Novos desmoronamentos no Matterhorn e Eiger assustam montanhistas

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Duas das mais famosas montanhas do Alpes, o Matterhorn com 4.478 metros de altitude e Eiger com 3.967 m sofreram grandes desmoronamentos de pedras nos últimos dias. Uma das quedas de rochas e terra atingiu rotas utilizadas para acessar o cume e assustou montanhistas que presenciaram o fenômeno.

O Matternorn (a esquerda) é uma das montanhas mais famosas dos Alpes. Foto: Man Ho Lam

No Matterhorn foram registrados desmoronamentos na Face Sul (lado italiano, onde ele é chamado de Cervino) e também na Face Norte (lado suíço e mais icônico da montanha). Todavia, ninguém estava na montanha no momento das quedas de rochas e não houve vítimas. Outras montanhas vizinhas também tiveram deslizamentos de menores proporções e fizeram com que os guias de montanha cancelassem seus roteiros por precaução.

Já no Eiger um grande deslizamento atingiu a Face Norte, uma parede vertical de calcário de 1.800 metros nos Alpes Suíços. A rota Ghilini-Piola, conquistada em 1983, e a rota Renascença, escalada pela primeira vez em agosto desse ano, foram atingidas. De acordo com o alpinista Robert Jasper, o desmoronamento destruiu boa parte da parede, mas felizmente ninguém ficou ferido.

Entretanto, essa não é a primeira vez que há desmoronamentos nas montanhas dos Alpes esse ano. Em agosto foram registrados deslizamentos no maciço de Ecrins, na rota normal do Mont Blanc, na face norte do Aiguille de Midi, bem como na Croda Rossa, nas Dolomitas italianas, entre outros. Na época, os desmoronamentos causaram interdições em algumas rotas e o fechamento de refúgios  para segurança dos montanhistas.

 Isoterma zero

Os fenômenos de desmoronamentos nos Alpes que vêm acontecendo seguidamente tem como causa a grande onda de calor na Europa. Há alguns meses, o velho continente vem sofrendo com temperaturas extremamente altas e incêndios florestais. Os Alpes, por ser uma região mais alta, normalmente possui temperaturas mais amenas, no entanto esse ano o calor também chegou por lá.

Segundo os meteorologistas a isoterma zero ou linha de congelamento está acima de 5 mil metros de altitude. Ou seja, em uma altitude maior que todos os cumes dos Alpes. Isso significa que não há o congelamento da neve e gelo nas montanhas da região há algumas semanas.  Isso influencia diretamente no permafrost presente nas encostas mais ingrímes das montanhas, que é uma espécie de superfície formada por rochas e terra ligadas pelo gelo. Sem a neve e o gelo para fixar as rochas e a terra, o número de pedras se desprendendo e gerando deslizamentos aumentaram.

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Sobre o autor

Maruza Silvério é jornalista formada na PUCPR de Curitiba. Apaixonada pela natureza, principalmente pela fauna e pelas montanhas. Montanhista e escaladora desde 2013, fez do morro do Anhangava seu principal local de constantes treinos e contato intenso com a natureza. Acumula experiências como o curso básico de escalada e curso de auto resgate e técnicas verticais, além de estar em constante aperfeiçoamento. Gosta principalmente de escaladas tradicionais e grandes paredes. Mantém o montanhismo e a escalada como processo terapêutico para a vida e sonha em continuar escalando pelo Brasil e mundo a fora até ficar velhinha.

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