Após uma longa quarentena a Argentina ensaia os primeiros passos para a reabertura e a retomada do turismo. Todavia os montanhistas, guias e associações de Mendoza continuam insatisfeitos com as regras adotadas para conter o Coronavírus.
A província de Mendoza abriga inúmeras montanhas, entre elas o ponto mais alto dos Andes e das Américas, o Aconcágua. Lá também esta o Cordón Del Plata, famoso por suas montanhas nevadas. Todas essas são montanhas exploradas turisticamente e fonte de renda de muitos moradores da região. Assim, com a pandemia e as restrições de acesso ao país, uma crise atingiu o setor.
Nesse mês, o país reabriu as suas fronteiras para turistas, porém com algumas restrições. Todavia, cabe a cada província estabelecer as regras de visitação a atrações naturais e parques em seus territórios. Assim, a província de Mendoza determinou o limite de 200 pessoas por dia em cada área protegida.
De acordo com os guias e trabalhadores de montanha, isso inviabiliza o trabalho deles, pois não podem agendar uma expedição a montanha sem a garantia de que no dia da escalada haverá vagas para entrar na área protegida.
Os acampamentos
Sabemos que para se escalar uma grande montanha é preciso um longo processo de aclimatação. Essa por sua vez pode levar alguns dias em acampamentos ao longo da montanha, aumentando a altitude gradualmente.
A Direção de Recursos Naturais emitiu um documento liberando alguns acampamentos a partir de 01/12, porém apenas os acampamentos de baixa altitude estão na lista. No Aconcágua, o acampamento de Confluência, La Cascada e Base del Zanni (estes dois no setor Matienzo) foram liberados. Já no Plata apenas Las Veguitas e Piedra Grande podem receber montanhistas, e assim como no Aconcágua pode-se passar apena uma noite nesses locais. Além disso, cada pessoa deve ter sua própria barraca, exceto em casos de duplas que já vivam juntas. Isso dificulta o processo de aclimatação para as montanhas.
Além disso, para poder trabalhar nas áreas administradas pela Direção de Recursos Naturais, os guias devem pagar uma taxa, que subiu em 50% comparado com o valor de 2019. Assim, os guias dizem que mesmo com a flexibilização das regras é impossível promover uma expedição.