Montanhistas morrem após caírem em montanha nos Alpes

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Dois montanhistas morreram e outros dois ficaram feridos após caírem em uma encosta do Monte Ortles nos Alpes Italianos, no último domingo (03/09). Segundo informações iniciais, um montanhista que seguia pela rota normal escorregou e caiu atingindo outros cinco montanhistas (de grupos diferentes) que estavam logo abaixo, levando todos para o penhasco em efeito dominó.

Monte Ortles e refúgio Julius Payer

Durante a queda, um romeno de 35 anos e um alemão de 46 anos faleceram no local e outros dois montanhistas ficaram feridos.  A equipe de resgate não deixou claro se o montanhista que escorregou primeiro está entre as vítimas fatais.

O acidente aconteceu por volta das 6h20 da manhã a cerca de 3100 metros de altitude, logo após as equipes terem saído do refúgio Julius Payer onde haviam pernoitado. Helicópteros foram acionados para e remover os corpos e socorrer os sobreviventes. Um deles estava com o tornozelo machucado e o outro em estado de choque após o ocorrido. Já o quinto e o sexto montanhista envolvido no acidente não sofreram ferimentos e retornaram para base caminhando.

O local onde eles caíram é considerado de baixa dificuldade técnica. Por isso, os montanhistas seguiam em fila indiana e sem encordamento no momento da queda. Esse é um procedimento muito comum utilizado na escalada de montanhas de altitude.

Para diminuir o esforço da subida e evitar acidentes como esse, ou mesmo acidentes com pedras soltas, costuma se fazer o trajeto em zigue-zague. Assim os integrantes que estão mais a trás e abaixo não ficam na mesma linha que os integrantes que estão a frente e acima.

A conquista do Monte Ortles

O Monte Ortles possui 3.905 metros de altitude e está localizado nos Alpes Italianos, mais precisamente na região de  Trentino-Alto Ádige. Esta montanha é considerada a montanha mais alta dos Alpes Orientais fora da Cordilheira de Bernina.

O monte Ortles foi conquistado em 27 de setembro de 1804 por Josef Pichler, um caçador de camurças, e seus companheiros Johann Leitner e Johann Klausner. A expedição foi até o cume da montanha a pedido do arquiduque João da Áustria que não estava satisfeito após a montanha mais alta das terras de seu irmão, o  Großglockner (3.798 m), ter sido escalada primeiro no ano de 1800.

No entanto, ninguém acreditou em Pichler e nem em seus companheiros e ele precisou escalar a montanha mais duas vezes no ano seguinte para comprovar o feito. Assim, em agosto de 1805, ele hasteou uma bandeira no cume que podia ser vista desde o vale através de um telescópio. E no mesmo ano ele subiu novamente e ascendeu uma tocha ao anoitecer. Só então a conquista foi reconhecida e Pichler recebeu o prêmio oferecido pelo arquiduque para quem conseguisse chegar ao topo da montanha.

Durante os anos da Primeira Guerra Mundial, a região foi palco de intensas lutas entre os exércitos italianos e austríacos. Possuir uma posição mais alta que o adversário era uma grande vantagem durante os conflitos. Em meados de 1990, um guia de montanha encontrou dois canhões perto do cume do Ortler, após eles ficarem por décadas soterrados pela neve.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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