Jost Kobusch chega ao Everest para escalada invernal em solo

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O montanhista alemão, Jost Kobusch, chegou a Lobuche, próximo ao Acampamento Base do Everest, onde irá esperar o inverno chegar (a partir de 21/12 no hemisfério norte) para sua tentativa de escalada invernal nessa montanha. Ele planeja chegar ao topo da montanha mais alta do mundo sozinho, sem oxigênio e por uma das rotas mais difíceis, no lado oeste.

Kobusch no Everest na temporada de 2019/2020. Foto: Daniel Hug

Esta será a segunda tentativa do montanhista. Em 219/2020 ele chegou até 7.300 metros, mas precisou descer devido às condições climáticas com ventos de cerca de 100km/h que destruíram sua barraca. O montanhista se mudou para Chamonix, coração dos Alpes, para se dedicar aos treinamentos em alta montanha. Para aclimatar Kobusch ele e seu parceiro Nico Scheidtweiler, escalaram duas montanhas virgens no Himalaia, o Putrung (6.500m), e outra ainda sem nome com 6.125 metros.

A rota escolhida

O montanhista de 29 anos escolheu uma rota diferente da habitual. Só para chegar ao primeiro acampamento da montanha ele terá que escalar o escalar o passo de Lho La e vencer um degrau vertical de 30 metros. Nesse degrau ele precisará realizar uma escalada solo técnica (cerca de 6b francês). Todavia, após esse trecho ainda será necessário atravessar um Serac. São cerca de nove horas de subida, e ele terá que fazer esse trajeto algumas vezes para carregar seus equipamentos e aclimatar.

O montanhista tentando montar sua barraca. Foto: Daniel Hug

Além desses desafios, a rota oeste é mais inclinada e mais exposta a ventos e avalanches. Assim ele precisará de boas janelas de tempo para realizar a aclimatação e as várias subidas e descidas para carregar os seus equipamentos. Kobusch pretende montar o C4 a aproximadamente 7.650 m, no entanto, acredita-se que ainda será necessário um quinto acampamento a cerca de 8 mil metros para se chegar ao cume.

Todavia Kobusch diz que atingir os oito mil metros nessa emblemática rota já será uma vitória para ele. “Quero chegar a 8.000 metros de altitude. A maior altitude já atingida no inverno na crista oeste foi de 7.500 metros (no inverno de 1984/85 por uma expedição francesa). Mesmo se eu conseguir cruzar esse marco seria um sucesso de alguma forma”, revelou.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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