na Polônia; Alpine Journal, na Inglaterra; American Alpine Journal; Seus livros mais conhecidos são: The Andes, the complete history of the mountaineering in high south America, e Chile Andinista: Su história.
Todavia, quem o conheceu pessoalmente ao longo desses mais de 60 anos de montanhismo relata também a sua autonomia e generosidade para com os outros. “Ele sempre foi uma pessoa auto-suficiente. Carrega até vinte e dois quilos em sua mochila, uma pequena barraca individual (sua carpita chilena), sua comida, seu fogareiro a gás e todo seu equipamento de montanha, incluindo um Piolet longo e leve. Ele cozinha sem sair da barraca. Bebia chá. Não aceita qualquer ajuda de terceiros. À oferta de ajuda ele sempre respondia com um: não obrigado, não preciso de nada. E ele sempre pergunta: posso ajudá-lo em alguma coisa? Ele caminha muito lentamente, mas com a mesma velocidade, quer não carregasse peso ou com a mochila cheia. Ele comia de acordo com seu consumo de energia” , escreveu Txomin Uriarte, em homenagem a ele.