Felipe Camargo encadena Via Logan em Corupá e sugere graduação de 11c

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O escalador e atleta Felipe Camargo realizou a primeira ascensão da Via Logan, no Parque Ecológico Braço Esquerdo em Corupá, Santa Catarina. Ele sugeriu a graduação de 8c+ ou 9a francês, que equivale ao 11b ou 11c na graduação brasileira. Assim, se esse grau for confirmado, essa poderá se tornar a via mais difícil do Brasil.

Felipe Camargo escalando a Via Logan

Camargo relatou que pensou muito antes de publicar o feito por considerar o atual momento que o país esta vivendo. Segundo o atleta, ele passou mais de 40 dias isolado em seu apartamento em São Paulo até decidir se mudar temporariamente para uma fazenda em Santa Catarina. Felipe escolheu o estado da região sul, por este ter liberado as atividades outdoor como escalada, trekking e surf.

Mesmo em Santa Catarina o atleta permaneceu em isolamento social e diz ter alguns cuidados a mais na hora de escalar.  “Após alguns dias isolados na fazenda e sem ninguém apresentar nenhum sintoma começamos a escalar no parque, tomando todas as precauções indicadas”, contou em uma rede social.

Camargo também descreveu os principais movimentos da via que conta com vários lances de boulder. “A via começa muita intensa já saindo do chão com um v11 de um movimento, depois disso segue com um v10, um descanso ruim e o crux que é um v11 com dois movimentos muito esticados (um pouco mais fácil pra quem é mais alto que eu). Depois disso vem um descanso de joelho ruim, um v7 de batentes e abaulados e um agarrão gigante onde da pra descansar muito bem e seguir ate o fim da parede por movimentos mais fáceis”, revelou.

O atleta da Seleção Brasileira de Escalada Felipe Ho, e Jonas Leffeck também estão tentando encadenar essa via e poderão confirmar a graduação sugerida por Camargo.

A história da Via Logan

A via foi conquistada pelo escalador paranaense Sidney Schmitz com o auxilio de Lorena Hoffmam em janeiro de 2018. Entretanto, ainda aguardava a primeira cadena para ter seu grau sugerido.

O nome da via foi escolhido em homenagem a um belo e nada amigável cachorro de estimação de Lorena. Esse por sua vez foi inspirado no personagem do cinema, o X-men Wolverine.

Isso vale como um beta, afinal para vencer uma parede tão dura como essa é necessário ter garras de Adamantium ou treinar muito. Muito mesmo! Além disso, para quem conheceu o pequeno Logan canino, sabe que uma via feroz como essa é uma homenagem a sua altura. E compreende bem o que os escaladores devem esperar dessa via.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

3 Comentários

  1. Felipe G Camargo, Independentemente do feito, ele se ofuca por ter sido feito num momento em que o mundo, o país e a comunidade de montanha esperam sensatez de quem é “formador de opinião”. 99% dos montanhistas estão em casa, evitando viajar e entrar em contato com pessoas de áreas pequenas e rurais por serem justamente as mais frágeis em caso de contrair a COVID. As montanhas e falésias continuarão lá após a pandemia. Já atitudes erradas permanecerão por mais tempo na nossa memória do que o coronavirus.
    Gostaria de saber a opinião da comunidade catarinense sobre o assunto:

    • Eduardo Prestes em

      Não vejo problema algum em escalar neste momento. O vírus não vai sumir por mágica, iremos conviver com ele pir meses, anos ou para sempre. O objetivo declarado da quarentena sempre foi “achatar a curva”, para evitar sobrecarga no sistema de saúde. Na Região Sul, ad UTIs estão vazias. Na minha cidade, de 50.000 habitantes, foram 2 mortes por COVID-19. Tem acidente de trânsito que mata mais do que isso… Não fiz quarentena, não aceito a tutela do estado na minha saúde, seguimos trabalhando normalmente (construção civil) e escalando. Não se pega o vírus no mar, na montanha ou no mato. É no mercado, no transporte público e locais de aglomeração. A quarentena é capricho de “remediados” e funcionários públicos. Quem depende do trabalho para viver não tem escolha, com vírus ou sem vírus a rotina continua. Tomo minhas precauções, mas sigo com vida normal, trabalhando, escalando e surfando. A maior parte da população vai pegar o COVID-19, e apenas 2% vão desenvolver sintomas graves. Não é motivo de histeria. A febre amarela, por exemplo, mata 50% dos infectados (sorte que existe vacina). Enfim, quem tem medo e quer fazer quarentena, fica em casa, não é proibido. Quem aceita correr riscos (meu caso), segue com a rotina, com algumas precauções. Prefiro uma liberdade perigosa do que uma servidão segura.

  2. Parabéns pela incrível conquista. Apenas uma correção.
    O Braço Esquerdo fica em São Bento do Sul, e não em Corupá.

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