O Direito ao Risco e a Aventura – 2!!!

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No Brasil parece que todos sempre querem complicar ao invés de descomplicar. Muitos dos parques nacionais são um exemplo claro disso.


Com raras exceções, como a que o George Nas Nuvens ralatou em sua última coluna, na maioria dos parques brasileiros que possuem montanhas, a frase padrão é “não pode isso, não pode aquilo”. Os motivos são diversos e
até entendo quando o ensejo é a preservação ambiental, mas confesso que não consigo
compreender quando se justifica a proibição para “preservar a sua segurança”.

 
Em muitos locais do Brasil proibisse o indivíduo de caminhar
em determinada área ou de escalar certa montanha devido ao grande risco que ela
enfrentará. O Estado, na figura principalmente dos gerentes de parques, age
como se fossem o pai do cidadão, querendo-o preservar de todo e qualquer risco.
 
Ocorre que o montanhismo e a escalada exigem o risco para
existirem como esporte (se é que é um esporte). E, diga-se, a prática deste
esporte é adotada no mundo todo, principalmente nos países desenvolvidos da
Europa no nos Estados Unidos e em nenhum local vemos tantas proibições como no
Brasil!
 
Parece que no Brasil os direitos individuais estão sendo
rechaçados para que nenhum cidadão corra risco algum. Montanhas são proibidas
de escalar, rotas e acessos são fechados, tudo sob a égide da preservação da
segurança do indivíduo.
 
Esquecem-se nossas “autoridades” que uma saída para uma
boate a noite está mais recheada de riscos que uma escalada difícil. São nas
noitadas que nossos jovens são assaltados, agredidos, baleados, iniciam-se ao uso
de drogas, bebidas e etc.
 
Já imaginou nossos administradores de parques operando o
Parque do Aconcágua? Imaginem então eles como gerentes do Everest ou do K2! Escalar
estas montanhas? Jamais… Muito perigoso… Aprecie-as de baixo…

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Sobre o autor

Hilton Benke é um dos idealizadores do AltaMontanha.com. Dono de uma personalidade muito forte, é hoje praticante assíduo do voo livre, principalmente da modalidade "hike and fly", que une o voo com o montanhismo. Como montanhista e escalador, gastou seu tempo galgando montanhas brasileiras e andinas, além de ter prestado alguns serviços como instrutor de escalada junto ao CPM. Deixá-lo feliz é fácil: só marcar um bom pernoite em um cume da Serra do Mar Paranaense, com um bom menu para o jantar e uma condição de tempo boa para que possa decolar com seu parapente dia seguinte e realizar uma das muitas travessias sobre a Serra do Mar.

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