Obesidade já custa ao Brasil 2,4% do PIB. Gastos com parques é 0.01% O que um tem a ver com outro?

0

A obesidade custa ao Brasil 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo um estudo internacional conduzido pelo McKinsey Global Institute, que mostra o aumento dos gastos no combate ao problema no mundo.

A Obesidade custa caro ao Brasil. De acordo com a MacKinsey Globe, o Ministério da Saúde gasta R$ 110 bilhões, considerando o PIB – a soma de todas as riquezas produzidas em um país – brasileiro em 2013 (R$ 4,8 trilhões). No mundo, 2,8% de todas as riquezas são gastos no enfrentamento da obesidade. Isso equivale a cerca de R$ 5,2 trilhões, afirmam os pesquisadores.

O custo mundial da obesidade é quase o mesmo de doenças decorrentes do fumo ou perdas em consequência de conflitos armados – e tão relevante quanto o alcoolismo e as mudanças climáticas. No Brasil, a obesidade já é o terceiro de uma lista de problemas de saúde pública que mais pesam na economia, atrás de mortes violentas e alcoolismo, mas na frente de tabagismo.

De acordo com a McKinsey, 2,1 bilhões de pessoas – cerca de 30 % da população do mundo – estão acima do peso ou obesos. A previsão da McKinsey afirma que em 2030, cerca de 50% da população poderá ser classificada como obesa, um percentual que o Brasil, infelizmente já atingiu, pois de acordo com o Ministério da Saúde 51% da população brasileira está acima do peso.

O que é considerado Obesidade?

O estudo considera obesa uma pessoa que tiver excesso de peso combinado a um elevado grau de gordura corporal. A maneira mais comum para avaliar se uma pessoa é obesa é verificar seu índice de massa corporal (IMC), que divide o peso em quilos pela altura em metros ao quadrado.

Um IMC acima de 25 significa excesso de peso. Um IMC de 30 a 40 equivale a obesidade. Indivíduos com IMC acima de 40 são considerados muito obesos. Na mão oposta, um IMC menor que 18,5 significa abaixo do peso ideal.

Gastos excessivos para remediar e investimento de menos para prevenir.

Enquanto os gastos com obesos custam caro para a saúde pública, os investimentos em qualidade de vida, com acesso a áreas naturais, recreação e esportes ao ar livre são pífios. Por ano, o governo repassa apenas 0.01705% ao Instituto Chico Mendes de Biodiversidade, o ICMbio, que é o órgão público responsável pela gestão dos parques nacionais. São 516 milhões de reais destinados ao Órgão, mais da metade, de acordo com a DW Brasil, apenas para cobrir gastos pessoais.

Recentemente foi publicada uma pesquisa pelo IBOPE em que afirma que 56% da população urbana do Brasil está insatisfeita com as áreas verdes no Brasil, apesar de 10% do território nacional ser de áreas naturais protegidas.

De acordo com Maria Tereza Jorge Pádua, membro da comissão mundial de Parques Nacionais da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN): “Existe um funcionário para 150 mil hectares e menos de um dólar por hectare. Parece brincadeira, mas é a situação. O que mais revolta é que o país gasta bilhões em estádios de futebol ou em uma hidrelétrica e não aplica recursos para a implantação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação”.

A falta de investimento em parques não reflete apenas na conservação de recursos, reflete também na má qualidade de vida da população. Colabora com esta falta de acesso à áreas naturais medidas tomadas pelo próprio ICMbio que exageram na proteção e dificulta o acesso aos parques como proibições para prática de esportes dentro das Unidades de Conservação, criando uma relação direta entre a falta de investimento em qualidade de vida e aumento de custo remediando os efeitos maléficos disto, como a Obesidade.
 

Veja mais:

:: Pesquisa mostra que brasileiro está insatisfeito com áreas naturais protegidas

Compartilhar

Sobre o autor

Texto publicado pela própria redação do Portal.

Deixe seu comentário