O Brasil é um país com natureza rica, lugares exuberantes e muito potencial para o turismo e ecoturismo. Todavia nem sempre os recursos naturais são preservados ou explorados de forma sustentável. Os Parques Nacionais existem para proteger a fauna e a flora de alguns biomas e promover o turismo nessas regiões. Entretanto, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirma que não há dinheiro para manter adequadamente esses locais e defende que os Parques Nacionais devem ser administrados pela iniciativa privada. E você qual a sua opinião sobre isso?
Em entrevista para o programa Poder em Foco, do SBT, na madrugada desta segunda-feira, 22/02, o ministro afirmou: “Temos que privatizar tudo o que pudermos”. De acordo com ele, o país tem o menor orçamento em duas décadas para o ministério do Meio Ambiente, e que isso prejudica a fiscalização e a criação de novas ações de preservação ambiental.
Ao ser questionado em que área do Ministério do Meio Ambiente poderia haver uma privatização ele lembrou das 334 Unidades de Conservação, entre elas os Parques Nacionais. De acordo com ele, os parques estão subutilizados devido à falta de investimentos. “Não vou usar a palavra privatizar, vou usar melhor eficiência e digo, por exemplo, os parques nacionais. Esses espaços precisam de restaurantes, estacionamentos, trilhas, banheiros, segurança e para isso precisa de alguém que saiba fazer bem e que tenha dinheiro para fazer, aí entra o setor privado”, disse o ministro, Ricardo Salles.
Privatização x Concessão
Alguns locais como o Parque Nacional do Itatiaia e o Parque Nacional de Iguaçu já são administrados por meio de uma concessão à iniciativa privada. Nesses caso, as empresas tem o direito de explorar o local, administrando e cobrando ingressos, mas também tem a obrigação de preservar e cuidar da área. As concessões são temporárias e a empresa tem prazos definidos, que podem ou não ser renovados, além de regras para explorar o serviço.
Já a privatização é definida como a venda de órgãos ou de empresas estatais para a iniciativa privada, geralmente, por meio de leilões públicos. O ministro defendeu o modelo de concessão para locais como o Parque Nacional de Aparados da Serra, Jericoacoara, Lençóis Maranhenses, Chapada dos Guimarães entre outros.
Queimadas e Amazônia
O ministro também falou sobre as queimadas do Pantanal em 2020 e sobre o Acordo de Paris. “Nós fizemos o nosso dever de casa com o Acordo de Paris. No começo do governo, havia uma especulação sobre se o Brasil ia ficar ou não no Acordo. Decidimos ficar, mas até agora não recebemos a contrapartida financeira. Nós estamos no lugar de cobrador”, afirmou. Ele também reclamou que os países ricos não tem ajudado financeiramente o Brasil com a remuneração anual para preservar o meio ambiente.
1 comentário
Excelente iniciativa ! Os ecoxiitas que dominam os parques nacionais sempre criaram rigorosos impedimentos à visitação, ao pernoite, à livre-circulação, às práticas esportivas, inclusive montanhismo. O Parque Nacional da Serra Geral, onde fica o Cânion Fortaleza, tem mais de 30 anos e sequer possui um centro de visitantes não tem NADA na borda do cânion. Em 30 anos, não conseguiram construir nada, mas os salários são pagos mensalmente. O Parque dos Aparados da Serra não possui camping, pousada hotel, bar ou restaurante, a visitação é permitida em 2 trilhas apenas e em horário padrão (9 às 17 horas). Esses parques precisam sair da gestão da área de meio-ambiente e passar para o Ministério do Turismo e Secretarias de Turismo dos estados. A atuação ambiental seria acessória, com a visitação e uso passando a ser prioridade. Melhor seriam concessões para pequenas e médias empresas (campings, pousadas, bares, redtaurantes), mas ainda assim, a concessão para a iniciativa privada é um grande avanço. Só assim o uso livre terá chance de voltar a ser a regra nos parques brasileiros.