Homem escala o equivalente ao Everest sem sair de casa

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Com mais tempo em casa, muitas pessoas tem buscado formas diferentes de realizar suas atividades rotineiras e se divertir. O inglês Rob Ferguson, também teve que adaptar seus planos e sua aventura durante esse período de isolamento social.

Rob Ferguson no início do desafio em sua casa.

Ferguson é membro da Royal Geographic Society e embaixador da Arc’teryx e sempre teve uma vida ligada as aventuras. Ele estava com uma viagem marcada para o Nepal, onde iria produzir um documentário sobre a limpeza do Everest. Entretanto, ao ter a sua aventura adiada, ele decidiu escalar a montanha em sua própria casa.

O inglês separou um lance de oito degraus de escadas em sua casa em Londres. Depois subiu e desceu esses degraus por 6.506 vezes em pouco mais de 24 horas até completar a altitude do Monte Everest. A aventura começou no último dia 9 de abril às 7h15, com Jenny Wordsworth e Lucy Aspden acompanhando-o pelas mídias sociais. Logo no inicio ele decidiu realizar o desafio descalço, pois os tênis escorregavam e faziam muito barulho.

As duas parceiras de Ferguson precisaram desistir, porém ele continuou. A cada 50 ou 100 lances de escada ele parava para um lanche ou bebida, e seguiu assim até as 7h45 minutos do dia seguinte quando completou a jornada.

 

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Always got to have his own slice of the action 🤣🐾 @whistler_the_aussie @tenzing #EverydayEverest

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Um desafio por uma boa causa

Além do desafio pessoal, Ferguson também tinha o objetivo de arrecadar doações para o  Royal Medical Benevolent Fund. O público que assistia o evento via internet pode contribuir. Assim, ao final do desafio, foram arrecadados 2.865 libras esterlinas (cerca de R$ 18.600). A empresa de bebidas Tenzing dobrou o valor arrecadado.

Ele contou ao jornal The Washington Post que pensou em desistir. “Eu estaria mentindo se dissesse que parar não passou pela minha cabeça. Eu tinha cerca de 1.000 lances de degraus pela frente e, nas primeiras horas da sexta-feira, parecia uma tarefa bastante insuperável, com cerca de quatro horas subindo e descendo ainda por fazer”, revelou. Entretanto, Ferguson não desistiu e disse que o fato de estar acostumado a sentir isso em suas expedições o ajudou a não parar.

O inglês ao final da sua aventura.

Outro ponto que o ajudou a seguir em frente foi lembrar que as pessoas que estão na luta contra essa pandemia não podem desistir. “Parar pode não ser a opção preferida, mas você tem essa opção, enquanto os profissionais médicos, motoristas, faxineiros e cozinheiros e todas as pessoas que apoiam a máquina que está lutando contra o covid-19 não têm essa opção”, completou.

Após finalizar o desafio, Ferguson foi perguntado sobre os prós e contras de escalar o Everest dentro de casa.  “É mais barato, mais quente, não é gelado ou nevado, há menos risco de morrer, requer menos equipamento e sem oxigênio, é muito menos assustador, não há multidões e não há lixo para deixar na montanha. A desvantagem? A vista deixa muito a desejar e há entorpecimento de tédio”, disse.

Todavia, Ferguson pretende ir para o Nepal em outubro desse ano, mas esta tranquilo se não conseguir. “Caso contrário, podemos em 2021 – a montanha ainda estará lá”, terminou o inglês.

Outros escaladores caseiros

Além de Ferguson, outras pessoas também escalaram grandes montanhas dentro de suas casas. Assim, um grupo de 30 pessoas liderados por Rory Southworth também conseguiu terminar essa façanha. Brits Harry Richards e Charlie Harbord também escalaram o Everest sem sair de suas casas com o objetivo de arrecadar dinheiro para a NHS e John Griffin completou o desafio e doou o valor arrecadado para o banco de alimentos local.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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