Hoje celebramos o Dia Internacional da Mulher, uma data para lembrar as lutas realizadas por mulheres, que na maioria das vezes não tem as mesmas chances e espaço que os homens. Infelizmente, essa realidade avança inclusive para o campo do montanhismo. Em um esporte onde a maioria dos praticantes ainda são homens, uma mulher precisa lutar muito para realizar os seus projetos. No entanto, existem inúmeros nomes femininos que se destacaram nessa atividade.
Um desses nomes é Junko Tabei, a primeira mulher a escalar o Everest e também a completar o projeto dos 7 Cumes. Junko é uma montanhista japonesa nascida no ano de 1939. Ela cresceu convivendo com os desafios da Segunda Guerra Mundial em uma família humilde de sete filhos. No entanto, desde muito nova, a menina considerada frágil gostava de se aventurar e aos 10 anos escalou sua primeira montanha, o Monte Nasu.
Apesar das dificuldades, Junko cresceu, estudou pedagogia e literatura inglesa, mas não deixou o montanhismo de lado. Durante os anos 60 enquanto buscava parcerias para escalar montanhas, a montanhista sofreu sexismo e foi desprezada por montanhistas homens que achavam que ela estava apenas procurando um marido. No entanto, o objetivo dela era apenas poder escalar montanhas.
Além de escalar, Junko passou a incentivar outras mulheres a fazer o mesmo
Em 1969, ela criou o Clube de Mulheres Alpinistas do Japão com o objetivo de incentivar outras mulheres a escalar, inclusive montanhas em outros países. Juntas elas escalaram o Monte Fuji, diversas montanhas nos Alpes e chegaram até ao Everest em uma época em que a sociedade esperava que as mulheres ficassem em casa, cuidando de sua família e afazeres domésticos.
Além do preconceito por ser uma mulher liderando uma equipe com outras mulheres, Junko também encarou a falta de informações, que era escassa na época, e de dinheiro. Ela e suas parceiras de escalada confeccionaram suas próprias jaquetas, luvas e sacos de dormir para a expedição ao Monte Everest, utilizando bancos de carro velhos, espuma e plumas de ganso.
Durante a escalada ao Everest em 1975, a equipe feminina do Japão foi atingida por uma avalanche a 6.300 metros de altitude. Junko ficou soterrada e inconsciente até que uma Sherpa a socorresse. Todavia, mesmo com o acidente, ela decidiu continuar a expedição e chegou ao cume 12 dias depois.
Junko também foi a primeira mulher a completar o projeto dos Sete Cumes. Após estar no topo da Ásia e do mundo em 1975, ela chegou ao topo da África, o Kilimanjaro, em 1981; da América do Sul, o Aconcágua, em 1987; na América do Norte, Denali, em 1988; na Antártica, Vinson Massif, em 1991; e em 1992, ela escalou a Pirâmide Carstensz na Oceania e o pico oeste do Monte Elbrus na Europa completando o projeto.
Um legado para futuras gerações
Em 2012, Junko foi diagnosticada com câncer, mas ainda assim ela continuou escalando montanhas. Ela morreu vítima da doença 2016, aos 77 anos. No entanto, durante toda a sua vida, Junko registrou seus relatos e o que considerava importante, inspirador e interessante para a cultura do montanhismo em textos. O livro Honouring High Places, lançado em 2017, reúne os principais deles deixando um legado para as futuras gerações de montanhistas mulheres.
6 Comentários
Parabéns às mulheres e ao texto, perfeito. Viva
Parabéns as mulheres por serem guerreiras o tempo todo. A historia mostra o quanto elas são fortes e capazes de realizar feitos.
Parabens as todas mulheres !
Linda história de perseverança e enfrentamento do machismo, por um sonho
Enjoyed this
mulher guerreira